PPGICS divulga calendário de defesas de doutorado e mestrado

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
,
12/02/2021

O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Icict, divulgou o calendário das defesas de doutorado e mestrado. As defesas acontecem a partir da sexta-feira, 19/02, e vão até 26/02. Veja abaixo:

Defesa de Tese de Doutorado - 19/02/2021 - Sexta-feira | Horário: 9 h

Título:  A Vida como Palco de Disputas: doença, ativismo social e processos comunicacionais em oncologia

Aluna: Keyla de Moraes Carnavalli

Orientadora: Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:
Titulares:

  • Drª Inesita Soares de Araujo- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Dr. Wilson Couto Borges- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª Rachel Aisengart Menezes – PPGSC/UFRJ
  • Dr. Luiz Antonio Teixeira- PPGHCS/ COC/ FIOCRUZ

Suplentes:

  • Drª Márcia de Oliveira Teixeira/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª Waleska de Araújo Aureliano – UERJ

Data: 19/02/2021 - Sexta-feira | Horário: 9h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/96649784130?pwd=WWdJcUU3WFpadnB0WGxkUGVwK1Rldz09

Resumo: A presente tese versa sobre como ocorre a mobilização de grupos de ativismo em câncer e como são engendradas práticas sociais e comunicacionais que produzem novas configurações e reivindicações de direitos e tratamentos em oncologia. Para esta empreitada utilizei a etnografia, que para além de um método, reflete um modo de observar e pesquisar pautado em conhecimentos teóricos que embasaram o olhar sobre o objeto empírico e norteou a análise na perspectiva sócio-antropológica e comunicacional. 
A investigação dos modos de mobilização em torno dessa doença teve início pela observação participante do Movimento Todos Juntos contra o Câncer, dos congressos conduzidos por esse movimento e a partir dessa observação foram escolhidas quatro associações de pacientes com foco de atuação nos direitos do paciente com câncer. Durante a investigação, acompanhei as ações e trajetórias dos principais protagonistas que se destacaram por sua atuação e visibilidade como ativistas da área, ou como agentes de advocacy como muitos se denominam. 

Entrevistei cinco sujeitos que possuem protagonismo na área e investiguei as estratégias e modos de ação e articulação para o alcance das reivindicações propostas por eles e pelas associações das quais faziam parte. As reivindicações mais acionadas pelos ativistas se destacaram em três eixos principais com diversos desdobramentos: modos de financiamento; acesso e tratamentos oncológicos no Brasil e incorporação de tecnologias de saúde em oncologia. Os modos e as ações utilizadas pelos atores sociais para alcançar as reivindicações envolvem estratégias para conseguir mudanças nas políticas públicas, sobretudo pelo legislativo através de articulações entre diversos agentes para o alcance dos objetivos. Outro modo de ação, passa pela judicialização quando certos direitos não são assegurados ou quando o direito à vida está ameaçado. Desta forma, a judicialização representou uma saída possível numa perspectiva mais individual quando algum direito à saúde foi desconsiderado, mas pouco valorizada pelos ativistas como modo de ação. As ações também foram atravessadas pela aproximação das farmacêuticas no entrelaçamento entre governo, serviços de saúde, mercado e associações de pacientes. 

Para refletir sobre esses manejos discuti a noção de biolegitimidade, da esperança como categoria e da vida como valor que são acionados para legitimar certos tratamentos e modos de financiamento. Investiguei também como as associações de pacientes e os atores sociais utilizam os processos comunicacionais como uma estratégia para alcançar as reivindicações e serem reconhecidas como espaços legítimos de ativismo em câncer. Eles envolveram a formação de novos coletivos por meio da sociabilidade no ambiente digital, a ampliação do alcance comunicacional de suas ações, visando atingir um número maior de participantes e público interessado em geral. A espetacularização dos eventos com a participação de celebridades midiáticas também foi explorada pelas associações como um modo de encantar e engajar pessoas nas pautas de reivindicação. 

A despeito do maior alcance que os dispositivos comunicacionais permitiram, as mobilizações apresentaram preponderância de falas autorizadas e legitimadas socialmente, tais como médicos, profissionais especializados como advogados, administradores, psicólogos e sanitaristas de camadas médias, brancas. Apesar de ser um ativismo de organização de paciente, sua voz tem pouco protagonismo sendo utilizada para corroborar pautas de reivindicação e estratégias de ação. Os movimentos sociais em câncer ainda carecem de maior representatividade racial, social e precisam ser analisados nas margens, ou seja, naquilo que é ofuscado diante desse modo de fazer ativismo no Brasil.

Defesa de Dissertação de Mestrado - 23/02/2021 – Terça-feira | Horário: 9 h

Título:  Gestão de dados de pesquisa em saúde no contexto da colaboração científica internacional: um olhar para as políticas dos financiadores

Aluna: Luisi Maria Costa de Oliveira

Orientadora: Cícera Henrique da Silva (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segunda Orientadora: Viviane Santos de Oliveira Veiga

Banca: 
Titulares

•    Drª Maria Cristina Soares Guimarães- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Luana Farias Sales Marques- PPGCI/IBICT/UFRJ

Suplentes:
•    Dr. Josué Laguardia PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Patricia Corrêa Henning– UNIRIO

Data: 23/02/2021 – Sexta-feira | Horário: 9h    

Sala Virtual: https://zoom.us/j/94762334936?pwd=SGxMSXRJK3g1VGxiSFpvdGJ4Ti8yUT09

Resumo: O presente estudo teve como objetivo investigar as orientações dos financiadores da pesquisa para gestão de dados produzidos em contexto de colaboração científica internacional no campo da saúde. 

A metodologia consistiu na pesquisa bibliográfica em fontes de informação nacionais e internacionais que forneceu as bases teóricas da pesquisa e permitiu identificar o National Institutes of Health e a European Commission como os principais financiadores mundiais da pesquisa em saúde. Utilizou a pesquisa documental a fim mapear e analisar os documentos normativos emitidos pelos financiadores com políticas para gestão de dados de pesquisa em saúde. A análise dos documentos baseou-se em uma estrutura de avaliação de políticas de dados que contemplou as categorias grau de aplicação do documento e cobertura de critérios. 

Identificou-se que ambos financiadores possuem políticas recomendatórias para gestão de dados como também compulsórias que se não atendidas podem impedir a concessão de financiamento. Verificou-se que dentre os critérios contemplados na estrutura de avaliação, o NIH e a EC abordaram totalmente os critérios de escopo, monitoramento de conformidade e sanções, suporte, repositórios e centros de dados, custo, compartilhamento e acesso e questões éticas relativas aos dados de pesquisa. Constatou-se que os financiadores reconhecem que algumas questões relativas à gestão dos dados requerem negociação e construção de acordos entre os parceiros antes do início de um projeto colaborativo. Verificou-se a existência de orientações para gestão de dados produzidos em contextos colaborativos, sem, no entanto, ser possível verificar se eram aplicadas igualmente em colaborações internacionais. 

Concluiu-se que a lacuna de normativas para gestão de dados produzidos nesses contextos pode provocar confrontos normativos, uma vez que possivelmente os pesquisadores partícipes dessas colaborações resgatarão suas normas nacionais e institucionais para sustentar a realização da pesquisa. Constatou-se ainda que na perspectiva das políticas dos financiadores a maior parte das responsabilidades com as questões relacionadas à gestão dos dados gerados na investigação centraliza-se na figura do coordenador do projeto, mesmo a pesquisa sendo realizada pelo trabalho colaborativo entre pesquisadores.

Defesa de Tese de Doutorado - 23/02/2021 – Terça-feira | Horário: 14h

Título:  Da aquisição à visualização de dados: aplicações das ciências de dados para o monitoramento de situação de saúde.

Aluno: Raphael de Freitas Saldanha

Orientador: Christovam de Castro Barcellos Neto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segundo Orientador: Marcel de Moraes Pedroso

Banca: 
Titulares

•    Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Junior- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Ricardo Antunes Dantas de Oliveira- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Fábio André Machado Porto– LNCC
•    Dr. Eduardo Ogasawara- CEFET

Suplentes:
•    Dr. Josué Laguardia- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Alexandre Porto Chiavegatto– PPGSP/USP

Data: 23/02/2021 – Terça-feira | Horário: 14h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/96150583782?pwd=UnNOZmc0Y0VURGlXZ21GejZyOGFXdz09

Resumo: Termos como big data e ciência de dados ganharam visibilidade nas últimas décadas, sendo em geral associados aos desafios de análise de grandes bases de dados. Pretende-se com este trabalho reunir teorias e métodos da Ciência de Dados em Saúde como uma contribuição à Saúde Pública, estudando o ciclo de geração e disseminação de informação em saúde e aplicar técnicas de coleta, extração e visualização de dados com métodos de ciência de dados. 

Partindo de uma perspectiva histórica, a relação entre dados e saúde foi visitada, apresentando um novo paradigma da ciência de dados em saúde, considerando as possibilidades hibridas de uma ciência theory & data driven para a Saúde Pública. Os métodos e modelos de processo de ciência de dados, especificamente o KDD, SEMMA e CRISP-DM, foram explorados criticamente. Avaliando seus pontos em comum, um novo modelo de processos denominado KDD-PH (Knowledge Discovery in Databases for Public Health) foi proposto, sugerindo etapas específicas para um modelo de processos de ciência de dados para a pesquisa em saúde pública. Produções acadêmicas autorais foram apresentadas como resultados da aplicação prática destes métodos.

Defesa de Dissertação de Mestrado - 24/02/2021 – Quarta-feira | Horário: 9 h

Título:  Análise do Processo de Adesão e o Acompanhamento dos Participantes nas Pesquisas Clinicas sobre Chikungunya: revisão de escopo.

Aluna: Diana Estefania Vargas Bello

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segunda Orientadora: Martha Silvia Martinez Silveira Berbert

Banca: 
Titulares

•    Drª Cícera Henrique da Silva- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. André Machado de Siqueira -INI/FIOCRUZ

Suplentes
•    Dr. Josué Laguardia PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Frederico Costa– PPGSC/ UFBA

Data: 24/02/2021 – Quarta-feira | Horário: 9h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/97859778392?pwd=eE5ETVFSbXQ2dWNhVGVkak1uMHc0QT09

Resumo: As arboviroses como a Chikungunya são de grande relevância na saúde pública, devido à inexistência de apoio laboratorial eficiente, a falta de medidas imunoprofiláticas, a possibilidade de causar quadros crônicos, a falta de terapia específica, pela ausência de tratamento, vacinas e medidas efetivas de prevenção e controle, relegando o tratamento ao controle sintomático das manifestações clínicas. Considerando que já existe um esforço expressivo na produção de conhecimento em Chikungunya, predominantemente, a partir de Países onde os maiores surtos epidêmicos ocorreram nos anos recentes, encontra-se relevante o estudo de dimensões como o espaço ético nas pesquisas clínicas sobre Chikungunya, que coloca em foco a relação entre pesquisador e sujeito de pesquisa, suscitando o encontro de mundos conflitantes, o saber biomédico e o saber leigo. 

Nesse sentido, de forma exploratória, buscou-se identificar estudos clínicos e, a partir da análise da produção cientifica e dos documentos de pesquisa de cada um desses estudos, procurar identificar como se dá, formalmente, o processo de adesão das pesquisas. O percurso metodológico escolhido para seguir nesta investigação é a revisão de escopo, dado que este método permite abordar uma questão de pesquisa exploratória destinada a mapear conceitos-chave e lacunas existentes na literatura, e permite a revisão de diferentes tipos de evidências. A partir dos dados extraídos foram identificados aspectos relacionados aos tipos das pesquisas clínicas e dimensões éticas referentes ao processo de adesão e o acompanhamento dos participantes nas publicações e registros dos estudos selecionados. Foram utilizadas três estratégias para incluir todas as pesquisas atuais relacionadas à pergunta da revisão: pesquisa de bancos de dados bibliográficos, banco de dados de registros de estudos clínicos e pesquisas de fontes complementares, nove databases foram pesquisadas e foram extraídos dados de 244 publicações e documentos de pesquisa. 

Resultados mostraram que embora se saiba, de que o processo de adesão e o acompanhamento dos participantes nas pesquisas em sua complexidade dependem de vários fatores relacionados com a pesquisa e outros com os participantes e seu entorno, a maior parte dos estudos não informam detalhes relacionados à questão da revisão, evidenciou-se lacunas de conhecimento que dificultaram a caracterização do espaço ético das pesquisas analisadas. O questionário aberto desenvolvido no percurso metodológico, permitiu a caracterização dos possíveis cenários que envolvem aos participantes no decorrer das pesquisas clínicas sobre Chikungunya.

Defesa de Dissertação de Mestrado - 24/02/2021 – Quarta-feira | Horário: 14h

Título: O Sujeito da História Natural da Doença: narrativas como instrumento de construção da memória social da Chikungunya.

Aluna: Thaís Pucu Neves

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segunda Orientadora: Laurinda Rosa Maciel

Banca: 
Titulares

•    Drª Cícera Henrique da Silva- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Icléia Thiesen - PPGH/UNIRIO

Suplentes
•    Drª Rosana Abdala Lins PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Mariana Bteshe– UERJ

Data: 24/02/2021 – Quarta-feira | Horário: 14h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/96710377940?pwd=V2k1NStYVmpBd3FZamdEcTJDSHdXUT09

Resumo: A presente dissertação foi inspirada e formulada em paralelo à implantação da pesquisa da Rede de Pesquisas Clínica e Aplicada em Chikungunya (Replick), coordenada pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) que busca, dentre outros objetivos, estabelecer a História Natural da Chikungunya. 
Enquanto uma doença re-emergente, e com características próximas às doenças negligenciadas, a Chikungunya propicia a identificação única de um cenário de interação e coprodução de conhecimento entre especialistas e leigos, em busca de estratégias e soluções para o manejo da doença. Nesse sentido, o comprometimento da Replick com o engajamento do sujeito na pesquisa é colocado como central, ressaltando tanto as dimensões éticas e da centralidade do sujeito, trazendo contribuições fundamentais para melhores resultados de cuidado integral em saúde. 

O foco desta pesquisa está na busca por estratégias que deem voz aos sujeitos, possibilitando que a clínica da doença seja explicitada e construída junto com a descrição da vida de cada um dos sujeitos, para que seja possível a construção da história social da doença para além da natural. Nesse sentido, parte-se do conceito de narrativas médicas e do sujeito da pesquisa, seu entrelaçamento com a construção social da doença e, por meio de uma imersão na literatura cientifica, busca-se identificar se e como essa estratégia pode ser utilizada na Replick e em demais pesquisas biomédicas e ensaios clínicos, de forma a propiciar a construção de uma memória social da Chikungunya a partir das narrativas dos pacientes participantes da pesquisa clínica.

Defesa de Tese de Doutorado - 25/02/2021 – Quinta-feira | Horário: 9 h

Título: Por ser mulher: a construção dos estudos de gênero na resposta aos desastres. O caso da indústria de mineração no Brasil no Século XXI.

Aluna: Nathalia Silva Barbosa

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca: 
Titulares

•    Drª Cícera Henrique da Silva- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Rosane Abdala Lins- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Laurinda Rosa Maciel -PPGPGPC/COC/FIOCRUZ
•    Drª Michele Nacif Antunes -PPGSC/UFES

Suplentes
•    Dr. Christovam de Castro Barcellos Neto - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª  Mônica de Avelar Figueiredo Mafra Magalhães- PPGSP/ENSP/FIOCRUZ

Data: 25/02/2021 – Quinta-feira | Horário: 9h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/98456944975?pwd=ZXB1RWN6dzJPZWJtQnVraVVpdUZkZz09

Resumo: A presente tese procura trazer para o centro da discussão as relações entre desastre e gênero, que configuram uma linha de investigação emergente no âmbito da “ciência dos desastres” (Disaster Research), cada vez mais visível no mundo contemporâneo. Enquanto eventos socialmente construídos, reflexos de uma sociedade tecnocrata e desigual, particularmente nos países periféricos, os desastres deixam um rastro de iniquidade e vulnerabilidade nos territórios, redesenhados pela devastação e destruição de suas infraestruturas básicas. 

Muito do foco da discussão teórica sobre desastres se forjou na gestão da prevenção, e muito pouco na gestão da recuperação dos territórios e de sua base social, particularmente nas dimensões políticas, sociais, econômicas e na saúde das populações atingidas. Por isso, o desastre revela desigualdades do desenvolvimento social que colocam algumas pessoas, mais do que outras, em condições de risco. Em geral, aqueles que vivem por mais tempo as consequências do desastre, fazem parte de uma parcela da população que já se encontra anteriormente negligenciada dentro das comunidades, como é o caso das mulheres: o grupo “mais vulnerável entre os vulneráveis”. A presente pesquisa, de caráter exploratório, se colocou como objetivo de desvelar algumas dimensões de gênero e desastres a partir de um olhar sobre rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, no ano de 2015. 

Entendendo o desastre como um fenômeno multidimensional e multifatorial, o que se propôs aqui é um primeiro olhar que visa identificar a presença e voz das mulheres em três perspectivas sobre o desastre em Mariana: na ciência, no legislativo e na sociedade civil. Na perspectiva científica, o olhar se volta para a produção cientifica (artigos de periódicos) e os Grupos de Pesquisa registrados no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq); na perspectiva legislativa, para um conjunto de atos normativos da Câmara dos Deputados, e na perspectiva da sociedade, por meio do uso da Lei de Acesso à Informação (LAI), todos elas tomadas como espaços de visibilidade pública de informação e comunicação na temática. Nas três perspectivas, se procurou por mulheres tanto na autoria como na temática/assunto em discussão. 

Os resultados aqui alcançados atestam aquilo que a literatura internacional já aponta: a dimensão gênero, principalmente sobre as mulheres, ainda se encontra invisibilizada na ciência, no legislativo e na sociedade no Brasil, no período analisado. Igualmente, à luz do que se discute tanto nos países centrais como periféricos, é urgente que a ciência dos desastres aprofunde seu caráter interdisciplinar, dando voz e presença ao conhecimento e experiências das mulheres, atores centrais que, na sociabilidade dos territórios, precisam se reinventar para continuar existindo. 

De todos os aprendizados que uma tese pode produzir quando se chega ao final do caminho, além da vontade óbvia de recomeçar, na presente autora fica a marca indelével de ter conhecido mulheres que sobreviveram ao rompimento da barragem do Fundão, e que até hoje lutam e insistem para que, Bento Rodrigues também não desapareça em meio aos rejeitos que hoje, certamente, sedimentam o leito do Rio Doce.

Defesa de Dissertação de Mestrado - 26/02/2021 – Sexta-feira | Horário: 10h

Título:  Impressão 3D para Próteses, Órteses e Materiais Especiais: cenário da produção e uso potencial de conhecimento no Brasil.

Aluna: Carolina Araújo Borges

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segunda Orientadora: Michele Soltosky Peres

Banca: 
Titulares

•    Dr.ª Rosane Abdala Lins- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr.ª Joseli Soares Brazarotto -PPGGIS/UFRN

Suplentes
•    Dr. Ricardo Antunes Dantas de Oliveira- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Cejane Oliveira Martins Prudente– PUC-Goiás

Data: 26/02/2021 – Sexta-feira | Horário: 10h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/93953882656?pwd=OW00LzIxeFlVUC9MTlNDSVkyYkFaQT09

Resumo: A epidemia do Zika vírus que irrompeu no Brasil nos anos recentes trouxe à luz, junto com inúmeros desafios para o campo científico e a gestão em saúde, uma perspectiva de cuidado pouco discutida para com as crianças acometidas por transtornos neurológicos: a demanda por órteses, próteses e materiais especiais (OPME). De fato, a área de tecnologias assistivas parece ter ainda pouca visibilidade e interesse no campo acadêmico, o que se configura como um desafio a ser vencido no âmbito das políticas orientadas para a Pessoa com Deficiência (PcD). 

O hiato parece ser maior quando se lança o olhar sobre as oportunidades abertas pelas tecnologias de impressão 3D, as quais, teoricamente, abrem um leque de oportunidades para a produção de OPMEs de forma mais rápida e com baixo custo. É nesse contexto que se insere a presente pesquisa, que atua na linha 1 “Produção, Organização e Uso da Informação em Saúde" do PPGICS e que objetiva traçar um panorama exploratório, sobre a produção de conhecimento em impressão 3D para OPMEs, com foco na produção científica, patentes e grupos de pesquisa estabelecidos no país. 

Adicionalmente, a pesquisa procura traçar, também de forma exploratória, o potencial de uso desses conhecimentos e competências pelo Sistema Único de Saúde (SUS), explorando uma dimensão da Rede de Cuidado da Pessoa com Deficiência (RCPD), ou seja, buscando pelos pontos de atenção à saúde para a PcD que poderiam fazer uso desses conhecimentos. Aqui, o foco é na dimensão territorial, na proximidade entre pontos de produção e uso de conhecimento, o que facilitaria o processo de translação do conhecimento. Nesse sentido, o caminho metodológico se fez tanto pela análise de fontes de informação científica e tecnológica no tema como pela identificação e territorialização dos pontos de atenção da RCPD. 

É esperado que com esta pesquisa seja possível desenvolver um panorama descritivo sobre o real e o potencial de utilização de impressão 3D para OPME no SUS, e assim conhecer os caminhos de oportunidades em inovação para a saúde pública brasileira. 

Defesa de Tese de Doutorado - 26/02/2021 – Sexta-feira | Horário: 13h

Título: Se essa rua fosse minha, se esse corpo fosse meu: políticas públicas, corpos e saberes da população em situação de rua em tempos de pandemia.

Aluna: Nadja Maria Souza Araújo

Orientadora: Inesita Soares de Araujo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca: 
Titulares

•    Drª Márcia de Oliveira Teixeira- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Kátia Lerner- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Bruno Sena Martins - Universidade de Coimbra
•    Dr. Aluízio de Azevedo da Silva Junior - MS

Suplentes
•    Dr. Janine Miranda Cardoso - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª  Ana Claudia Condeixa de Araújo- UNIFESSPA

Data: 26/02/2021 – Sexta-feira | Horário: 13h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/91437700468?pwd=R053a2E4clAxYjRBdnNSQzBCREEzUT09

Resumo: Este trabalho é o resultado de uma pesquisa que no contexto das políticas públicas de saúde para as minorias, e tendo como principal interesse contribuir para a melhoria das condições de vida e saúde da população em situação de rua, cartografou as convergências e conflitos entre as diferentes perspectivas e sentidos de corpo e cuidado de si dos sujeitos envolvidos no cenário urbano no país. A partir de procedimentos metodológicos sintetizados e classificados em Análise Documental; Cartografia: conversações, registro visual da realidade vivida, mapeamento dos interlocutores; Análise socio-semiológica: Análise Discursiva – dos atores governamentais e Tradução – da população em situação de rua. Esta metodologia multifacetada e inclusiva permitiu uma participação ativa dos sujeitos de pesquisa que agregada aos conceitos dos estudos anticoloniais pelas vias das Epistemologias do Sul (Santos, 2009), da teoria do corpo social (Bourdieu, 2014), do biopoder (Foucault,2002), das vidas não passiveis de luto (Butler, 2019) e da necropolítica (Mbembe, 2019) possibilitou identificar dez proposições relevantes para o futuro das construções participativas das políticas públicas. 

Trata-se de uma pesquisa realizada no campo da Comunicação e Saúde (C&S) na qual os textos foram analisados buscando as vozes/códigos (Barthes, 1992), as palavras plenas (Maingueneau,1993), as condições de produção (Verón,1980) e a noção de contextos e da comunicação como um mercado simbólico (Araujo, 2002), cujo eixo teórico é a ideia de poder simbólico (Bourdieu, 2004). 

A conjuntura da pandemia atravessou a pesquisa e os sentidos produzidos por ela, bem como as mudanças nas vidas das pessoas em situação de rua, e afetou os resultados que apontaram para dez percepções, sendo que a principal conclusão de que há uma convergência dos sentidos de corpo, saúde e cuidado de si, quando se trata do que está no arcabouço legal, do que pensam os técnicos e até do movimento organizado da população em situação de rua. Esse sentido é o defendido pelo campo da saúde coletiva de que saúde é mais que ausência de doenças. Saúde em seu sentido ampliado, entendido como um bem-estar geral, que engloba as questões territoriais, econômicas, nutricional e etc. Na rua, os sentidos mudam e a saúde é vista como ausência de doenças e o corpo como uma estrutura que os sustentam.
 

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