A Dengue já alcança números alarmantes no primeiro trimestre deste ano. Até o dia 29 de fevereiro, foram registrados 10.031 mil casos na capital do Rio de Janeiro. Em todo o estado são 13.324 mil registros, sendo 150 do tipo hemorrágico. Para prevenir a proliferação do mosquito, o uso de inseticidas torna-se um hábito cada vez mais freqüente nos domicílios. Mas, é preciso ter atenção para o manejo com este tipo de produto, que apresenta um grande número de acidentes por intoxicação.
O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas da Fiocruz (SINITOX) divulgou a ocorrência de 2.590 casos de intoxicação por agrotóxico de uso doméstico (inseticidas, fungicidas, herbicidas), no ano de 2005. O alvo mais recorrente ainda são crianças menores de cinco anos. A curiosidade natural da idade pode levar meninos e meninas a alcançarem sprays aerosol ou mesmo pastilhas de mata-mosquitos, quando armazenados em local impróprio.
No Rio de Janeiro, aconteceram quase 10% dos casos de intoxicação, um total de 205 acidentes. O estado registrou dois óbitos dessas ocorrências, e o resto do país teve mais três no período. 133 desses casos pertencem à chamada intoxicação acidental. Problemas de manejo, ou de quantidade adequada da utilização do produto, e onde se guarda o produto, para manter-se longe do alcance de crianças, são grandes causadores dos acidentes com esse tipo de substância.
Bebês menores de um ano foram acidentados em 14 registros, dos 205 no Rio de Janeiro, e meninos e meninas entre um e quatro anos chegaram ao número de 79 intoxicações, no mesmo ano de 2005.
A intoxicação por inseticida pode se manifestar por problemas respiratórios, dores de cabeça, entre outros sintomas particulares. A utilização do produto, portanto, deve ser feita após a leitura da bula, seguindo suas instruções, para evitar riscos. Muitas vezes, medidas simples, como colocar telas nas janelas, mosquiteiros em berços, podem ser mais adequadas do que fazer uso de inseticidas. Os agrotóxicos de uso doméstico devem ser guardados longe do alcance das mãos e olhos das crianças, separados de alimentos e bebidas.
A coordenadora do Sinitox, Dra. Rosany Bochner, atenta para um caso específico de manejo do produto muito comum atualmente.
"As pessoas acham que os inseticidas que não têm cheiro não fazem mal nenhum. Mas, o que não se sabe é que o princípio ativo é o mesmo. A questão é que o solvente dos sem cheiro é a base de água, e não de querosene. É uma propaganda enganosa. Dessa forma, as pessoas colocam mais produto e isso pode causar intoxicação", observa a coordenadora.
Para Rosany, a eliminação dos focos de proliferação do mosquito ainda é a grande arma para a prevenção da dengue, o que diminui o uso de agrotóxicos de uso doméstico. Os meios de prevenção e as formas de combate da doença estão em constante divulgação na mídia, a fim de controlar o número de infectados pelo agente transmissor, o Aedes aegypti.
No Rio de Janeiro, existem dois Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATs). Pode-se entrar em contato com Centro de Controle de Intoxicações de Niterói, na UFF, pelos telefones (21) 2717-0148 (ramal 4), 2717-0521, 2717-9783, 2629-9255 e 2629-9021. Já o CIAT da UFRJ possui o número de telefone (21) 2573-3244. Além disso, pessoas de qualquer lugar do Brasil também podem ligar para 0800-722-6001.
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