Pesquisa do Icict sobre zika é publicada pelo CDC e citada na CNN

por
Graça Portela
,
17/11/2016

Deu na CNN. Uma reportagem publicada pela TV americana dia 8 de setembro de 2016, “Zika doubled devastating birth defects in Brazil”, aborda o artigo feito por pesquisadores do Laboratório de Informação em Saúde (LIS), do Icict, e da Universidade do Porto (Portugal) que detectou a incidência dos casos de zika no país e, em especial, na região Nordeste.

A reportagem foi baseada no artigo intitulado “Increased Hospitalizations for Neuropathies as Indicators of Zika Virus Infection, according to Health Information System Data, Brazil” (O aumento das hospitalizações por neuropatias como indicadores de infecção por vírus Zika, segundo dados do Sistema de Informação em Saúde no Brasil), publicado pelos pesquisadores Christovam Barcellos, Diego Xavier, Ana Luiza Pavão, Cristiano Boccolini, Marcel Pedroso, Dalia Romero e Anselmo Rocha Romão, além da pesquisadora associada Maria de Fátima Pina, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto (Portugal) no site do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos EUA, na seção Emerging Infectious Disease.

O estudo mostra a análise de registros hospitalares em todo o Brasil a partir de 2008, bem antes do vírus zika chegar ao Brasil, até fevereiro de 2016. Os pesquisadores buscaram identificar possíveis manifestações clínicas de doenças do sistema nervoso entre os registros de internações hospitalares registrados pelo SUS. Eles observaram que, a partir de meados de 2014, houve um aumento “sem precedentes e significativo” nas taxas de hospitalização de malformações congênitas do sistema nervoso, como enfefalite, mielite, encefalomielite e síndrome de Guillain-Barré. No resumo do trabalho apresentado, os resultados “mostram a necessidade de diagnosticar e tratar adequadamente os casos suspeitos de infecção pelo vírus zika e também que os sistemas de vigilância de saúde podem ser melhorados usando dados de rotina”. Segundo Christovam Barcellos, coordenador do LIS, “tentamos ver todas as manifestações possíveis e fizemos um painel com todos os indicadores para ajudar nas pesquisas sobre zika e monitoramento da situação”.

O gráfico abaixo mostra a evolução das internações durante o período de 2008 a 2016. Nele, é possível observar a explosão de ocorrências no nordeste do Brasil – de agosto de 2014 a fevereiro de 2015.

Os dados obtidos foram trabalhados na plataforma de big data Ciência de Dados aplicada à Saúde, do Icict. Segundo Christovam Barcellos, “tentamos ver todas as manifestações possíveis e fizemos um painel com todos os indicadores para ajudar nas pesquisas sobre zika e monitoramento da situação”. No artigo, os autores fazem um alerta importante para os pesquisadores sobre os registros da doença: eles devem “considerar as diversas manifestações clínicas que podem ser registradas em diferentes CIDs, mesmo em capítulos dispersos, como encefalite viral (ICD-10 A83) e código provisório (ICD-10 U06) , conforme recomendado pela OMS”.

“As fontes de dados e os métodos utilizados no estudo podem ser usados ​​para monitoramento e sistemas de alerta em casos de emergência. A implementação exigiria a obtenção e a análise estatística de dados de séries temporais, para estabelecer uma linha de base de eventos adversos e identificar picos que poderiam representar surtos de doença”, explicam os autores no artigo, ainda em inglês. 

Foto Aedes aegypti: Fiocruz Imagens

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Artigo LIS - Hospitalizações zika

“Increased Hospitalizations for Neuropathies as Indicators of Zika Virus Infection, according to Health Information System Data, Brazil” (O aumento das hospitalizações por neuropatias como indicadores de infecção por vírus Zika, segundo dados do Sistema de Informação em Saúde no Brasil), publicado pelos pesquisadores do Laboratório de Informação em Saúde - LIS/Icict)

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