Célia Landmann Szwarcwald, pesquisadora do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz acaba de receber o Prêmio Professor Liberato John Alphonse Di Dio da Associação Médica Brasileira – edição 2007. A pesquisadora ganhou na categoria melhor artigo científico publicado em 2006 com o trabalho Fatores associados à interrupção de tratamento anti-retroviral em adultos com aids, produzido em conjunto com os também pesquisadores Ana Maria de Brito, da Universidade de Pernambuco, e Euclides Ayres de Castilho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
No trabalho, os pesquisadores analisam as razões que levam os adultos com Aids a interromperem o tratamento com anti-retrovirais. O uso de drogas, as particularidades psiquiátricas e a baixa escolaridade são fatores fortemente associados à não continuidade do cuidado. A pesquisa chama atenção ainda para os adultos jovens, entre 25 e 34 anos, que são os que mais interrompem o tratamento. De acordo com os pesquisadores, os primeiros seis meses da terapia anti-retroviral após a internação são os mais críticos para o paciente e é quando acontece grande número das interrupções.
Ao todo, foram investigados 498 casos no Rio Grande do Norte, entre 1999 e 2002. Os resultados dizem que, em média, para cada dez pacientes, quatro não retornam aos serviços de saúde para dar continuidade aos cuidados. O estudo tomou como critério de não interrupção, o comparecimento a pelo menos 80% das visitas programadas à farmácia para o recebimento das drogas prescritas, por um período de seis meses consecutivos, após a data da prescrição.
O prêmio recebe o nome de Professor Liberato John Alphonse Di Dio, que foi membro do corpo editorial da Revista da Associação Médica Brasileira (RAMB), em reconhecimento às contribuições científicas, títulos, inúmeras funções e honrarias como médico e professor.