Como estamos nos comunicando no SUS?

por
Roberto Abib (Nerj/Ministério da Saúde)
,
20/09/2018

Construir a cada dia um processo mais qualificado para atender a população do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta foi a fala de Ildenê Loula, da área de Ensino e Pesquisa da Coordenação Geral da Assistência do DGH/MS, que abriu o evento Redes de Comunicação e SUS, realizado na última terça-feira (18/09), no auditório do 10º andar do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (NEMS/RJ). O encontro teve o objetivo de propor um diálogo sobre a importância das redes no cotidiano da saúde e refletir sobre as práticas de comunicação na saúde pública atravessadas pelas tecnologias midiáticas.

A assessora técnica da Coordenação Geral de Assistência (CGA/DGH), Rosamélia Cunha, destacou o olhar para outras áreas que não seja a médica como parte indispensável para a melhoria da saúde pública. “No contexto em que vivemos, refletir sobre a Comunicação é relevante diante das notícias falsas que envolvem a área e confunde a população, mas também é pensar sobre a democracia de uma maneira geral e específica no âmbito da saúde”. Em consonância à Rosamélia Cunha, o coordenador assistencial do DGH, Luiz Lomelino, ressaltou que esse olhar além do assistencial é compreender a saúde no seu sentido amplo.

Iniciando as apresentações, o pesquisador do Laboratório de Comunicação e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Laces/Fiocruz), Igor Sacramento, relatou momentos da história em que boatos tiveram destaques nos fatos da área da saúde, tendo como pressuposto teórico o conceito de cosmologia cultural. “Procuro pensar e refletir sobre os relatos dos sujeitos, o que dizem e como dizem em relação à visão de mundo dessas pessoas no seu período histórico”. O pesquisador também comentou sobre os sentidos de saúde da contemporaneidade marcados pela lógica do risco e do estilo de vida. “Ser saudável está muito mais condicionado ao meu estilo de vida em detrimento aos determinantes sociais”.  Ao fechar o relato, Igor Sacramento sugere uma análise nos sistemas de crenças da contemporaneidade que possibilitam o descrédito das informações governamentais.

Na segunda apresentação, a jornalista do Ministério da Saúde e doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Pâmela Pinto, fez uma análise da atuação do MS em sua rede social Instagram com ênfase nas campanhas de amamentação. A pesquisadora relatou que o conceito de Marketing 4.0 norteou a sua pesquisa, cujos pressupostos entendem que a projeção da marca se baseia pela individualidade e pela ideia de interação.  Ao destacar os textos de apresentação das redes oficiais, notou-se uma regularidade do termo diálogo, porém a jornalista observou pouca interação com os usuários da rede oficial.

Em conversa com os participantes, pesquisadores e o público que assistiu às exposições, ressaltaram a importância das redes para a qualificação do SUS por meio do diálogo com a população e tais eventos como esse são fundamentais para reflexão sobre as práticas comunicacionais mediadas pelos profissionais de comunicação no âmbito da saúde.

Créditos:

Fotos: Marcelo Queiroz (Merj/Ministério da Saúde) | Montagem: Graça Portela (Ascom/Icict/Fiocruz)
 

Comentar

Preencha caso queira receber a resposta por e-mail.

Galeria de fotos

Igor Sacramento (no destaque) - Fotos: Marcelo Queiroz (Nerj/Ministério da Saúde)
Pâmela Pinto (no destaque) - Fotos: Marcelo Queiroz (Nerj/Ministério da Saúde)
Ildenê Loula, Luiz Lomelino e Rosamélia Cunha - Gestores do Ministério da Saúde - Fotos: Marcelo Queiroz (Nerj/Ministério da Saúde)
Palestrantes do evento e auditório - Fotos: Marcelo Queiroz (Nerj/Ministério da Saúde)
Igor Sacramento, Antônio Vianna e Pâmela Pinto - Fotos: Marcelo Queiroz (Nerj/Ministério da Saúde)
Montagem: Graça Portela (Ascom/Icict/Fiocruz) -  Fotos: Marcelo Queiroz (Nerj/Ministério da Saúde)

Assuntos relacionados

Ministério da Saúde realiza palestra “Redes de Comunicação e SUS” dia 18/09

Evento, que acontece no Rio de Janeiro, discutirá sobre as práticas de comunicação do SUS nos ambientes midiáticos

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
Av. Brasil, 4.365 - Pavilhão Haity Moussatché - Manguinhos, Rio de Janeiro
CEP: 21040-900 | Tel.: (+55 21) 3865-3131 | Fax.: (+55 21) 2270-2668

Este site é regido pela Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, que busca garantir à sociedade o acesso gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de toda obra intelectual produzida pela Fiocruz.

O conteúdo deste portal pode ser utilizado para todos os fins não comerciais, respeitados e reservados os direitos morais dos autores.

logo todo somos SUS