Pesquisadora do CICT lança Cadernos de Saúde Pública

por
Alessandro Pereira
,
28/03/2006

Mais de 1/4 da população brasileira diz já ter tido algum problema relacionado ao estado de ânimo, esse dado foi apresentado pela Pesquisa Mundial de Saúde (PMS), realizada no Brasil, em 2003. O estudo volta a ser destaque com o lançamento do suplemento do volume 21 dos Cadernos de Saúde Pública (CSP), no dia 29 de março, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.

Os 13 artigos do suplemento analisam respostas obtidas em entrevistas a 5 mil pessoas, de 188 municípios, em 25 estados (Acre e Roraima não entraram). Na ocasião os pesquisadores, sob coordenação de Célia Landmann Szwarcwald e Francisco Viacava, avaliaram o desempenho do sistema nacional de saúde dos brasileiros, a partir de critérios como: faixa etária, sexo, número de bens em domicílio e escolaridade.

Perguntados sobre depressão, ansiedade, tristeza e preocupação, mais de 25% dos entrevistados responderam terem sido afetados por alguma dessas alterações de ânimo, nos 30 dias que antecederam as entrevistas. A pesquisa também revela que a alteração do ânimo independe da classe social, o que não acontece, por exemplo, com a saúde bucal. A PMS aponta que 55,9% das mulheres com mais de 50 anos e até três bens em casa não possuem nenhum dente, enquanto no grupo de mulheres da mesma faixa etária e com mais de oito bens esse número cai para 18,9%.

Entre os participantes que possuem o primeiro grau incompleto, 41% avaliaram a própria saúde como “muito boa” ou “boa”. Porém, entre os que têm segundo grau completo 72% avaliaram sua saúde dessa forma. Segundo Célia, esses números podem indicar a dificuldade de acesso das camadas mais pobres aos serviços de saúde. “Nas áreas com maior concentração de pobreza, muitas vezes associada à baixa escolaridade, há um maior número de pessoas para dividirem o mesmo atendimento. Isso pode justificar a insatisfação dos mais pobres”, revela a pesquisadora.

O estudo constata que 25,8% da população possui plano de saúde, mas mostra que esse serviço está disponível a 64% dos mais ricos e somente a 4% das pessoas de baixa renda. No entanto, comparando o tempo de espera de assistência com internação, a pesquisa verifica que mais 90% dos usuários atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por plano de saúde conseguiram o tratamento em até 24 h, já entre os pacientes com pagamento particular 85% tiveram sua internação no mesmo dia.

 

 

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