Violação dos direitos de pessoas vivendo com HIV/Aids no trabalho é tema de tese

por
Graça Portela
,
16/03/2017

No próximo dia 23 de março, quinta-feira, a aluna Carla Rocha Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)/Icict, defenderá a tese de doutorado “A Violação dos Direitos das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS no Brasil: análise da discriminação no universo do trabalho”.

A tese, orientada pela pesquisadora do Laboratório de Informação em Saúde (LIS)/Icict, Célia Landmann Szwarcwald, e co-orientada pela epidemiologista e pesquisadora associada ao Lis, Giseli Nogueira Damacena, analisa as experiências ou situações de estigma e discriminação no ambiente de trabalho, entre as pessoas portadoras de HIV/Aids, assim como o acesso à informação sobre os direitos: uma forma de enfrentamento da patologia.

Carla Pereira conclui que “os efeitos visíveis e invisíveis da discriminação no emprego fazem parte da realidade dessas pessoas no Brasil”.

Veja abaixo as informações sobre a defesa:

Defesa de Tese de Doutorado

Título: A Violação dos Direitos das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS no Brasil: análise da discriminação no universo do trabalho

Aluna: Carla Rocha Pereira

Orientadora: Célia Landmann Szwarcwald (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Segunda Orientadora: Giseli Nogueira Damacena (LIS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

Drª. Katia Lerner – PPGICS/ICICT/FIOCRUZ

Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Junior – PPGICS/ICICT/FIOCRUZ

Drª. Simone Souza Monteiro - PPGSP/ENSP/FIOCRUZ

Drª. Marly Marques da Cruz - PPGSP/ENSP/FIOCRUZ

Suplentes:

Drª. Dalia Elena Romero Montilla – PPGICS/ICICT/FIOCRUZ

Drª. Maria Margarita Urdaneta Gutierrez - PPGCS/UnB

Data: 23/03/2017

Horário: 13h30

Local: Sala 215 do Prédio da Expansão

Resumo: Apesar dos avanços significativos desde o aparecimento da aids há mais de 30 anos, alguns aspectos originados no início da epidemia ainda permanecem. Um deles está ligado à discriminação em torno das pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), que, por sua vez, está relacionada à qualidade de vida desta população.

Objetivo: Esta tese tem por objetivo analisar as experiências ou situações de estigma e discriminação no ambiente de trabalho, entre as PVHA, assim como o acesso à informação sobre os direitos: uma forma de enfrentamento de HIV/aids.

Metodologia: A abordagem escolhida para a investigação foi a de métodos mistos, que tem por princípio utilizar ferramentas e dados quantitativos e qualitativos, para uma melhor apreensão do objeto de pesquisa. Diversas estratégias foram utilizadas nos procedimentos metodológicos, como: análise de um inquérito nacional sobre a qualidade de vida das PVHA; levantamento documental e legislativo; trabalho de campo em uma unidade de saúde do município do Rio de Janeiro e com a ONG Grupo Pela Vidda Niterói (Assessoria Jurídica), além da realização de um grupo focal e de entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde, ativistas e PVHA. O aprofundamento dos conceitos sobre estigma e discriminação, a teoria de "violência estrutural" de Galtung e a teoria de "agência" de Ortner embasaram o referencial teórico da tese, para posterior discussão de diversos dados conjugados. Importante ressaltar a vinculação da discriminação ao poder social, econômico e político que certos indivíduos podem exercer sobre outros.

Conclusão: Como resultado, os dados quantitativos e a análise dos dados qualitativos convergiram: a descoberta de HIV/aids causou uma perda financeira entre os entrevistados; afetou os aspectos psicológicos dessa população; e a discriminação, para obter emprego ou no ambiente de trabalho, foi realizada tanto de forma direta (colegas de trabalho) quanto indireta (pelo empregador, principalmente com a demissão arbitrária, em decorrência da revelação do diagnóstico). O acesso à informação sobre os direitos fomentou o empoderamento dos entrevistados e foi fundamental na decisão para a abertura dos processos contra os seus perpetradores. Por fim, foi realizada uma nova análise dos dados coletados, a partir da releitura do referencial teórico. Concluímos que os efeitos visíveis e invisíveis da discriminação no emprego fazem parte da realidade das PVHA no Brasil.

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