Novas coleções e ferramentas para integrar bibliotecas celebram 30 anos do Icict

por
Renata Augusta
,
11/05/2016

A criação de uma biblioteca com um milhão de itens que engloba obras do século XVII aos dias atuais alicerça uma das maiores instituições científicas da América Latina: a Fiocruz. Centenária e ao mesmo tempo antenada com a era digital, a Biblioteca de Manguinhos abriga o mais expressivo acervo sobre as ciências biomédicas do nosso continente. O próprio sanitarista Oswaldo Cruz fomentou a coleção gerida pelo Icict.

O diretor do instituto, Umberto Trigueiros, avalia esse legado: “Sendo sucinto, a maior contribuição da fundação foi produzir conhecimento sobre as questões da saúde pública com enfoque próprio e tudo o mais redundou desse conhecimento. Não é à toa que uma das primeiras ações dos pioneiros foi instalar uma biblioteca”.

A chefe da Biblioteca de Manguinhos, Fátima Duarte, analisa: “São 115 anos. Temos muito orgulho dessa coleção tão valorizada por Oswaldo Cruz. Abrigamos desde obras raras a periódicos recentes. Compramos bases de dados, periódicos eletrônicos... é uma biblioteca gigantesca”.

“Vivo”. Assim o acervo pode ser definido: “Nos dois últimos anos, incorporamos coleções. O livro mais antigo era de 1648 e agora recebemos uma obra de 1616”, diz Fátima Duarte. A doação da coleção da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) é outra conquista.

“Há livros, artigos, reportagens e fotos sobre a luta contra a Aids. Em pouco tempo estará em acesso aberto”, adianta Umberto Trigueiros. Para o diretor, promover integração no campo da informação é um grande desafio. “Bibliotecas físicas, BVS’s, portais, Repositório Institucional, tudo precisa conversar. A unidade não tem o papel de controlar tudo, mas ajudar a produzir essa sinergia”.

Bibliotecas físicas e virtuais: profissionais do Icict avaliam mudanças na área

Mudanças expressivas na era da informação, como a criação de computadores cada vez mais potentes e a eclosão da internet, propiciaram o desenvolvimento das bibliotecas digitais. O Icict, que coordena dezenas de bibliotecas físicas e virtuais, vivencia a relação entre essas estruturas.

Há cada vez mais interação e transversalidade, avalia o diretor da unidade, Umberto Trigueiros: “A biblioteca hoje não é o livro na estante. É também preservação de obras históricas e raras e a capacidade de colocá-las na rede, em acesso livre, de forma rápida e eficiente. É bom existir a tradição para bebermos dessa fonte. Mas hoje nenhum museu ou biblioteca não interativos sobrevivem”.

As transformações são profundas, analisa a coordenadora da Rede de Bibliotecas Fiocruz, Fátima Martins: “Estamos na era do compartilhamento. Não se consegue mais ser uma biblioteca física que contemple todas as necessidades do usuário”.   

A coordenadora da Biblioteca Virtual em Saúde Fiocruz, Luciana Danielli, vê necessidade de fortalecimento do conceito de produtor e usuário da informação e cita um desafio contínuo: o compartilhamento de recursos informacionais e o investimento em informações estratégicas nas áreas de atuação das unidades da Fiocruz onde as bibliotecas estão localizadas, para atender as demandas dessas comunidades.    

A chefe da Biblioteca de Manguinhos, Fátima Duarte, assinala que as pessoas precisam de informação em vários suportes: “Temos o papel de oferecer uma gama de possibilidades para que elas escolham o que melhor vai satisfazer suas necessidades”.

Rede de Bibliotecas da Fiocruz e Bibliotecas Virtuais em Saúde celebram conquistas

O Icict tem entre os colaboradores para cumprir a missão de disseminar o conhecimento científico e tecnológico em saúde a Rede de Bibliotecas da Fiocruz e as Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVS’s).

Na América Latina há carência de bibliotecas especializadas, segundo o diretor da unidade, Umberto Trigueiros: “As BVS’s têm papel vital para o acesso à informação. A BVS Fiocruz organiza bibliotecas temáticas e permite obter, de forma gratuita e orientada, referências de bases de informação. Em lugares remotos é decisivo saber as fontes sobre certos agravos”.

A criação da BVS Fiocruz foi avaliada como conquista pela coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, Fátima Martins: “O modelo BVS faz parte de uma rede entre outras instituições e universidades latinas e do Caribe. Foi uma conquista porque a Fiocruz ganhou uma autonomia para desenvolver o modelo BVS dentro da instituição, organizar e fazer a gestão”.

Essa autonomia, segundo a coordenadora, Luciana Danielli, contribuiu para um êxito recente: o Programa de Apoio às BVS’s, lançado pela Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC) e pelo Icict. “A instituição ofereceu recursos para sensibilizar a criação de projetos. O programa permitiu desenvolver produtos, serviços ou melhorias dentro da metodologia”, diz.  Para Danielli a hora é de atualizar plataformas tecnológicas, de conteúdos e ampliar métodos.

Entre os avanços da Rede de Bibliotecas da Fiocruz está o novo site, a ser lançado nesse ano de aniversário do Icict, e o sistema de gerenciamento de dados sobre as bibliotecas. A Rede presta consultoria para instituições como as secretarias de Saúde do Paraná e de Belo Horizonte, colabora com a montagem da Biblioteca da Escola Corporativa da Fiocruz e com programas de pós-graduação da fundação.  

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