ICICT | Fiocruz - Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica

Com o título “Bibliotecas da Fiocruz: disseminação e suporte à Pesquisa”, ocorreu nos dias 2 e 3 de outubro último, o 11º Encontro da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, que contou com a presença do diretor do Icict, Rodrigo Murtinho, da vice-diretora de Informação e Comunicação da unidade, Tânia Santos, e a coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, Viviane Veiga.

Rodrigo Murtinho chamou a atenção para o fato de “o encontro caracterizar-se como a primeira reunião após a instauração da nova gestão da Rede”. Murtinho destacou também “o papel e a importância do trabalho colaborativo realizado entre as bibliotecas e a contribuiçãoa da Rede na política de acesso aberto”. Em seguida, Tânia Santos enfatizou “a necessidade de valorização dos bibliotecários e a participação de outros profissionais da informação envolvidos no processo”. Ela também frisou o papel importante das bibliotecas nas instituições.

A coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, Viviane Veiga, agradeceu à sua antecessora – Fátima Martins – que foi homenageada durante o evento e enfatizou suas contribuições no período em que coordenava a Rede de Bibliotecas. Veiga fez questão de salientar a relevância do trabalho em rede e a necessidade de potencializar o trabalho das bibliotecas de forma colaborativa.

O evento contou com a presença de representantes de 18 das 19 bibliotecas que compõem a Rede e nele foram abordados os principais desafios: a criação de dois manuais unificados – um para a normalização dos trabalhos científicos para toda a Fundação e outro para padronização de entrada de dados no sistema; implantar  um sistema de automação de bibliotecas para toda a rede; e, por fim, avançar nas discussões sobre acesso aberto e dados abertos e modernizar as bibliotecas da Fiocruz. Viviane Veiga destacou também a missão da Rede de Bibliotecas e o que poderia ser feito para fazê-la funcionar: “reunir – juntar o que está disperso; articular – organizar de maneira que algo seja definido; e integrar – fazer parte”. Durante o evento, foram formados grupos de trabalho para cada desafio, com um cronograma definido de reuniões bimestrais.

Ela conversou com o site do Icict sobre a importância do Encontro e as perspectivas da Rede de Bibliotecas

Qual a importância do 11º Encontro?

O 11° Encontro marca a retomada dos Encontros da Rede e o estabelecimento de novas metas sob nova Coordenação da Rede. Eu destaco a participação de 18 bibliotecas e centros de documentação da Fiocruz. Totalizamos 19 atualmente.

É fundamental que uma fundação como a Fiocruz tenha uma rede de bibliotecas?

Sim. A Fiocruz é uma instituição organizada em várias unidades técnico-científicas que devem trabalhar de forma articulada em prol do SUS. As bibliotecas da Fiocruz, da mesma forma, precisam estar articuladas e trabalharem de forma colaborativa em prol da produção do conhecimento em informação científica e tecnológica em saúde. Nossas Bibliotecas apoiam a formação técnica,  acadêmica e cientifica dos profissionais do campo da saúde. Além disso trabalham na formação de pequenos leitores e na disseminação da informação em saúde para crianças, adolescentes, alunos de pos-graduação, pesquisadores e o público em geral. 

Temos as mídias digitais e muito material disponível na Internet para consulta. Ainda há espaço para as bibliotecas físicas?

Atualmente, a necessidade da biblioteca e dos serviços que ela presta são ainda maiores do que anteriormente. É muita informação disponível, o que pode gerar desinformação. O bibliotecário capacitado é fundamental para arrumar este "dilúvio" de informação. As bibliotecas hoje cumprem um papel um pouco diferente da anterior. Ela serve de estação de triagem, onde a informação relevante é catalogada, classificada e disponibilizada de forma recuperável. Além da disponibilização destas informações a própria construção e consolidação do campo da informação científica e tecnológica em saúde perpassa pelos profissionais de informação, dentre eles o bibliotecário. A biblioteca física tem um papel para além do empréstimo de livros e mídias. As bibliotecas da Fiocruz historicamente têm atuado junto aos pesquisadores e  aos cursos de pós-graduação para o êxito da Fundação em seu papel na pesquisa e ensino.  O desafio atual é modernizar as bibliotecas da Fiocruz, transformando-as em espaços de encontros, de conhecimento e de aprendizado ao longo da vida, os chamados "makerspaces".  Para tanto, este espaço precisa ser vivo e criativo, utilizando os conceitos da biblioteca do futuro que está alinhado à Agenda 2030. 

Qual o papel das bibliotecas no contexto da Política de Acesso Aberto da Fiocruz?

Considero as bibliotecas da Fiocruz o coração do acesso aberto na instituição. As teses e dissertações são disponibilizadas no Arca - Repositório Institucional da Fiocruz, através das bibliotecas. Os artigos compartilhados através do autoarquivamento são curados pelos profissionais de informação da instituição. Algumas bibliotecas, como a Fiocruz Bahia, têm se esforçado para incluir todos os artigos de seus pesquisadores e alunos no Repositório fazendo um trabalho ativo de busca das publicações nas bases de dados especializadas. Neste momento a Fiocruz avança no estudo da Ciência Aberta. e as bibliotecas precisam se preparar para trabalhar neste contexto. Muitos periódicos e agências de fomento estão solicitando um Plano de Gestão de Dados de Pesquisa para o pesquisador. Neste plano precisa constar, dentre outros elementos, o compartilhamento dos dados de pesquisa de forma que ele seja reutilizavel. Estamos falando de metadados, de classificação, de armazenamento, de compartilhamento e de reuso. Estamos falando da expertise dos profissionais de informação, dos bibliotecários.  

Quais as suas perspectivas para a Rede de Bibliotecas da Fiocruz?

MInha perspectiva é que possamos desenvolver uma trabalho articulado e colaborativo. A Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável tem como meta 16.10 – “Assegurar o acesso público à informação”. As bibliotecas da Fiocruz estão e continuarão a trabalhar para que esta meta seja alcançada. Seja através dos livros catalogados ou ebooks disponiblizados, seja através dos artigos indexados e/ou assinados pelas bibliotecas, seja pelo acesso as bases de dados disponibilizadas, seja pelo ambiente criativo e inspirador que temos ou que precisamos ter. Apenas com acesso à informação poderemos garantir o alcance da meta 16.7 desta Agenda que é garantir a,  “tomada de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa”. 

Ao lado, na galeria de fotos do 11º Encontro da Rede de Bibliotecas da Fiocruz é possível ver alguns momentos do evento.

Créditos: Foto: Viviane Veiga - Raquel Portugal (Multimeios/Icict/Fiocruz)