Na tela, uma saúde que não se vê

por
Wagner Oliveira
,
12/05/2016

Centro de São Paulo: uma violenta repressão policial persegue usuários de crack. As imagens são contundentes e realçam o modo de lidar com a questão, não compreendida na sua dimensão de saúde publica. Sentado na sala, um homem relembra os dias de isolamento no sanatório para pacientes de hanseníase – é a “lepra” segregando e isolando. Imagens em preto e branco, do inicio do século passado, mostram as campanhas de saneamento no Rio de Janeiro. Noutra sequência, surge a figura de Carlos Chagas em plena pesquisa sobre a doença que levou o seu nome. Em ruelas na favela da Rocinha, o enquadramento é autoexplicativo: ali estão os determinantes sociais da tuberculose.

Homero Carvalho e Umberto Trigueiros, atuando na VideoSaúde, relembram. “Ao longo dos anos, percebeu-se a necessidade de criar outras possibilidades de produção audiovisual em saúde, incorporando a criação dos produtores independentes,  ampliando as ações da VideoSaúde.

Uma ideia era a criação de uma carteira de fomento á produção audiovisual, acalentada pela Distribuidora desde 1998. “Em 2006, o então presidente da Fiocruz, Paulo Buss, propôs a distribuição em DVD, a baixo custo,  do vídeo argentino Chagas: uma doença escondida, de Ricardo Previ”, conta Trigueiros.

Foi criado, então, o Selo Fiocruz Vídeo, cujos princípios eram a preservação dos direitos patrimoniais dos títulos distribuídos em três modalidades: vídeos já produzidos (direitos adquiridos); audiovisuais da própria Fiocruz (direitos patrimoniais integrais ou majoritários); e vídeos para produção selecionados em Edital Público (Carteira de Produção), prevendo a aquisição de direitos exclusivos sobre a obra.

Ao vídeo sobre doença de Chagas seguiram-se outros, que deram características próprias ao catálogo do Selo. Foram apoiados documentários de longa, média e curta duração,  animações, dramaturgias, produções com viés histórico.  

Dos dramas de adolescentes `as incertezas que cercam os familiares durante a chegada do Alzheimer; do debate aberto sobre aborto e saúde das mulheres `as práticas de um povo indígena do Alto do Rio Negro; de produções que tratam da epidemia de cesarianas em detrimento do parto natural `a delicada animação que apresenta cientistas brasileiros e suas contribuições.

Homero Carvalho explica que desde a concepção do Selo esta diversidade esteve presente. “Sempre pensamos em induzir as criações de obras sobre os principais problemas de saúde pública, doenças negligenciadas e emergentes, bem como temas de ciência e tecnologia e inovação em saúde, educação e capacitação”. O uso adequado do audiovisual, completa Trigueiros, é um meio extremamente eficaz para a circulação e o entendimento da informação e da comunicação.

O Fiocruz Vídeo, na avaliação dos dois, tem possibilitado que um público mais amplo, não especializado, tenha acesso e se interesse por informações e temas da saúde, facilitando a aquisição dos títulos em oferta em diferentes pontos de venda, a baixo custo, com o parceria da Editora Fiocruz. Um ganho sem duvida inestimável deste jovem projeto que completa dez anos.

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VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz

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