O “SUS sob austeridade fiscal” é tema da defesa de dissertação de mestrado dia 02/4

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
,
26/03/2024

Hara Flaeschen de Campos analisa em sua defesa de dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação do Informação, Comunicação e Saúde (PPGICS), do Icict, “a construção de sentidos em torno do Sistema Único de Saúde (SUS) e da austeridade fiscal no jornal Folha de S. Paulo (FSP), no contexto da Covid 19. Investigamos a contradição entre argumentos favoráveis ao SUS, fundamental para conter a crise sanitária e, simultaneamente, a defesa da austeridade, expressa na Emenda Constitucional 95 (EC 95) - que significou o desfinanciamento do SUS.” 

Orientada por Rodrigo Murtinho, pesquisador do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces) e professor do PPGICS, Hara concluiu que “mesmo neste contexto tão particular, em que o reconhecimento do SUS alcançou patamares elevados, a perspectiva empresarial da imprensa prevalece e se mantém seu alinhamento à lógica neoliberal.” 

Saiba mais sobre a defesa de Hara Flaeschen de Campos, que acontece no quarta-feira, 02/4, às 14 horas no Prédio Sede do Campus Maré, da Fiocruz, lendo abaixo: 

Defesa de Dissertação de Mestrado 

Título: SUS sob Austeridade: uma análise de editorias da Folha de S. Paulo durante a pandemia de COVID-19 (2020-2022) 

Aluna: Hara Flaeschen de Campos 

Orientador: Rodrigo Murtinho de Martinez Torres (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

 Banca: 

Titulares 

  • Drª Izamara Bastos Machado (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

  • Drª Isabela Soares Santos (DAPS/ENSP/FIOCRUZ) 

Suplentes 

  • Dr. Wilson Couto Borges (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

  • Drª Carmem Emmanuely Leitão Araújo (PPGSP/FAMED/UFC) 

 Data: 02/4/2024 – 4ª feira | Horário: 13h 

Local: Sala 410 – Prédio Sede Campus Maré 

Resumo: A pesquisa propôs analisar a construção de sentidos em torno do Sistema Único de Saúde (SUS) e da austeridade fiscal no jornal Folha de S. Paulo (FSP), no contexto da Covid 19. Investigamos a contradição entre argumentos favoráveis ao SUS, fundamental para conter a crise sanitária e, simultaneamente, a defesa da austeridade, expressa na Emenda Constitucional 95 (EC 95) - que significou o desfinanciamento do SUS.  

Para cumprir nossos objetivos, analisamos 123 editoriais, denominados pelo próprio veículo como “O que a Folha pensa”, publicados entre março de 2020 e março de 2022, cobrindo assim fases distintas da pandemia. O trabalho fundamenta-se nas evidências dos efeitos nocivos da austeridade à saúde das populações (Stuckler e Basu, 2014).  Compartilhamos o pensamento de autores que situam a imprensa como agente discursivo do neoliberalismo (Bóron, 1999; Oliveira 1999; Harvey, 2005; Motter, 2019). Nos baseamos no conceito de SUS Midiático (Machado, 2020), que defende que a imprensa influencia na opinião pública - na produção de sentidos - sobre o SUS. As ideias de Direito à Comunicação e Saúde (Stevanim e Murtinho, 2021) guiam esta dissertação, na intersecção entre apontamentos sobre democratização da comunicação e direito à saúde.   

Os resultados apontam que os editoriais confirmaram a posição da FSP em defesa de medidas de proteção social, como o auxílio emergencial, e em acordo com as orientações científicas. Especificamente em relação ao SUS, ganhou destaque a importância do seu papel no processo de vacinação, e a potência de sua rede para materializar ações de enfrentamento da pandemia. Contraditoriamente a esse discurso, mas coerente com seu alinhamento político, sustentou o imperativo de confiança no mercado e articulou com firmeza argumentos a favor do equilíbrio fiscal e do teto de gastos, entre outras políticas de austeridade.  

Identificamos no material analisado o que apelidamos SUS-necessário, a articulação de características que apresentam um sistema robusto, com estrutura sólida e acúmulo científico, mas não necessariamente público, e condicionado às medidas de austeridade. Concluímos que, mesmo neste contexto tão particular, em que o reconhecimento do SUS alcançou patamares elevados, a perspectiva empresarial da imprensa prevalece e se mantém seu alinhamento à lógica neoliberal.  

  

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