Em maio de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o dia 17 de setembro como o Dia Mundial da Segurança do Paciente [3]. Em 2020, a data, a ser celebrada nesta quinta-feira (17/9), terá um caráter diferente, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, e o tema central será “Segurança do trabalhador da saúde: uma prioridade para a segurança do paciente [4]”. Como parte das diversas ações em todo o mundo, a Fiocruz realiza no dia 17/9, às 10h, o seminário online "Desafios e lições da Covid-19 para a segurança do paciente e do trabalhador da saúde [5]".
Webinar dia 17/9
O seminário online foi organizado por meio de parceria entre o Observatório Covid-19, e o Proqualis, vinculado ao Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict). Será transmitido com tradução simultânea em inglês [6], contará com a participação de René Amalberti, importante referência da área e integrante da Foncsi (Fondation pour une culture de sécurité industrielle), e de Magda Costa, gerente de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O debate terá ainda a participação, como debatedora, de Letícia Janotti, membro da Câmera Técnica de Segurança do Paciente do Cremerj e pesquisadora colaboradora do Proqualis, e será mediado por Margareth Portela, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora-geral do Proqualis. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participará com um vídeo de abertura. Criado em 2009, o Proqualis tem foco na produção e disseminação de informações e tecnologias em qualidade e segurança do paciente. O evento online faz parte do projeto O Brasil após seis meses de pandemia da Covid 19 – I Ciclo de Debates do Observatório Covid-19 [7], que vem reunindo pesquisadores nacionais e internacionais com o objetivo de analisar os impactos no Sistema Único de Saúde (SUS), na sociedade e na produção de desigualdades no Brasil.
Para Victor Grabois, coordenador-executivo do Proqualis, os problemas na área da saúde e da segurança do trabalhador não surgiram agora durante a pandemia, mas alguns ganharam mais visibilidade. “Não à toa, o slogan escolhido pela OMS é ‘trabalhadores de saúde seguros, pacientes seguros’. O dimensionamento adequado de profissionais de saúde para cada unidade, as condições adequadas de descanso, de paramentação, os equipamentos, tudo isso já era debatido antes. O que a pandemia traz é uma doença com nível de contagiosidade importante, e também o fato de que ela é transmitida por pessoas assintomáticas. Os profissionais de saúde ficaram muito expostos, e o uso de equipamentos e outras medidas de segurança tornaram-se fundamentais”, afirma.
Segundo informações da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), presidida por Grabois, estudos em diferentes países nos últimos 20 anos indicam que danos causados aos pacientes por eventos adversos constituem causas de mortalidade e incapacidade em todo o mundo, e que cerca de um em cada dez pacientes hospitalizados sofre dano associado aos cuidados à saúde (e que pelo menos 50% poderiam ser evitados). Na atenção primária e ambulatorial, quatro em cada dez pacientes sofrem danos. O Ministério da Saúde divulgou, em 24/8, que até aquele momento mais de 257 mil trabalhadores da saúde no Brasil haviam sido infectados pela Covid-19, com 226 mortes.
Informação para práticas seguras
Em um mundo marcado pelo excesso de informação – que, em vez de esclarecer, gera, muitas vezes, confusão –, a participação do Proqualis na mobilização de 17/9 é essencial, segundo Grabois. “A OMS definiu um termo para resumir essa condição, a ‘infodemia’, ou seja, um excesso de fontes, que gera uma imensa propagação de informações falsas, sem embasamento científico. Então, essa é também uma oportunidade de divulgarmos conhecimento de qualidade, que é o papel do Icict/Fiocruz, dedicar-se a divulgar informação baseada em evidências científicas”, explica. Segundo a OMS, o termo “infodemia” significa: “um excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa” [8].
Grabois acredita que, com as ações, será possível também divulgar informações importantes no enfrentamento da pandemia. “Poderemos falar sobre práticas que oferecem mais segurança para o paciente, mas também para os profissionais de saúde, como paramentação, equipamentos, equipes e fluxos adequados, ventilação nos ambientes etc. Ou seja, é um dia para dizermos: aqui estão informações científicas, e estas são as práticas seguras”, resume.
Links
[1] https://www.icict.fiocruz.br/../..
[2] https://www.icict.fiocruz.br/arquivo-de-noticias
[3] https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6020:oms-pede-acao-urgente-para-reduzir-danos-aos-pacientes-na-area-da-saude&Itemid=838
[4] https://www.who.int/campaigns/world-patient-safety-day/2020
[5] https://www.youtube.com/watch?v=7b9dpH6De1U&feature=youtu.be
[6] https://www.youtube.com/watch?v=p2HK7r10oY8&feature=youtu.be
[7] https://portal.fiocruz.br/o-brasil-apos-seis-meses-de-pandemia
[8] https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52054/Factsheet-Infodemic_por.pdf?sequence=14
[9] https://www.facebook.com/sharer.php?u=https%3A%2F%2Fwww.icict.fiocruz.br%2Fprint%2F5849
[10] https://proqualis.net/