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Na próxima sexta-feira, 31 de julho, será realizada a defesa de tese de doutorado, intitulada "Tecnologias do Cuidado de Si: o uso de aplicativos de saúde para o gerenciamento do câncer", do aluno Allan de Gouvêa Pereira, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)/Icict.
A tese tem como alguns de seus resultados "como a perspectiva individualizante, prevista pela literatura, se confirma, com a internalização do cuidado de si, da cultura terapêutica e da prevalência do biográfico". Além disso, Pereira aponta em sua análsie que "conjugadas a essas lógicas, coexistiam outras, com distintos usos das tecnologias da saúde, reconfigurando o lugar do cuidado e trazendo de volta a afirmação da autoridade do médico e a expansão de abrangência das instituições de saúde".
A defesa será realizada virtualmente, por conta da pandemia. Veja abaixo outras informações, horário, endereço on-line da defesa e seu resumo.
Título: Tecnologias do Cuidado de Si: o uso de aplicativos de saúde para o gerenciamento do câncer
Aluno: Allan de Gouvêa Pereira
Orientadora: Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Banca:
Titulares
Suplentes
Data: 31/07/2020 | Horário: 14h
Sala Virtual: https://zoom.us/j/93628153497
ID da reunião: 936 2815 3497
Senha de acesso: 892993
Resumo: Esta tese teve como objetivo investigar os sentidos e as formas de apropriação e produção de aplicativos concernentes aos processos de saúde e doença, que estão ligados ao gerenciamento do câncer, especificamente aqueles voltados ao automonitoramento. Buscou, assim, identificar as marcas e regularidades discursivas desses produtos tecnológicos, em face da prática de autovigilância, refletindo sobre a relação dos usos desses artefatos com a produção contemporânea de subjetividades, além de analisar as consequências dessa utilização sobre as relações estabelecidas entre profissionais da saúde, pacientes e familiares.
Para tal, foram mobilizadas perspectivas teóricas sobre o cuidado de si, a lógica do risco e o fenômeno de biomedicalização, assim como reflexões sobre a cultura da conectividade e a dataficação das sociedades contemporâneas. Para alcançar os objetivos propostos, adotou-se o método etnográfico e a pesquisa se estruturou em três movimentos.
O primeiro deles consistiu no mapeamento dos mais de 400 aplicativos relacionados ao câncer, disponíveis nas duas principais lojas virtuais (Google Play Store e Apple App Store); o segundo, na seleção de 13 apps de automonitoramento de câncer e na observação de seus elementos: textos, imagens e caminhos que eles nos convidam a ler, ver e percorrer; e o terceiro, no qual entrevistamos três profissionais de saúde envolvidos com o desenvolvimento desse tipo de aplicativo e duas usuárias.
Dentre as suas principais contribuições, a investigação mostra como a perspectiva individualizante, prevista pela literatura, se confirma, com a internalização do cuidado de si, da cultura terapêutica e da prevalência do biográfico. No entanto, constatou-se que, conjugadas a essas lógicas, coexistiam outras, com distintos usos das tecnologias da saúde, reconfigurando o lugar do cuidado e trazendo de volta a afirmação da autoridade do médico e a expansão de abrangência das instituições de saúde. Importa destacar ainda que todo esse debate se deu, levando-se em conta a cultura da conectividade e os fenômenos de dataficação, os quais influenciaram, sobremaneira, as relações entre público e privado.
Imagem: Mão segurando celular - Creative Commons (CC)
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