As relações da informação com a política, a economia e o poder foram o norte de debate do seminário internacional, organizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) em parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, realizado nos dias 15, 16 e 17 de abril, no salão nobre da Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (RJ). O evento é resultado da tradicional proximidade entre os institutos que, nesse momento, avançaram na articulação de seus programas de pós-graduação Stricto Sensu. O seminário contou com palestrantes internacionais de peso nos campos da comunicação e da informação em ciência e tecnologia tais como os pesquisadores: Sandra Braman, da University of Wisconsin Milwaukee (EUA); Richard Barbrook, da University of Westminster (Reino Unido); e Yann-Moulier Boutang, da Univesité de Technologie de Compiègne (França).
As imbricações das novas tecnologias de informação nos governos, políticas e mercados de capital foram mapeadas nas mesas de debate, que apresentaram as conseqüentes transformações sociais a partir da informação no processo histórico. Os palestrantes versaram sobre como a informação vem assumindo papéis cada vez mais estratégicos, repercutindo nos modos de produção, consumo, na legislação e estruturas sociais. O uso da informação para a ampliação do senso de cidadania e para a democratização do conhecimento também foi abordado com o alerta para a necessidade de os países avançarem na inclusão digital, uma das medidas para atingir a inclusão social.
De acordo com Emir Suaiden, diretor do Ibict, no Brasil, cerca de 60% da população brasileira ainda está excluída da sociedade da informação. No caso brasileiro, a interiorização das ações para ampliar o acesso à informação em ciência e tecnologia foi destacada como fundamental para o desenvolvimento nacional. Atualmente, as novas tecnologias estão restritas as grandes capitais e o interior do País ainda conhecem pouco as bibliotecas digitais e os portais de periódicos em acesso livre, por exemplo. O abandono das bibliotecas pelo ensino fundamental foi apontada como uma das causas para este desnível.
A relação da informação com o histórico da economia global foi apresentada durante o seminário. As exposições destacaram que a nova economia mundial possui diversas hierarquias diferenciadas pelo aprofundamento das tecnologias de informação que influenciam todos os países do mundo. Além disso, o debate apontou o interesse das empresas internacionais na apropriação do conhecimento e concessão de direitos de propriedade como uma oportunidade provocada pela desregulamentação do mercado financeiro. “O que se espera com o atual quadro é o aumento significativo da busca por apropriação de conhecimento”, explicou um dos palestrantes, o professor da UFRJ, José Eduardo Cassiolato.
As mudanças e características do atual sistema geoeconômico mundial, com ênfase na crise que o mundo vive, foram outras temáticas abordadas no transcorrer do painel. “A tendência do desenvolvimento capitalista é tornar o trabalho redundante e substituível, com a informação tendo o potencial necessário para rejuvenescer o mercado. Tudo leva a crer que o capital humano pode superar essa crise”, destaca o professor da University of Illinois (Eua), Dan Schiller.
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