Fim do ICML9, recomeço da equidade

por
Rafael Cavadas
,
25/11/2005

Cerca de 1200 pessoas, de 53 países, participaram do 9° Congresso Mundial de Informação em Saúde e Bibliotecas (ICML9). Entre os dias 20 e 23 de setembro, foram apresentados 208 trabalhos livres e 164 pôsteres voltados para a discussão da eqüidade da informação em saúde, tema do evento. Além das plenárias, o centro de convenções de Salvador abrigou também a 4° Reunião de Coordenação Regional de BVS e o 7° Congresso da América Latina e Caribe de Informação Científica em Saúde, além I Festival Internacional de Humor em DST e Aids e uma feira com estandes de editoras e instituições de pesquisa.

Na retrospectiva do ICML9, podem ser destacadas a polêmica de Iain Chalmers, sobre a qualidade da produção científica e o desperdício de dinheiro público. Chalmers diz que o trabalho vem desagradando a comunidade científica e editores, “mas a população é que deveria estar indignada”, afirma o pesquisador que gerou polêmica nos corredores do centro de convenções de Salvador.

A apresentação de Auki Tituaña, prefeito de Cotacachi, foi outro momento marcante. Auki fez questão de dividir a sua fala com a esposa, Luz Maria, num gesto que ele definiu como “eqüidade de gêneros”. Auki apontou a participação popular como uma das formas de garantir uma gestão igualitária e eqüanime.

Leni Rhime, diretor da Health Library da universidade da Flórida, fez parte da comissão julgadora dos trabalhos inscritos no congresso. Na visão de Rhime, a maioria dos trabalhos trouxe uma contribuição da utilização prática das tecnologias de informação, embora acredite que os estudos devem ter uma divulgação mais ampla para a sociedade.

O acesso ao conhecimento também foi defendido por Ariel Pablos, diretor do departamento de gestão e compartilhamento do conhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ariel acredita que o conhecimento tácito não pode ser usado como moeda de troca. Para ele, o conhecimento é um bem público e deve diminuir a brecha entre o que se sabe e o que se faz.

Para a participante Adriana Mesquita, o ICML9 foi rico de discussões, que não devem ser encerradas com o evento. “O congresso rendeu frases que serão levadas para as nossas casas e modificaram a vida e o trabalho das pessoas”, disse ela. Um exemplo foi a frase de Lúcia Santa-ella, especialista em comunicação e semiótica, onde ela destacou que “a cibernética é a alquimia do nosso tempo e os computadores, o solvente universal”.

Outra que definiu a importância do ICML9, foi Mirta Rose, diretora da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), em seu depoimento gravado para a abertura. “A gestão da informação e do conhecimento em saúde adquirirá pleno sentido quando cada mulher e cada homem tiverem a possibilidade de usar informação e conhecimento para realizar sua condição de cidadãos e cidadãs livres e na plenitude de saúde”.

Os pesquisadores do CICT levaram 27 pôsteres e 9 trabalhos livres para o ICML9. A participação também se estendeu ao registro de imagem e produção de documentário, além da presença no estande do Ministério da Saúde, com a folheteria das principais ações da unidade, e em seu próprio estande, destinado a divulgar as atividades da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.

 

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