Conferência Nacional de Saúde reforça participação social e relação entre democracia e saúde

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Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz
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07/08/2019

Durante quatro dias, delegações de todo o país se reuniram em Brasília para a 16ª Conferência Nacional de Saúde, o encontro que simboliza a maior expressão da participação social do Sistema Único de Saúde (SUS), integrando gestores, profissionais de saúde e os usuários do sistema.

De 4 a 7 de agosto, delegados e delegadas se debruçaram sobre os maiores desafios para a efetivação do direito à saúde e consolidação efetiva dos princípios do SUS, temas dos eixos desta edição. Ao retomar alguns dos temas da reforma sanitária, a conferência foi chamada de “oitava mais oito”, em alusão às conquistas da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que contribuiu para lançar as principais bases do SUS.

A contribuição do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) para esta edição se deu por meio do audiovisual. O instituto promoveu no primeiro dia de atividades o debate “O que <ainda> nos move”, coordenado pela jornalista e cineasta Daniela Muzi, da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.

A Tenda Paulo Freire, tradicional espaço de encontros da rede de educação popular em saúde, foi palco da exibição do documentário O que nos move (2017), que retrata o cotidiano de três participantes durante a 15ª Conferência Nacional de Saúde, em 2016. Ao registrar a participação social, o filme aborda o diálogo democrático e a mobilização de diferentes agentes em torno dos direitos relacionados à saúde e ao bem-estar social.

O desafio do diálogo

“Há quatro anos, viemos para cá literalmente com uma câmera na mão e a pergunta ‘o que move a participação social?’. Eu queria muito conhecer a luta que mobiliza os delegados e delegadas que estão aqui, que passaram por outras conferências num percurso longo e que chegaram aqui para defender um direito de todos e todas”, pontuou Daniela Muzi, durante o debate que se seguiu à exibição. 


A jornalista Daniela Muzi, do Icict, apresenta o filme 'O que nos move' (Crédito: Icict/Divulgação)

Motivados pelo filme, participantes da 16ª CNS destacaram a importância da manutenção do diálogo entre os mais diversos segmentos que compõem o universo do SUS, seja como usuários, gestores ou profissionais. “É um espaço de conquistas, de agregação de valores, de mostrar para as pessoas que estamos do mesmo lado e que a gente precisa defender o Sistema Único de Saúde”, afirmou Andrey Lemos, servidor público federal que atuou em atividades culturais durante o evento.

A equipe de comunicação do Icict/Fiocruz aproveitou o mote do debate e gravou depoimentos de participantes da 16ª CNS respondendo à seguinte pergunta: “O que ainda nos move?”. As respostas e relatos sobre a participação desses conferencistas está publicada nas redes sociais do instituto.

Saúde contra a desinformação

Dentre os temas de comunicação, informação e saúde, um dos destaques da 16ª Conferência foi a atividade autogestionada Fake News, democracia e saúde, coordenada pela jornalista Márcia Turcato, do movimento Ética na Informação, com participação da equipe de comunicação da Fiocruz Brasília. 

“Viemos aqui para discutir sobre a importância da informação como um bem público e que deve ser compartilhado. A desinformação é uma estratégia que precisa ser combatida, pois vem sendo usada como ferramenta para prejudicar nossa saúde, nosso bem-estar e a sociedade como um todo”, afirmou a jornalista. A atividade contou com uma oficina para os delegados com métodos e dicas de checagem rápida de informação e de notícias que circulam em redes sociais, apresentada pelos jornalistas Wagner Vasconcellos e Nayane Taniguchi, da Fiocruz Brasília.

Oitava mais oito

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, saudou o resgate dado pela 16ª CNS aos ideais da “Oitava”, como é chamada a conferência de 1986. “É importante pensar como esta ‘oitava mais oito’ retoma os temas de Sergio Arouca [figura histórica, ex-presidente da Fiocruz, um dos líderes da Reforma Sanitária e do movimento de criação do SUS], tão caros à Fundação Oswaldo Cruz, como a luta para que o Brasil seja um país menos desigual, com qualidade de vida, ou seja, com a ‘saúde’ na definição legada pela conferência de 1986, e que retomamos hoje”, apontou.

Para Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, a etapa nacional da 16ª CNS cumpriu seu papel e aponta um caminho de trabalho contínuo para os atores envolvidos nos três eixos que a guiaram. “Tivemos aqui mais de 5,5 mil pessoas e temos, a partir dos resultados dos Grupos de Trabalho e da plenária que aprovou as propostas e resoluções, um conteúdo muito importante, que será levado ao Plano Plurianual, ao Plano Nacional de Saúde, ao Congresso Nacional e também nos processos de devolutiva, num processo que estará acontecendo até a 17ª Conferência”, ressaltou.

Ver de perto a relação direta entre saúde e democracia foi um dos pontos altos do evento para o diretor do Icict, Rodrigo Murtinho. “Tivemos a oportunidade de comprovar que muitas são as razões que nos fazem estar aqui, mas a principal que cabe ressaltar, na atual conjuntura, é a importância da participação social na defesa da saúde como um direito, e na construção coletiva do SUS”, destacou.

Todos os documentos com eixos e diretrizes aprovados na 16ª CNS ficarão disponíveis no site do Conselho Nacional de Saúde, que também está realizando uma ampla cobertura colaborativa do evento, com a participação de 53 profissionais de comunicação, informação e saúde. 

Veja a cobertura completa sobre o evento no site da 16ª Conferência Nacional de Saúde.
 

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