Com o intuito de desenvolver uma cartilha para informar à população sobre a toxicidade e os perigos das plantas medicinais, o Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (Sinitox) da Fiocruz visitou o Mercadão de Madureira, onde coletou cerca de 20 amostras de plantas para avaliar o potencial tóxico desse material. A suspeita é que os mateiros (vendedores de plantas medicinais em feiras livres e mercados populares) comercializam o produto sem o profundo conhecimento dos efeitos do mesmo, chegando a prescrever receitas para seus clientes.
'O problema relacionado às plantas medicinais é algo recorrente no Brasil. A sociedade prefere usar as espécies para curar enfermidades pelo fato de serem naturais, mas esquecem que a parte química dos medicamentos é oriunda das plantas’, afirma Maria Aparecida, assistente do Sinitox. Para ela, além de problemas com a dosagem e o consumo, muitas vezes, os cuidados com relação ao plantio, como época certa de coleta, tipo de terra e local apropriado não são respeitados.
Paralelo a isso, o preparo das plantas não leva em consideração as peculiaridades de cada uma, como é o caso do boldo, que deveria ter a sua substância extraída através de pressão, e não com água quente. Com relação às espécies que foram coletadas para análise, destacam-se o Picão (hepatite), Babosa (estômago), Arnica (traumatismo ou escoriações), Tansagem (infecção no útero), Poejo (resfriado) e Guaco (anti-gripal).
O objetivo da pesquisa é promover, com a cartilha, a difusão da informação com relação à toxicidade e as doses certas a serem ingeridas, além de levar conhecimento sobre a função de cada planta. No projeto, haverá o detalhamento de mais de 50 plantas medicinais, que foram encontradas no mercado do subúrbio e, também, no Projeto Sementinha, em que algumas senhoras cultivam as plantas e prescrevem receitas para a comunidade da Maré.
A expectativa é que com a cartilha, casos de substâncias que são ingeridas, ao invés de serem usadas apenas externamente, como é o caso da arnica, podem diminuir de forma gradativa. A cartilha explicará as peculiaridades de cada planta com linguagem mais acessível e será distribuída gratuitamente pela Fiocruz no estado do Rio de Janeiro, mas irá, com o tempo, chegar aos outros estados brasileiros.
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