Com o objetivo de avaliar a cultura de segurança do paciente em hospitais públicos da Região Metropolitana do Recife (Pernambuco), Alexssandro da Silva, aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação Científica em Saúde (PPGICS), do Icict/Fiocruz, fez a sua tese de doutorado, intitulada "Avaliação da Cultura de Segurança do Paciente em Hospitais Públicos da Região Metropolitana do Recife", que será defendida no próximo dia 20 de abril (sexta-feira), às 9h.
Silva fez o levantamento bibliográfico e uma pesquisa quantitativa realizada com os profissionais da assistência – enfermeiros, farmacêuticos, médicos e técnicos e auxiliares de enfermagem, para obter os resultados de seu estudo, por meio do instrumento Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), desenvolvido pela Agency Healthcare Research and Quality (AHRQ), traduzido e adaptado para o contexto brasileiro em 2013.
Uma das conclusões de seu estudo é que, de acordo com o número de eventos relatados, mais de 80% dos participantes consideram que nos últimos 12 meses não foram preenchidos relatórios de eventos. O aluno do PPGICS conclui que "os membros de equipe (profissionais da assistência) precisam ser sensibilizados sobre os aspectos positivos da cultura de segurança dos pacientes e encorajados a incorporar esses aspectos em suas atividades do dia-a dia".
A defesa de tese de doutorado será realizada no Prédio da Expansão do Campus, sala 213, que fica na Av. Brasil, 4.036, em Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ).
Título: Avaliação da Cultura de Segurança do Paciente em Hospitais Públicos da Região Metropolitana do Recife
Aluno: Alexssandro da Silva
Orientador: Paulo Roberto Borges de Souza Júnior (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Segunda Orientadora: Ana Luiza Braz Pavão (Icict/Fiocruz)
Banca:
Titulares
Dr. Josué Laguardia- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª. Cícera Henrique da Silva- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª. Cláudia Tartaglia Reis – SMS/MG
Drª. Mônica Silva Martins – ENSP/FIOCRUZ
Suplentes:
Dr. Christovam de Castro Barcellos Neto - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª. Mônica de Avelar Figueiredo Mafra Magalhães - ICICT/FIOCRUZ
Data: 20/04/2018 - sexta-feira
Horário: 9h
Local: Sala 213, do Prédio da Expansão do Campus da Fiocruz
Resumo: A melhoria da cultura de segurança tem trazido grande contribuição para o processo de desenvolvimento das organizações de cuidados de saúde, fornecendo uma ampla visão institucional e uma maior confiança dos profissionais. O grande vilão da segurança do paciente – Evento Adverso – vem preocupando estudiosos, profissionais e gestores em saúde, sendo notória a necessidade de ampliar a discussão sobre a cultura de segurança nos hospitais brasileiros.
Objetivo: Avaliar a cultura de segurança do paciente em hospitais públicos da Região Metropolitana do Recife.
Método: Foi realizado um levantamento bibliográfico sistematizado (1ª etapa) e uma pesquisa quantitativa (2ª etapa), por meio de inquérito de base hospitalar com amostragem probabilística representativa dos profissionais de saúde, para avaliar a cultura de segurança dos pacientes, tendo como população-alvo os profissionais da assistência – enfermeiros, farmacêuticos, médicos e técnicos e auxiliares de enfermagem. Utilizou-se o instrumento Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), desenvolvido pela Agency Healthcare Research and Quality (AHRQ), traduzido e adaptado para o contexto brasileiro em 2013. Além da estatística descritiva (médias e proporções), foram utilizados os testes Qui-quadrado e T de Student para testar hipóteses de associação e diferenças de médias, respectivamente. Quando necessário, os testes foram ajustados para comparações de pares com o uso da correção Bonferroni. Valores de p menores que 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.
Resultados: Na primeira etapa, após aplicação da equação de busca na base Medline, o HSOPSC foi utilizado como instrumento de avaliação da cultura de segurança do paciente em 94,8% das publicações. Os EUA, país de origem do HSOPSC, encabeça a lista com 56 (30,4% de n=184) publicações, seguido pelo Irã (13). O Brasil, com oito publicações (4,3%), ocupou juntamente com a China a 5ª posição desta lista.
Na segunda etapa da pesquisa, a maior parte dos participantes foi do sexo feminino (80%), estavam na faixa etária de 30 a 39 anos (33,7%) e possuíam especialização – Pós-Graduação (38,8%). Cerca de 24% dos profissionais declararam ter mais de 20 anos de trabalho na especialidade ou profissão atual, embora a maioria (56%) trabalhe a menos de 6 anos no hospital atual. A percepção geral da segurança do paciente obteve 34,8% de respostas positivas. A dimensão referente às ‘expectativas do supervisor/chefe e ações promotoras da segurança’, obteve maior proporção de respostas positivas (60%) e a dimensão referente às ‘respostas não punitivas aos erros’ a menor proporção (21,2%). No tocante à avaliação global da segurança do paciente no hospital (Patient Safety Grade), avaliada em uma única questão, 32,6% dos participantes consideraram como Excelente ou Muito Boa. Em relação ao número de eventos relatados, mais de 80% dos participantes consideram que nos últimos 12 meses não foram preenchidos relatórios de eventos.
Considerações finais: Mais intervenções educacionais poderiam ser utilizadas, a fim aumentar as notificações de eventos e diminuir a questão da culpabilidade, de forma a crescer o foco na segurança do paciente. Os membros de equipe precisam ser sensibilizados sobre os aspectos positivos da cultura de segurança dos pacientes e encorajados a incorporar esses aspectos em suas atividades do dia-a dia.