Coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz analisa formação de profissionais

por
Cristiane d'Avila e Graça Portela
,
17/04/2014

Em março último, a coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, Fátima Martins, participou, a convite da Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde (APDIS), da XI Jornada da APDIS, em Lisboa. Na sessão intitulada “Cooperação na área de Documentação e Informação em  Saúde: PALOP: Rede e-Portuguese”, Fátima apresentou o trabalho Avaliação da Formação Técnica em Informação em Saúde para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor Leste: alguns pontos para reflexão. Trata-se de um estudo de caso - quantitativo e qualitativo - sobre formação de profissionais de informação em saúde, para atuação em bibliotecas, centros e/ou serviços de informação e documentação em saúde nas cooperações técnicas do Brasil com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor Leste (PALOP e TL).

No trabalho, a coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz analisou documentos relativos à formação técnica em Informação em Saúde de profissionais dos PALOP e TL, em cursos realizados nestes países no ano de 2012. Foram avaliados a proposta pedagógica, o plano de curso, relatórios, instrumentos de avaliação e questionários. De acordo com Fátima Martins, os achados dessa avaliação poderão contribuir para melhorar a qualidade das formações futuras, por meio das reflexões sobre os problemas técnicos, infraestruturais e pedagógicos enfrentados, bem como promover ajustes e reformulações, uma vez que o projeto político/pedagógico é dinâmico e deve passar por constantes avaliações

“O trabalho pretende dar subsídios para se avaliar o desempenho dos professores e alunos nas disciplinas, favorecer a reflexão dos atores envolvidos sobre a importância de sua inserção no processo de formação, além de contribuir para delinear a demanda de competências básicas para criar, manter e gerir bibliotecas de saúde nas instituições públicas e acadêmicas da área da saúde nos PALOP e TL”, explica a pesquisadora. Em entrevista ao site do Icict, Fátima falou sobre a experiência:

Como foi a repercussão de seu trabalho na XI Jornada?

Fátima Martins: A repercussão foi ótima... Cada vez tenho sido mais procurada, fiz muitos contatos com bibliotecários de Portugal e dos PALOP. Está se dando um reconhecimento muito bacana, estou feliz e muito empolgada. 

Que resultados você destacaria do trabalho apresentado? 

Fátima Martins: Posso destacar dois, são eles: quanto à oportunidade, foi um espaço singular para a troca de conhecimentos e experiências. Quanto aos desafios atuais, existe um déficit de profissionais de documentação e informação qualificados e a necessidade gigantesca de implementação de mais programas, nos moldes do Programa de Formação Técnica em Informação em Saúde para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste (FTIS) para formação de quadros,  que contribua para o aumentao da produção de conhecimento e a melhoria da qualidade dos sistemas de saúde dos PALOP, na perspectiva da cooperação internacional Sul-Sul, colaborativa e solidária.

O trabalho apresentado seria um passo para a integração dos países de língua portuguesa? Por quê?

Fátima Martins: Posso dizer que sim, pois o trabalho demonstrou que o FTIS contribuiu efetivamente para a formação dos profissionais da informação em saúde, em especial os africanos, que dificilmente teriam acesso algum curso deste escopo em seus países. Visando a atualização de conhecimento em biblioteconomia, o curso teve como beneficiários diretos um total de 26 quadros ligados às Bibliotecas e Centros de Documentação em saúde dos PALOP, tendo a distribuição por países sido a seguinte: Angola: 6, Cabo Verde: 9, Guiné-Bissau: 3, Moçambique: 6, São Tomé e Príncipe: 2. O sentido do FTIS vai além da formação. Posteriormente, ocorreram algumas replicações no interior de Moçambique e a criação de grupos de trabalho em Cabo Verde.

Que benefícios o trabalho trará para a Rede de Bibliotecas da Fiocruz? Há a preconização de um intercâmbio com profissionais e alunos dos países de língua portuguesa?

Fátima Martins: Os achados dessa avaliação poderão contribuir para melhorar a qualidade dos próximos cursos, projetos, outras iniciativas, promovendo a reflexão e contribuindo para delinear a demanda de competências nas bibliotecas de saúde nas instituições públicas e acadêmicas nos PALOP. Sim... estamos avaliando os caminhos. Gostaria muito de desenvolver um projeto no estilo dos Bibliotecários sem Fronteiras.

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