“Welcome to the age of too much information”. A frase, "Bem-vindo à era do excesso de informação", fez o professor e pesquisador norte-americano do Instituto de Tecnologia da Geórgia (GeorgiaTech) Alan Porter trabalhar a metodologia do tech mining. A partir do enorme volume de artigos e publicações, cada vez mais acessíveis no mundo atual, o programa possibilita a análise das informações coletadas. Porter realizou a palestra “Competitive Technical Intelligence, Innovation and Tech Mining”, no dia 7 de abril, no auditório do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz, a convite da coordenação do Curso de Especialização em Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICTS).
A metodologia de tech mining auxilia a análise de dados expostos em forma de texto. O programa possibilita a construção de matrizes e de mapas de forma rápida, mostrando tendências e sinais de inovação, além de parcerias entre instituições e de estudos de pesquisadores. O programa é realizado a partir da coleta em bases de dados estruturadas para indexar a literatura científica e tecnológica de qualquer área do conhecimento.
As perguntas 'quem?', 'o que?', 'onde?' e 'quando?' dão início ao processo da formulação da estratégia de busca das informações. "We need to treat text as data to gain intelligence", conclui Porter, mostrando que o tratamento de textos como dados promove inteligência.
Alan Porter citou o exemplo brasileiro do estudo da Malária, que está em andamento por pesquisadores do Icict. Por meio da ferramenta apresentada, em busca realizada na base de dados Science Citation Index, observou-se que a Universidade de São Paulo (USP) é a campeã na publicação de papers na área, seguida pela Fundação Oswaldo Cruz.
“Você pode descobrir um conhecimento que possa estar escondido numa base de dados e os alunos e os docentes podem utilizar essa ferramenta”, observa Cícera Henrique, coordenadora do ICTS.
De acordo com Cícera, a ferramenta baseia-se na teoria da Bibliometria, que já existe há algumas décadas. “A base teórica está lá na década de 20, 30. Em algum momento, as tecnologias de informação facilitam o processo de análise de bases de dados. Na década de 80, o computador começa a ser utilizado para esses fins”, afirma.
O Laboratório de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (LabCiTIes) do Icict da Fiocruz, atualmente, possui projetos de pesquisa em andamento que utilizam o tech mining, como o da 'gripe aviária' e o de 'repositórios institucionais'. Além disso, existe o 'Fale-Conosco', um canal de comunicação virtual entre a sociedade e a Fiocruz, que pertence ao Portal Fiocruz. A partir dele, são realizados relatórios periódicos com um panorama da demanda do público.
“A mesma ferramenta que permite enxergar inovação também pode mostrar padrões de demandas. No 'Fale-Conosco', podemos fazer um levantamento a partir do texto. É uma utilização fora do convencional", afirma a coordenadora do ICTS.