PPGICS: Dissertação de mestrado analisa telejornais da Globo e da Record

por
Graça Portela
,
20/04/2018

Na próxima quarta-feira, 25 de abril, às 10 horas, a aluna Marina Carvalho fará a defesa de sua dissertação de mestrado, intitulada “Zika, Substantivo Feminino: produção de sentidos sobre as desigualdades de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos da mulher no telejornalismo nacional”.

A aluna do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde – PPGICS foi orientada pela pesquisadora Inesita Soares Araújo, do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces), do Icict, e teve com como segunda orientadora Raquel Aguiar, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/Fiocruz.

Em sua pesquisa, Carvalho investigou “os sentidos produzidos sobre a mulher e seus direitos sexuais e reprodutivos, tomando como objeto as notícias veiculadas no Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, e no Jornal da Record (JR), da RecordTV”.

Uma das conclusões de sua pesquisa, Carvalho concluiu que “os enunciados de ambos (os telejornais – Jornal Nacional e Jornal da Record) promoveram a naturalização das desigualdades de gênero e o apagamento dos obstáculos ao exercício dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Brasil,

Defesa de Dissertação de Mestrado

Título: Zika, Substantivo Feminino: produção de sentidos sobre as desigualdades de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos da mulher no telejornalismo nacional

Aluna: Marina de Castro Ferreira Saraiva Carvalho

Orientadora: Inesita Soares Araújo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Segunda Orientadora: Raquel Aguiar Cordeiro (IOC/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

  • Drª. Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª. Marcia de Freitas Lenzi- ENSP/FIOCRUZ

Suplentes:

  • Drª. Katia Lerner - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª. Elaine Teixeira Rabello- IMS/UERJ

Data: 25/04/2018, quarta-feira

Horário: 10h

Local: Sala 215 do Prédio da Expansão

Resumo: A epidemia de Zika no Brasil e sua correlação com a síndrome de malformação fetal, que tem a microcefalia como manifestação mais emblemática, receberam grande visibilidade da imprensa a partir da emergência do vírus no país, em 2015. O aumento do número de pessoas afetadas intensificou o debate público sobre questões polêmicas na sociedade brasileira, como os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, em especial o direito ao aborto.

Contexto propício para a expressão de desigualdades, a situação epidêmica foi marcada por inequidades sociais, de gênero e em saúde envolvendo as pessoas afetadas pela síndrome de malformações relacionadas ao Zika.

Partindo da perspectiva do campo da Comunicação e Saúde e considerando o alto poder simbólico do telejornalismo, investigamos sentidos produzidos sobre a mulher e seus direitos sexuais e reprodutivos, tomando como objeto as notícias veiculadas no Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, e no Jornal da Record (JR), da RecordTV, principais produtos jornalísticos televisivos de alcance nacional do país. Foram considerados três episódios, correspondentes a eventos da epidemia marcantes em relação aos objetivos da pesquisa, definidos a partir da noção de drama epidêmico (Rosenberg, 2002) e aplicada à cobertura jornalística conforme proposto por Cardoso (2012).

Utilizando elementos da Análise do Discursos e assumindo a perspectiva da teoria da produção social dos sentidos, com Pinto (1998) e Araujo (2002) como referências, identificamos aspectos relacionados às inequidades de gênero, sociais e relativas à saúde da mulher, mapeando as vozes autorizadas e legitimadas na cobertura noticiosa e analisando visibilidades e silenciamentos, de forma a relacionar estes elementos com a conjuntura política e socioeconômica da epidemia.

A análise apontou heterogeneidades e aproximações nos dispositivos discursivos dos dois telejornais ao longo dos episódios estudados. Houve silenciamento das mães e gestantes atingidas pela epidemia no JN, que privilegiou os saberes oficiais e científicos, com apagamento das determinações sociais da emergência e do sofrimento humano.

No JR, os enunciados se apresentaram mais polifônicos, com espaço de vocalização para as mulheres atingidas pelas doenças e visibilidade das determinações sociais. Os enunciados de ambos promoveram a naturalização das desigualdades de gênero e o apagamento dos obstáculos ao exercício dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Brasil, contribuindo para o enfraquecimento dessa discussão junto às autoridades nacionais e aos debates públicos nas esferas civil e jurídica.

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