Uma ideia. Um projeto. Foi assim que nasceu o acervo do Banco de Materiais Educativos sobre Hanseníase, resultado do trabalho pioneiro desenvolvido por Adriana Kelly Santos, pesquisadora do Laces – Laboratório de Comunicação em Saúde/Icict e por Simone de Souza Monteiro, pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde (Leas), do Instituto Oswaldo Cruz.
O projeto teve como objetivo principal coletar o material existente nos serviços de saúde do SUS e preservá-los, “uma vez que as iniciativas de preservação são raras”, explica Adriana. A tese de doutorado que deu origem ao projeto foi A palavra & as coisas: produção e recepção de materiais educativos sobre hanseníase, defendida na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), em 2009, por Adriana, com a orientação de Simone Monteiro.
A pesquisadora do Icict fez um trabalho meticuloso, entrando em contato com diversas instituições governamentais e da sociedade civil para coletar em 24 estados do país os cartazes, cartilhas, folhetos, cds, adesivos, alguns álbuns seriados, cartões postais e jogos, totalizando 276 unidades.
Segundo Adriana Kelly, a ideia de “disponibilizar o acesso desses materiais, como fonte de consulta para os trabalhadores do SUS, pesquisadores, usuários do Sistema e aqueles interessados no tema, cumprindo assim o papel de democratizar o acesso aos materiais produzidos”, também foi crucial na produção do trabalho e explica: “a maior parte estava distribuída nos serviços de saúde, alcançando apenas a população que frequenta esses locais. E com o acervo digitalizado, ampliamos a possibilidade de acesso.” No acervo, é possível encontrar materiais de importância histórica, como uma cartilha do Rio de Janeiro de 1972, além de materiais das campanhas nacionais de hanseníase.
A pesquisadora do Icict destaca a importância da regionalidade na produção de cada estado: “em Pernambuco, são usadas expressões locais, como ‘oxente’, por exemplo”, explica e afirma: “a veiculação de imagens de artistas e depoimentos de pacientes e profissionais de saúde também é outro recurso para criar a credibilidade das campanhas”.
O material físico está disponível na Biblioteca de Saúde Pública, na Ensp, e o digital pode ser acessado no portal Fiocruz, na seção “Serviços de Saúde [3]”. O Banco utiliza um sistema de classificação, que foi feito a partir de uma análise temática e descritiva do material coletado. Nele, é possível fazer a pesquisa por estados, formato e temas. No campo “Busca”, por exemplo, pode se procurar “hanseníase + lepra”, que o sistema pesquisará os dois temas simultaneamente.
Segundo Adriana, a expectativa com essa iniciativa “é que os gestores de programas de controle de hanseníase e as organizações não-governamentais possam fazer uso do acervo para traçar novas campanhas de saúde, otimizando o uso desses recursos nas ações de Comunicação e Saúde do Sistema Único de Saúde”.
Arte: Agência Fiocruz de Notícias/Portal Fiocruz
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[7] http://hanseniase.icict.fiocruz.br/