Produção audiovisual do Icict gera debate sobre 'bullying'

por
Igor Cruz
,
14/10/2009

No dia 13/10, foi lançado, no auditório do Museu da Vida, o vídeo Sem Noção – zoação tem limite?, que mostra o que os jovens pensam sobre o fenômeno bullying a partir de relatos de experiências sob a ótica de quem sofre e de quem o pratica. O termo bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outros, causando dor e angústia.

Após a exibição do vídeo, que fez parte das atividades do 9º Curso de Formação de Monitores para Museus e Centros de Ciência do Programa de Qualificação de Monitores, da Casa de Oswaldo Cruz, houve um debate com a psicóloga e pesquisadora do  Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (Nesa/Uerj), Larissa Wollz Novotny; com a também psicóloga e pedadoga do Instituto Helena Antipoff, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Angela Israel; e com os alunos do curso.

O vídeo é fruto de um projeto de pesquisa realizado pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O intuito da pesquisa, intitulada como Rompendo o Silêncio: competência (literacy) em saúde mental, é elaborar uma estratégia de informação em saúde mental que, baseada na literatura especializada, registre casos de jovens que sofrem bullying e desenvolvem problemas psíquicos, em alguns casos, irreversíveis. 

Durante o debate, a psicóloga Ângela Israel fez questão de ressaltar que o bullying é sim um problema ligado à saúde pública já que existe um sofrimento psíquico ligado a essa temática. “As conseqüências acarretam, na maioria das vezes, em outros problemas, como falta de apetite, insônia e etc, e podem atrapalhar no desempenho do adolescente no decorrer de suas atividades”, explica Ângela. A psicóloga ainda alertou para uma confusão que acontece no momento de se fazer um diagnóstico. Para Ângela, alguns comportamentos são tratados de maneira equivocada e se confundem com outros tipos de transtornos psíquicos, como por exemplo, o autismo.

Já a pesquisadora Larissa Novotny alertou que, além de analisar as vítimas de bullying, também se faz necessário prestar a atenção nas pessoas que o praticam. “Temos que estudar também esse grupo de pessoas que são os provocadores. Muitas vezes, esse comportamento pode estar relacionado a algum tipo de bullying sofrido no passado, como se fosse uma ação reativa”, explica Larissa. Ainda segundo a pesquisadora, outro grupo que merece atenção são os adolescentes ‘co-autores’ que não intervem nas ‘brincadeiras’ e poderiam exercer papel fundamental na redução desta prática.

O bullying sofrido pelos professores e o cyberbullying também foram questões levantadas no debate. O orkut, site de relacionamento de maior adesão no Brasil, foi apontado no debate como uma determinante ferramenta nas práticas do cyberbullying. Nesse espaço, o autor e/ou autores dirigem aos seus ‘alvos’ insultos, ataques morais, ameaças físicas, rumores negativos e toda ordem de intimidação que o contexto permite.

 

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