Nos dias 29 e 30, pesquisadores do Observatório Clima e Saúde, do Icict, do Institute pour la Recherche et Développement (IRD), além de especialistas em malária, ambiente, monitoramento e sistemas de informação de institutos da Amazônia e do Ministério da Saúde, realizam no auditório do INCQS o seminário "Clima, paisagem e malária: Construção de um sítio sentinela na fronteira Guiana-Amapá".
O objetivo principal do evento é fazer um balanço das pesquisas existentes na zona de fronteira Brasil-França e estabelecer metodologias para a construção de um sítio sentinela na região, que permita a caracterização e o monitoramento do impacto dos processos ambientais, climáticos e sócio-demográficos sobre a malária.
A região fronteiriça entre a Guiana Francesa (departamento ultramar) e o Brasil, por meio do estado do Amapá, tem uma importância fundamental para a França, pois lá é a maior fronteira terrestre desse país europeu. O país, que já está em estado de alerta em relação à febre viral Chikungunya, e cuja a capital é Caiena, tem 83.846 km² de extensão e uma população de mais de 250.109 habitantes.
A malária é ainda um grave problema de saúde pública na Amazônia e as áreas de fronteira expressam algumas das maiores dificuldades para o seu controle, apresentando simultaneamente uma rápida ocupação de terras, urbanização, mobilidade populacional. Na Guiana Francesa, o número de casos chega a cerca de 1.400 por ano, enquanto o município do Oiapoque soma cerca de 4.000 casos/ano, configurando uma das zonas de maior transmissão de malária das Américas.
Alguns estudos vêm sendo desenvolvidos na região, sendo no entanto restritos a grupos populacionais particulares e locais específicos. Para se aprofundar estes estudos e permitir o monitoramento da transmissão da malária é necessária a integração de bases de dados epidemiológicas, entomológicas, ambientais e sociodemográficas, buscando uma abordagem multidisciplinar para o problema.
O seminário, onde também serão realizadas oficinas, é coordenado pelo responsável pelo Observatório Clima e Saúde, pesquisador Christovam Barcellos, que também é coordenador do Laboratório de Informação em Saúde (Lis/Icict) e pelo pesquisador do IRD, Emmanuel Roux, e conta com as participaçções do diretor do IRD no Brasil, Frédéric Huynh; Rose-Anne Bisiaux, adido de cooperação técnica da Embaixada da França; Peggi Scremin, adido de Cooperação da Ciência e Tecnologia, do Consulado Geral da França; Anne-Elisabeth Laques, pesquisadora do IRD (pesquisadora IRD/UMR ESPACE-DEV; Cooperação UnB/LAGAS-IRD); Annick Fontbonne (pesquisadora IRD/UMR NITRIPASS e Cooperação FIOCRUZ/Recife-IRD); Maylis Douine, do CIC-EC das Antilhas e Guiana Francesas; Sheila Rodovalho, do Ministério da Saúde; Nildimar Honório, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/Fiocruz; Helen Gurgel, da Universidade de Brasília (UnB); Allan Kardec Ribeiro Galardo, do Laboratório de Entomologia Médica (IEPA) do Amapá; Nelson Veiga, da Universidade Federal do Pará (UFPA), dentre outros. A intenção dos especialistas é assegurar a viabilidade de se incorporar ferramentas e dispositivos de monitoramento na região.
A programação (em francês), pode ser acessada ao lado.
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