Centro de Estudos do Icict realiza seminário sobre acessibilidade e direito à comunicação, informação e saúde

por
André Bezerra
,
27/11/2015

A importância da acessibilidade para pessoas com deficiência ou funcionalidade reduzida na garantia do direito à comunicação, informação e saúde está na pauta do próximo seminário do Centro de Estudos do Icict, em 09 de dezembro, na Biblioteca de Manguinhos. Realizado em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde (Lis/Icict) e o Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade do Icict, integrado pelo Núcleo de Experimentação de Novas Tecnologias Interativas (Next) e pelas seções de Comunicação e Informação do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (Ctic), o encontro celebrará o Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência (3 de dezembro) e será a primeira atividade a pautar o tema na unidade, assegurando medidas de acessibilidade. 

O Seminário “Deficiência, funcionalidade e acessibilidade: implicações para os direitos à comunicação, informação e saúde” visa mobilizar a comunidade da Fiocruz e a sociedade, em geral, para a implementação de práticas comunicacionais e informacionais acessíveis e formulação de políticas públicas inclusivas, que levem em conta a diversidade de demandas da população. Para isso, o encontro foi dividido em duas sessões, uma com um panorama dos direitos das pessoas com deficiência, legislação e desafios no contexto da assistência em saúde e outra sobre medidas de acessibilidade comunicacional, enfatizando recursos para pessoas com deficiências auditivas e visuais.

Panorama dos direitos das pessoas com deficiência e CIF

Para iniciar o debate, a médica e professora Luiza Santos Moreira da Costa, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (UFF), discutirá o direito das pessoas com deficiência e seus desafios e perspectivas para a formação e assistência em saúde. Em seguida, Miguel Abud Marcelino, do Lis/Icict e Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP-FASE), abordará a evolução de conceitos, interfaces e aplicações da Classificação Internacional e Funcionalidade e Incapacidade em Saúde (CIF), além da Convenção Sobre o direito das pessoas com deficiência das Nações Unidas.

Sob a mediação da pesquisadora Cristina Rabelais (Lis/Icict), coordenadora do grupo de pesquisa ‘Aprimoramento da Política Pública para Pessoas com Funcionalidade Reduzida - Pessoas com Deficiência e Idosos’,  esta sessão do debate visa ser uma iniciativa introdutória em defesa do direito à comunicação e informação para pessoas com deficiência no contexto do direito à saúde, problematizando barreiras existentes para a garantia da acessibilidade e políticas públicas inclusivas, bem como possibilitando uma avaliação crítica das classificações de funcionalidade e da promoção de saúde de forma justa e equitária.

Conhecimento acessível e aberto

“A discussão do acesso aberto à informação e ao conhecimento precisa ser completa. Por isso, não pode deixar de contemplar a questão da acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida”, explica Luciana Danielli, bibliotecária da seção de Informação do Ctic/Icict e integrante do Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade. Com esse enfoque, a segunda sessão terá o tema ‘Direito à comunicação e informação e acessibilidade’’.

O primeiro convidado é Xiko Gonçalves, desenvolvedor de sistemas do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Ele falará de medidas de acessibilidade, a partir de sua experiência profissional e da sua vivência como pessoa com deficiência visual. Também participará dessa mesa o professor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) Jadson Abraão, militante pelos direitos das pessoas com deficiência e que apresentará questões sobre a acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva.

A mediação do segundo encontro será de Paulo Abílio, coordenador do Next e vice-coordenador do Centro de Estudos. Ele explica que, para essa atividade, houve uma preocupação em como assegurar que o seminário fosse mais acessível para pessoas com deficiências do ponto de vista da comunicação e informação, garantindo, por exemplo, intérpretes de Libras.

“Queremos mostrar que é possível prover serviços de forma acessível, seja fisicamente, adaptando equipamentos como bibliotecas e instituições, seja comunicacionalmente, utilizando materiais em braile ou outras formas mais acessíveis para pessoas com deficiência, e também em serviços online, como sites e aplicativos”, aponta Abílio.  “As pessoas com deficiências tendem a ser invisibilizadas e a informação é fundamental para que tenham maior garantia de direitos”, defende.

Oficina de desenvolvimento e acessibilidade para profissionais da Fiocruz 

Após o seminário, o Icict realizará no mesmo local a Oficina "Acessibilidade web: direito à comunicação e informação", das 14h às 17h, com o objetivo de debater a relevância da acessibilidade web, a partir de parâmetros do W3C (WCAG e WAI-ARIA), experiências de implementação de sites acessíveis na Fiocruz e com foco na leitura do código das páginas por usuário que utiliza software leitor de tela. A atividade será fechada e voltada para profissionais de TI, designers e outros trabalhadores da Fiocruz da área de desenvolvimento de sistemas de informação.

Ministrada por Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento web do W3C Brasil, com participação de Carolina Sacramento, profissional de TI da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), a oficina conta com apoio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do escritório brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C Brasil).

Seminário

Deficiência, funcionalidade e acessibilidade: implicações para os direitos à comunicação, informação e saúde

Data: 09 de dezembro de 2015
Horário: De 09h às 13h
Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos
Av. Brasil, 4365 – Pavilhão Haity Moussatché – Campus Fiocruz

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