PPGICS divulga relação de defesas de mestrado para o período de 21 a 23/2

por
Graça Portela
,
15/02/2017

De 21 a 23 de fevereiro, alunos do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)/Icict defenderão as suas dissertações. Os temas são os mais variados, indo desde envelhecimento saudável, exposição do luto nas mídias sociais, acidentes com animais peçonhentos, abandono do tratamento dos casos de tuberculose e o suicídio no cinema.

Veja abaixo a relação das defesas e os dias e locais quando elas acontecerão.

 

Defesas de Dissertação de Mestrado

Título: A Mortalidade Prematura por Doenças Crônicas Não Transmissíveis como Novo Paradigma de Envelhecimento Saudável: potencialidades e limitações da informação em saúde

Aluna: Jéssica Muzy Rodrigues

Orientadora: Dalia Elena Romero Montilla (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

  • Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Junior – PPGICS
  • Drª. Andreia Ferreira de Oliveira - PPGMPA/Cesgranrio
  • Dr. Daniel Groisman - EPSJV/FIOCRUZ

Suplentes:

  • Drª. Adriana Cavalcanti de Aguiar – PPGICS
  • Drª. Célia Pereira Caldas – PPGCM/UERJ

Data: 21/02/2017

Horário: 14h30

Local: Sala 213 do Prédio da Expansão

Resumo: A taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é um indicador utilizado pela ONU para acompanhar uma das metas propostas para a área da saúde nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Seu uso para o monitoramento qualidade da atenção à saúde e bem-estar da população de 30 a 69 deve-se ao reconhecimento da evitabilidade da morte até esta idade. O indicador também é pactuado em políticas e programas nacionais como o Plano de Enfrentamento das DCNT e o COAP. Ele funciona como uma ferramenta para medir a eficácia e efetividade das ações de prevenção, tratamento e promoção da saúde. No entanto é fundamental verificar se as fontes utilizadas para estima-lo são confiáveis e de qualidade.

Objetivos: Este estudo tem como objetivo geral analisar as potencialidades, limitações e a qualidade das informações epidemiológicas, demográficas e socioeconômicas utilizadas para o cálculo e uso da Taxa de Mortalidade Prematura (TMP) por DCNT, bem como a qualidade do indicador como ferramenta de monitoramento e planejamento das políticas relacionadas à redução da desigualdade socioeconômica e territorial para o ano de 2014. Material e Métodos: Foram utilizadas as informações de óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para a população brasileira de 30 a 69 anos de idade de 2000 a 2014. Para a análise da qualidade das informações foi utilizado o indicador de proporção de óbitos por causa mal definida e a completitude das variáveis socioeconômicas do SIM. Para a análise da relação entre a mortalidade prematura por DCNT e desigualdade social e regional foram utilizados modelos de regressão logística, tendo como variável resposta os óbitos prematuros por DCNT e como variáveis independentes raça/cor, estado civil e escolaridade.

Resultados: A TMP mostrou-se um indicador adequado e sensível para conhecer a situação de saúde da população e acompanhamento de políticas. No entanto deve-se atentar para seu uso em algumas abrangências geográficas aonde a qualidade da informação não é boa. Cerca de 63% dos municípios brasileiros apresentam qualidade adequada da informação da causa básica de óbito. A TMP para o Brasil na faixa etária de 30 a 59 anos foi de 181,0 para a faixa de 60 a 69 foi de 1045,4. A regressão logística mostrou resultados diferentes de acordo com regiões brasileiras. Ser branco aumentou ligeiramente as chances de morte prematura por DCNT (OR 1,267 IC 1,250-1,284), assim como ter escolaridade alta (OR1,256 IC 1,216-1,298). Ter apenas ensino fundamental mostrou um aumento um pouco maior na chance de morte por DCNT (OR 1,413 IC 1,368-1,458). Ser casado/união estável (OR 1,966 IC 1,938-1,994) e ser separado/viúvo (OR 2,002 IC 1,965-2,041) aumentou cerca de duas vezes mais a chance de morte prematura por DCNT.

Conclusão: O SIM se mostrou uma excelente fonte de dados para estimar a TMP, apesar disso, a qualidade da informação de suas variáveis não é a mesma em todas as abrangências. Embora a maioria dos municípios brasileiros apresente boa completitude da informação da causa básica de óbitos, muitos ainda apresentam péssimo preenchimento, sendo necessário identificá-los para não estimar um indicador pouco confiável. A menor chance de óbitos por DCNT observada em populações consideradas mais vulneráveis na literatura é uma questão que deve continuar sendo investigada. Morrer menos por DCNT não pode ser considerado um proxy de melhora na atenção à saúde, visto que esses grupos populacionais podem estar morrendo precocemente por outras causas que não deveriam levar a óbito caso houvesse ação efetiva e oportuna da atenção primária do SUS.

 

Título: Dos Silêncios do Luto à Comunicação: um olhar sobre a exposição do sofrimento de mães que perderam os filhos

Aluna: Aline Ferreira de Faria

Orientadora: Katia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:

  • Drª. Janine Miranda Cardoso – PPGICS
  • Dr. José Reginaldo Santos Gonçalves - PPGSA/UFRJ

Suplentes:

  • Drª. Inesita Soares de Araújo – PPGICS
  • Drª. Rachel Aisengart Menezes - PPGSC/UFRJ

Data: 22/02/2017

Horário: 10h

Local: Sala 215 do Prédio da Expansão

Resumo: O sofrimento apresenta grande visibilidade na esfera pública contemporânea, especialmente pela emergência de novos espaços de comunicabilidade, como a Internet, e pelo surgimento de uma nova economia moral das emoções, que confere autenticidade aos sofreres e favorece a proliferação de narrativas autobiográficas de cunho testemunhal. Recorrentemente estudado na perspectiva psíquica, faz-se igualmente necessário abordar o sofrimento a partir de um viés social, compreendendo, assim, as condições que o permeiam na sociedade e que estão diretamente relacionadas aos seus modos de expressão e de percepção. Nesse sentido, ele é apreendido na presente pesquisa como uma categoria social, seguindo uma abordagem sócio-antropológica que se debruça sobre os sentidos sociais das emoções. O sofrimento do qual se trata aqui é o relacionado à perda de um ente querido e, desse modo, a questão da morte torna-se central para as problematizações, sendo baseadas, nesse sentido, nos trabalhos clássicos do historiador Philippe Ariès, do sociólogo Norbert Elias e do antropólogo Marcel Mauss, bem como de autores contemporâneos que se dedicaram ao tema.

O objeto de estudo são mães que perderam filhos e expõem sua dor no espaço público, através da criação de blogs, páginas no Facebook, de livros e da articulação de movimentos em torno da reivindicação por justiça. Foram realizadas 13 entrevistas semi-estruturadas, conduzidas a partir de um olhar etnográfico, sendo 6 com mães que se enquadram nessas características, seis com seus amigos e familiares e uma com um pai que participou, junto com sua falecida esposa, da criação de um movimento após a perda da filha. Falar sobre a perda de um filho é adentrar em uma narrativa de dor que remete ao passado, mas sempre com o olhar do presente e, por isso, a memória também é discutida. O objetivo do trabalho foi compreender como que o sofrimento é construído pelos próprios atores sofredores e, para isso, algumas questões ajudaram a compreender como o sofrimento é construído e visibilizado. Indagou-se, então, a respeito do tipo de morte que estava em jogo, das figuras da vítima e do sofredor, dos espaços de comunicação da dor, das estratégias utilizadas para com ela lidar e de outras possíveis emoções a que o sofrimento se articulava.

Os resultados apontaram para diferentes formas de lidar com a dor: medicalização, religiosidade, luta política, formação de redes de apoio e publicização do sofrimento. Todas as perdas narradas diziam respeito a mortes trágicas, devido ao ser caráter inesperado, e quase todas eram não acidentais, apesar do uso da palavra “acidente” para designar algumas delas. As perdas implicaram em rupturas biográficas para essas mães, bem como em reconfiguração de suas identidades. As formas de a sociedade lidar com as mães também se alteraram, sendo que, em alguns casos, identificamos a presença da categoria “estigma”, embora de forma ambígua. Na construção dessas memórias de dor, as figuras das vítimas eram, de modo geral, os filhos, ao passo que as mães ocupavam o lugar de sofredoras. Percebemos também a existência de responsáveis pelas mortes. Por fim, a visibilidade era frequentemente uma estratégia de luta política.

 

Título: Ouvidoria do Instituto Vital Brazil: canal capaz de captar a problemática de acidentes por animais peçonhentos no Estado do Rio de Janeiro

Aluna: Cristiane Araújo Ivancko

Orientadora: Rosany Bochner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

  • Drª. Cícera Henrique da Silva – PPGICS
  • Drª. Maria Simone de Menezes Alencar – PPGB/UNIRIO

Suplentes:

  • Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Junior – PPGICS
  • Drª. Eloisa Príncipe – PPGCI/UFRJ

Data: 22/02/2017

Horário: 14h

Local: Sala 213 do Prédio da Expansão

Resumo: O projeto visou pesquisar a potencialidade do modelo de Ouvidoria do Instituto Vital Brazil (IVB) para a saúde pública, no contexto da problemática da informação sobre assuntos relacionados a acidentes por animais peçonhentos e suas interfaces sociais. O acesso da população ao Instituto Vital Brazil, pelo canal de sua Ouvidoria, estabelece uma relação de troca de mensagens, informações e serviços sobre os acidentes por animais peçonhentos. O objetivo foi analisar o modelo de Ouvidoria do Instituto Vital Brazil como canal de garantia de cidadania e produção de informação estratégica para políticas públicas de saúde. A metodologia adotada foi descritiva quali-quantitativa, com análise das demandas e identificação de casos de “eventos sentinela” como situações sinalizadoras dos problemas enfrentados pela população na busca por atendimento a acidentes por animais peçonhentos. De janeiro de 2009 à maio de 2016, a Ouvidoria do IVB registrou 34.211 manifestações, sendo 3.097 referentes a assuntos relacionados a animais peçonhentos e 238 referentes à soros hiperimunes, totalizando 9,8% do atendimento geral. Para o desenvolvimenyo dessa pesquisa foram avaliados 421 registros de mensagens, 300 relacionados a acidentes por serpentes, aranhas e escorpiões ocorridos no estado do Rio de Janeiro e 121 relacionados a soro e pólos de atendimento. As questões de grande relevância encontradas nos resultados refletem graves problemas no acesso da população aos pólos de atendimento, bem como a falta de soro nesses estabelecimentos. A ouvidoria do IVB, apesar de algumas limitações e fragilidades, se mostrou capaz de captar a problemática de acidentes por animais peçonhentos no Estado do Rio de Janeiro.

 

Título: Análise Espacial e Distribuição do Abandono do Tratamento dos Casos de Tuberculose na Cidade do Rio de Janeiro

Aluno: Ricardo dos Santos Silva

Orientador: Christovam de Castro Barcellos Neto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:

  • Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Júnior – PPGICS
  • Drª. Monica Sampaio Machado – PPGEO/UERJ

Suplentes:

  • Dr. Dalia Elena Romero Montilla – PPGICS
  • Drª. Maria de Fátima Rodrigues Pina - ICICT/FIOCRUZ

Data: 23/02/2017

Horário: 9h

Local: Sala 209 do Prédio da Expansão

 

Título: O Suicídio no Cinema: os filmes de ficção e o problema da prevenção

Aluno: Rodrigo Gomes Ferraria Cesar

Orientador: Carlos Eduardo Freire Estelita-Lins (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:

  • Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Júnior – PPGICS
  • Drª. Arlinda Barbosa Moreno - PPGEPS/ENSP/FIOCRUZ

Suplentes:

  • Dr. Wilson Couto Borges – PPGICS
  • Drª. Ximena Illarramendi Rojas - IOC/FIOCRUZ

Data: 23/02/2017

Horário: 13h

Local: Sala Multimídia do Prédio do Icict - Campus Manguinhos

Resumo: A preocupação de que a publicação de notícias e imagens relacionadas ao suicídio possam gerar um efeito imitativo, induzindo atos suicidas subsequentes impacta na maneira como a mídia trata o assunto, dificultando seu debate e prevenção. Há indícios que corroboram essa preocupação, especialmente na mídia impressa, mas também em telejornais e documentários. O mesmo não é conclusivo quando o suicídio é representado na ficção, especialmente em filmes. Verifica-se no cinema ficcional uma abordagem na qual transtornos mentais tendem a aparecer em segundo plano. Filmes exploram forças ou motivos externos ao indivíduo, permitindo observar o suicídio através de aspectos sociais, como problemas financeiros, relacionamento e luto. Analisamos alguns filmes que abordam o suicídio egoísta por seu caráter paradigmático na problematização do autoextermínio. Espera-se que este recurso exegético permita avançar no entendimento do papel do cinema de ficção, ampliando a compreensão sobre o suicídio e sua prevenção.

 

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Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)
Av. Brasil, 4.365 - Pavilhão Haity Moussatché - Manguinhos, Rio de Janeiro
CEP: 21040-900 | Tel.: (+55 21) 3865-3131 | Fax.: (+55 21) 2270-2668

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