Abertura do ano letivo do Icict discute Plano Brasil sem Miséria

por
Graça Portela
,
03/04/2012

Com o seminário “Brasil sem miséria: inclusão social pelas tecnologias de informação e comunicação” foi aberto, no último dia 30/3, o ano letivo do Icict. Prestigiado por mais de cem pessoas que estavam presentes no Salão de Leitura Henrique Leonel Lenzi da Biblioteca de Ciências Biomédicas, o evento contou com a participação do secretário Tiago Falcão, da Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema Pobreza (Sesep)/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do pesquisador e professor Henrique Antoun, do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da UFRJ, do professor André Pereira Neto, coordenador do Laboratório Internet, Saúde e Sociedade (Laiss/CSEGSF/Ensp) e professor do PPGICS/Icict, e a representante dos alunos do Projeto Laiss, Simone da Silva Quintella.

O professor André Pereira Neto, do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação em Saúde (PPGICS/Icict) falou sobre o impacto da internet e as mudanças que ela trouxe para o campo da informação em saúde, enfatizando que atualmente há uma busca de equilíbrioo entre o saber médico e a informação que a população tem de acesso pela internet.

Ao abordar o trabalho desenvolvido pelo Laiss, Pereira Neto falou sobre a parceria feita com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), que ministra o curso Saúde Comunitária para moradores das comunidades do entorno da Fundação, dentro do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (Ensp), que já formou oito turmas. O professor exibiu o vídeo “Tuberculose”, feito pelos alunos, que está disponível no Youtube no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=FtoUeFARtYg  “A proposta do curso é educar para o uso crítico e criativo da internet”.

Simone Quintella, representante dos alunos de Saúde Comunitária e uma das realizadoras do vídeo, destacou o privilégio de os moradores de Manguinhos terem um curso específico para eles. Para ela, a experiência do vídeo serve para mostrar que Maguinhos não é só violência, tiroteio. “Manguinhos é saber, saúde, lição de vida, informação”, afirma.

O palestrante seguinte foi Henrique Antoun, que abordou o empoderamento proporcionado  pela internet. Segundo Artoun, a partir da internet é possível construir uma superação que socialmente pode parecer impossível. O professor fez um histórico da tecnologia informática e a sua relação com o mundo do trabalho, enfatizando as mudanças que ocorreram desde o início de século XX. “O trabalhador hoje é um performer", analisa, chamando a atenção para a evolução do conceito de trabalho, que hoje é considerado também pela relações sociais que pode gerar.

Fechando a mesa-redonda, o representante do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Miséria, Tiago Falcão, explicou de forma detalhada o que é o Plano Brasil Sem Miséria e os esforços do Governo Federal para tirar da pobreza 16,2 milhões de pessoas. Falcão destacou o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) no cadastramento das informações e na interface com vários outros programas que complementam o Plano Brasil sem Miséria.

Segundo ele, o Governo Brasileiro não tinha ideia de quantos brasileiros viviam em situação de miséria no Brasil. "O cidadão brasileiro era conhecido por seu CPF, ou pelo registro da certidão de nascimento, ou pelo número de inscrição em unidades de ensino. Mas esses cadastros não abrangiam aqueles que estavam abaixo da linha de pobreza e, portanto, não estavam incluídos em nenhum programa social, porque eram considerados “invisíveis'. Mesmo as estatísticas do IBGE davam apenas uma ideia aproximada de quem eram essas pessoas. A primeira medida do Brasil Sem Miséria foi descobrir e incluir essa população nos programas sociais”, conta.

Após a fala dos palestrantes, o debate foi estendido à plateia. O vice-presidente da Ficruz, Valcler Rangel, destacou a parceria da Fiocruz com diversos órgãos como a Funasa, o Ministério da Previdência, o Ministério da Saúde, dentre outros. Já o vice-diretor do Icict, Christovam Barcellos, indagou a representante dos alunos e moradora da comunidade do Amorim, Simone Quintella, sobre o que a comunidade entende como “miséria”. Surpreendendo os presentes, Simone afirmou que é o crack: “vemos as famílias sendo destruídas”, no que foi apoiada por outros moradores que assistiam o evento.

Ao final do seminário, o diretor do Icict, Umberto Trigueiros, reafirmou que o instituto está oferecendo à sociedade “debates instigantes” e conclamou uma maior pariticpação do público do entorno de Manguinhos nesses eventos. "Sem isso, continuaremos a reproduzir a exclusão”.

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