Para avaliar a eficácia e mapear os problemas de um sistema de saúde não basta atribuir notas a critérios estanques. Em vez disso, é essencial levar em conta a diversidade de contextos políticos, sociais e econômicos. Foi com base nessa ideia que nasceu, há 15 anos, o Projeto Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (PROADESS). Desde então, seus relatórios e estudos — que associam bancos de dados, inquéritos e censos — têm fornecido insumo precioso para pesquisas científicas e para a formulação de políticas públicas.
Não à toa, a história do PROADESS se confunde à do próprio Icict. Em meados dos anos 80, surgiam na Fiocruz os setores que dariam origem ao instituto, e que tinham como base a ideia de unir informação e saúde. Ao mesmo tempo, dados sobre a saúde que estavam armazenados em grandes sistemas, como o de Mortalidade e o Hospitalar, tornavam-se disponíveis no recém-criado Datasus, e a Fiocruz passava a colaborar com o IBGE na criação de inquéritos domiciliares sobre a área.
Isso abriu caminhos para que, em 2000, surgisse o PROADESS, numa parceria entre diversas instituições. “Ao contrário dos sistemas de avaliação que atribuem scores e comparam subsistemas, o PROADESS busca avaliar diferentes aspectos do desempenho dos serviços de saúde, como acesso, efetividade, eficiência e adequação do cuidado da atenção”, diz Viacava.
Tal pioneirismo permitiu que, em 2000, o Brasil buscasse um modelo de avaliação alternativo ao que propunha a OMS, com critérios considerados limitadores. “Ao contrário dos sistemas de avaliação que atribuem scores e comparam subsistemas, o PROADESS busca diferentes aspectos do desempenho dos serviços de saúde, como acesso, efetividade, eficiência e adequação do cuidado da atenção. Critérios que dependem da estrutura do sistema, das condições de saúde e de seus determinantes”, explica Viacava.
Para seguir adiante, o PROADESS precisa enfrentar sua maior dificuldade: “Para o cálculo dos indicadores é necessário padronizar informações de diferentes sistemas, de forma que possam ser feitas comparações no espaço e no tempo. Isso significa a necessidade de pessoal especializado para gerenciar a base de dados e desenvolver sistemas de disseminação das informações”.
Hoje, o grande desafio do projeto é encarar a regionalização do sistema, com a produção e a análise de indicadores para as Regiões de Saúde. Além disso, entre seus planos está a realização de seminários com gestores da saúde, em 2017, e o investimento em geoprocessamento.
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