43% das brasileiras relatam terem sofrido pelo menos um episódio de violência. 30% das crianças, no país, sofrem agressões de parentes. 16% das mulheres já apanharam de seus parceiros. Esses números foram retirados de uma pesquisa nacional e citados, no Dia Mundial da Saúde, durante a palestra Violência: uma questão da saúde materno-infantil. O debate girou em torno da formulação de medidas de segurança e saúde para mães e filhos. Isso porque a análise dos resultados indica que a violência doméstica não é mais uma questão privada, reservada aos arcabouços das famílias. Segundo a palestrante Bárbara Soares, “se quase a metade das brasileiras já sofreram por algum tipo de agressão, isso quer dizer que não estamos tratando de casos isolados e sim, de um problema de segurança e saúde pública”.
Outra palestrante, Cecília Minayo, atentou para o constrangimento dos agredidos como um grande entrave a formulação de medidas mais enérgicas a respeito do assunto. Na opinião dela, quando uma mulher deixa de denunciar o parceiro agressor, fica mais difícil quantificar a violência doméstica. Uma das medidas para contornar essa situação, foi a aprovação, desde 2002, da lei que exige o registro dos casos de agressão atendidos pelo sistema de saúde. Para Bárbara Soares, essa medida pode contribuir para consolidação de um sistema de informação criminais, cadastrado por gênero e raça, por exemplo. “Até hoje, o Brasil não conta com esse tipo de ferramenta que pode mudar, e muito, a situação da criança e da mulher, no país”, aponta Bárbara.
Após a palestra, houve a cerimônia de entrega da Medalha Fiocruz/Instituto Fernandes Figueira do Mérito em Saúde da Mulher e da Criança. Ilma Noronha, Diretora do CICT, participou da cerimônia, entregando a medalha ao Dr. Newton Potsch Magalhães - ex-diretor do IFF e atual presidente da UNIFOC.
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