Programa Radis completa 30 anos, com informação de qualidade para o Brasil

por
Graça Portela
,
20/12/2012

Fonte: Intranet Fiocruz / Por Daniela Savaget

“O Radis é um instrumento construtor de um pensamento crítico, de um processo de aproximação da saúde pública da população que remonta a uma época em que falávamos muito de uma consciência sanitária e cidadã”, resumiu o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, durante a cerimônia de comemoração pelos 30 anos do programa Radis – Reunião, Análise e Difusão de Informação sobre Saúde, realizada na terça-feira (18/12), na Biblioteca de Ciências Biomédicas. O coordenador do programa, Rogério Lannes, fez um breve relato sobre a trajetória da iniciativa. “Quando pensamos na história do Radis, temos a ideia de acesso à informação, de oposição à ditadura, de participação do movimento pela Reforma Sanitária, que assume um modo de misturar comunicação e saúde que se realiza na prática”, disse.

O diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), Umberto Trigueiros, que também esteve presente na mesa de abertura do evento, ressaltou a importância da atuação do programa. “Trata-se de um veículo com olhar crítico que possibilita ao leitor se apoderar da informação, resultando na qualificação de sua atuação”, disse. Nesse mesmo sentido, o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), Antônio Ivo, apontou que a iniciativa ultrapassa a simples transmissão de informações ao público. “Não é a politização, não é apenas a divulgação da informação, mas sim a permanente provocação para a construção de outros referenciais culturais e ideológicos”, enfatizou.

A comemoração pelos 30 anos incluiu um debate com o ex-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e atual secretário de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Monteiro de Andrade, e com a pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces) da Fiocruz Janine Cardoso.

Comunicação e saúde

Janine resumiu os diferentes olhares pelos quais o Radis pode ser apreciado: o olhar do ensino e da pesquisa, da gestão, da militância sanitária e do trabalhador da ponta. “Do ponto de vista do ensino e da pesquisa é possível apontar o acompanhamento que o Radis faz, há 30 anos, não só do debate das políticas públicas de saúde, mas também da vida do país nesse período. Esse trabalho jornalístico foi e é muito importante como material de formação para inúmeros olhares de investigação”, afirmou.

A atuação do Radis na consolidação da interface entre os campos da comunicação e saúde também foi enfatizada pela pesquisadora. “O Radis é constituinte disto que chamamos de campo da comunicação e saúde. Não se trata de um campo específico de aplicação das técnicas jornalísticas, ou das técnicas de comunicação, mas sim de um campo que está cunhado no lema de que saúde é democracia, ou democracia é saúde”, disse.
Luiz Odorico, por sua vez, ressaltou seu próprio crescimento acadêmico e profissional com o programa, citando-o como um braço da organização da sociedade na Reforma Sanitária. “O Radis nasce no bojo dessa organização epistêmica que é crítica, analítica e não se conforma com a coisa panfletária”, enfatizou.

Programa Radis

O programa Radis nasceu em 1982, na Ensp, idealizado pelo economista e sanitarista Sérgio Góes de Paula, como um projeto para reunir, analisar e difundir informações sobre saúde – uma missão democrática frente à ditadura militar. O programa foi pioneiro na abordagem da saúde segundo o conceito ampliado defendido pela Reforma Sanitária brasileira.

O Radis publicou, durante 20 anos, as revistas Súmula, Tema e Dados, e o tablóide Proposta – O Jornal da Reforma Sanitária, renomeado Jornal do Radis. Atualmente, o programa tem como principal veículo a revista mensal Radis. Pelos correios, 80 mil exemplares da publicação chegam, gratuitamente, a instituições públicas de saúde, organizações governamentais e não-governamentais, associações sindicais e de moradores, escolas e profissionais diversos.

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