Fiocruz publica orientações sobre acessibilidade e inclusão para profissionais de comunicação

por
Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (CTIC/Icict/Fiocruz)
,
17/09/2020

Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há cerca de 45,6 milhões de pessoas com deficiência no país, o que equivale a 23,9% da população. E aí fica a pergunta: será que quando publicamos conteúdos em sites e redes sociais, lançamos livros ou realizamos eventos levamos em consideração as demandas de pessoas com deficiência para que possam ter garantidos os direitos à comunicação, acesso e participação? Instigado por essa e outras questões, o Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz, lançou a publicação “Orientações gerais sobre acessibilidade e inclusão para profissionais de comunicação”, reunindo informações básicas para a produção de conteúdos web, materiais impressos e eventos acessíveis, com base na legislação vigente no país sobre os direitos das pessoas com deficiência e em diferentes referenciais institucionais.

O documento está disponível em versão digital no Arca (Repositório Institucional da Fiocruz) e foi elaborado por Marina Maria, jornalista da seção de Comunicação do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde da unidade (CTIC/Icict), e diagramado pelo designer Claudio da Silva, do mesmo setor, seguindo as recomendações para a produção de pdf em formato acessível. A publicação foi parte da meta individual dos servidores no Ciclo de Avaliação de Desempenho de 2019/2020 da Fiocruz e apresenta reflexões e orientações decorrentes da participação da autora no Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade da unidade (GT Acessibilidade Icict/Fiocruz) e também no Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência. 

Além disso, resulta de inquietações e observações sistematizadas ao longo da trajetória de Marina como jornalista e ativista pelos direitos de pessoas com deficiência: “Durante a graduação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 2002, participei de um projeto da ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão que foi determinante para a minha formação e vida, e que me fez buscar a construção de práticas comunicacionais mais inclusivas e pela diversidade. Ou seja, práticas cotidianas que não discriminem, valorizem a pluralidade e que, ao mesmo tempo, possam ser acessadas por qualquer pessoa, com ou sem deficiência”, explica. 

Por uma comunicação mais inclusiva

Os conceitos de inclusão e acessibilidade são aprofundados na publicação lançada pelo Icict/Fiocruz, com recomendações que possam ser incorporadas ao dia a dia de profissionais de comunicação. E são disponibilizadas dicas práticas para a produção de conteúdos não discriminatórios ao se referirem a pessoas com deficiência, assim como orientações gerais para organização de materiais impressos e eventos mais acessíveis e elaboração de matérias com mais acessibilidade para sites e redes sociais. “Sabemos que não esgotamos o assunto nessa publicação e, por isso, dizemos que apresentamos informações básicas. Mais do que recomendar que um colega jornalista não utilize a expressão ‘portador de necessidades especiais’ ao se referir a uma pessoa com deficiência, tentamos compartilhar reflexões e reunir marcos referenciais que apoiem o cotidiano desses e de outros profissionais da área para que se reconheçam como parte da construção de uma comunicação mais inclusiva e acessível ”, complementa Marina Maria.  

Entre as referências para as propostas reunidas na publicação, estão a Política de Comunicação da Fiocruz, que apresenta a acessibilidade entre as premissas básicas no diálogo com a sociedade e no contexto da comunicação pública, e a Política da Fiocruz para Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, estipulando ações específicas nas áreas da informação e comunicação. Além da publicação em lançamento, o GT Acessibilidade Icict/Fiocruz e o CTIC, em articulação com o Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, planejam produzir outros materiais com orientações que contribuam para práticas comunicacionais mais acessíveis, envolvendo também desenvolvedores, designers, entre outros profissionais, e fortalecendo o reconhecimento do direito à comunicação e à informação como direitos humanos.

 

Comentar

Preencha caso queira receber a resposta por e-mail.

Assuntos relacionados

Fiocruz reabre curso sobre acessibilidade e os princípios do SUS na modalidade EAD

Conteúdo visa formar trabalhadores da área de saúde para um atendimento mais inclusivo e acessível a pessoas com deficiência

Fiocruz acelera ações de acessibilidade para enfrentar avanço da pandemia

Grupo de Trabalho do Icict atua para garantir informação acessível sobre a Covid-19 para pessoas com algum tipo de deficiência

Para saber mais

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
Av. Brasil, 4.365 - Pavilhão Haity Moussatché - Manguinhos, Rio de Janeiro
CEP: 21040-900 | Tel.: (+55 21) 3865-3131 | Fax.: (+55 21) 2270-2668

Este site é regido pela Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, que busca garantir à sociedade o acesso gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de toda obra intelectual produzida pela Fiocruz.

O conteúdo deste portal pode ser utilizado para todos os fins não comerciais, respeitados e reservados os direitos morais dos autores.

logo todo somos SUS