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Mostra sobre 100 anos da exposição de Dresden é aberta na Fiocruz

por
Cristiane d'Ávila
,
24/03/2011

Foi aberta na manhã desta quarta-feira (23/3), na Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fiocruz, a exposição "Dresden, 1911: 100 anos da Exposição Internacional de Higiene". A mostra celebra o centenário da Exposição de Higiene e Demografia de Dresden, na Alemanha, e traz a público imagens e aparelhos científicos exibidos por Oswaldo Cruz no pavilhão do Brasil, único país das Américas a construir um estande próprio no evento. Na mesma manhã, livros e periódicos científicos alemães pertencentes ao acervo da Fiocruz foram expostos à visitação na Biblioteca de Obras Raras A. Overmeer, no Castelo Mourisco.  

O ponto alto da abertura da exposição foi o pré-lançamento do documentário "Cinematógrafo brasileiro em Dresden", de Eduardo Thielen (historiador e pesquisador da VideoSaúde Distribuidora/Icict) e Stella Oswaldo Cruz Penido (pesquisadora da COC/Fiocruz). O vídeo contém cenas dos dois mais antigos filmes sobre saúde já realizados no Brasil, produzidos por Oswaldo Cruz e apresentados pelo cientista em Dresden, em 1911. Os eventos abrem a programação de aniversário de 25 anos do Icict.

Participaram do evento o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o cônsul da Alemanha no Rio de Janeiro, Michael Worbs, a vice-diretora de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação, Claude Pirmez, o diretor do Icict, Umberto Trigueiros Lima, a chefe do Planejamento do Icict, Adir Güsling, e a pesquisadora da COC Magali Romero Sá.

"Fiquei fascinada, estou impactadíssima com o filme. A noção de 'marketing' de Oswaldo Cruz é impressionante para uma época em que o cinema estava apenas começando. Além do mais, ele insere a saúde e a ciência dentro deste contexto, impressionante", comenta Claude Pirmez, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz. O documentário e a exposição também impactaram o cônsul da Alemanha no Rio de Janeiro. "Estas imagens  confirmam que a rica colaboração científica entre o Brasil e a Alemanha vem de longa data", afirma Michael Worbs. 

De fato, cooperação e colaboração foram essenciais à produção do filme, uma vez que as imagens estavam parte no Brasil, parte na França, o que demandou esforço dos produtores para reuní-las. Além disso, 'Cinematógrafo' contém cenas dos primeiros filmes científicos brasileiras conhecidos, marcando o pioneirismo do Brasil, e do então Instituto Oswaldo Cruz (como era chamada a Fiocruz em 1911), na utilização de imagens em movimento para a comunicação e a informação em saúde. "As imagens em movimento exibidas em 'Cinematógrafo' são um documento de um período importantíssimo da história da saúde pública no Brasil", enfatiza Eduardo Thielen, diretor do filme.

O pesquisador faz referência às imagens dos seguintes filmes, datados de 1911 e exibidos no pavilhão do Brasil na exposição de Dresden, há cem anos: dois que retratam a campanha contra a febre amarela empreendida no Rio de Janeiro por Oswaldo Cruz (com cenas sobre as ações preventivas adotadas pelo cientista na cidade) e "Chagas em Lassance", com imagens de Carlos Chagas na cidade mineira onde filmou pacientes com sintomas desconhecidos, o que o levou, posteriormente, a descobrir a doença que levaria seu nome.

A construção do documentário exigiu um árduo trabalho de investigação para a captação das imagens, levado a cabo por Eduardo Thielen e Stella Oswaldo Cruz Penido. Já a pesquisa bibliográfica sobre a exposição de Dresden ficou a cargo da jornalista Alice Ferry de Moares, também pesquisadora do Icict. "A pesquisa bibliográfica foi toda realizada a partir do acervo da Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fiocruz", conta Ferry.

Segundo Stella Penido, bisneta de Oswaldo Cruz, a recuperação das imagens para a montagem do filme exigiu tempo e um intenso trabalho de garimpagem. "Os filmes sobre a campanha da febre amarela no Rio de Janeiro estavam no Instituto Pasteur, em Paris, e na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Já as imagens de Chagas em Lassance com os herdeiros de Carlos Chagas. O mais interessante é ver como aqueles homens, há um século, já percebiam a importância de uma técnica novíssima, como o cinematógrafo, para o registro de imagens da saúde", completa a pesquisadora.

Fruto de parceria entre o Icict, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a Vice-presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação e o Bernhard-Nocht Institut für Tropenmedizin de Hambrugo, o evento é uma das atividades de encerramento, no campus da Fiocruz em Manguinhos, do Ano de Cooperação Brasil-Alemanha em Ciência, Tecnologia e Inovação, inaugurado em 12 de abril de 2010. Entre as atividades do "Ano" está o Simpósio Internacional "Relações médico-científicas entre Brasil e Alemanha: história e perspectivas" (23 a 25/3), organizado pela COC. Os eventos promovem o debate sobre as relações científicas entre os dois países nos séculos 20 e 21.

 

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