Os profissionais da Biblioteca da Saúde da Mulher e da Criança (Bib. SMC) apresentaram, no 23º CBDD, o projeto sobre a criação da Biblioteca Comunitária para atender a comunidade da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (RJ). Com uma população estimada de 30 mil habitantes, a comunidade surgiu quando ainda se mantinha um centro de acolhimento a pacientes com distúrbio mental e os funcionários começaram a construir casas ao redor para superar a distância do trabalho. Atualmente, 53% do território corresponde à área de preservação ambiental da Mata Atlântica.
O projeto da biblioteca comunitária foi desenvolvido para dar conta de uma carência na região que conta com quatro escolas e - até então - nenhuma biblioteca ou sala de leitura. Ao implantar uma biblioteca física, outra itinerante e uma mídioteca, os profissionais da Bib. SMC se lançaram no desafio de democratizar o acesso à leitura sobre ciência, saúde e meio ambiente, por meio das tecnologias de informação e comunicação. Segundo a chefe, da Bib. SMC, Viviane Santos, o acervo da biblioteca comunitária foi conquistado a partir de parcerias com instituições e editoras que doaram cerca de 80% dos títulos.
Sobre a implantação da Biblioteca, Viviane comentou a dificuldade de a comunidade aderir ao projeto durante sua apresentação. Para ela, a chegada de profissionais da Fiocruz na Colônia pode ter sido interpretada pelos moradores como um passo para a desapropriação dos imóveis por se tratar de uma área de ocupação. A saída encontrada pelos profissionais foi interagir com as crianças, convidando-as a organizar o acervo. “Agora nós estamos organizando um concurso para que as crianças escolham o nome da Biblioteca. Assim, nós conseguimos incluí-las no processo”, explica Viviane.
Atualmente, a aproximação com o público também se dá por meio de palestras sobre saúde e ambiente, tais como amamentação, cuidados com a natureza, entre outros. Falando do projeto, a chefe da Bib. SMC destacou como a comunidade pode ser prejudicada pela falta de informação: “Antes da Biblioteca Comunitária, os moradores se sentiam discriminados por morarem em um local distante. Com a chegada da informação, eles se sentem privilegiados ao saberem que moram em uma reserva ambiental que deve ser preservada”, comentou Viviane.