Tese do Icict conquista Menção Honrosa no Prêmio Oswaldo Cruz 2021

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Site do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)
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20/09/2021


Foto: arquivo pessoal

Mais uma tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS) se destacou no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses. Nessa edição de 2021, o trabalho de Allan de Gouvêa Pereira, que aborda o uso de aplicativos de saúde para o gerenciamento do câncer, recebeu Menção Honrosa na categoria "Ciências Humanas e Sociais".

A tese Tecnologias do cuidado de si: o uso de aplicativos de saúde para gerenciamento do câncer foi defendida em julho de 2020 pelo autor. A orientação foi de Katia Lerner (PPGICS/Icict/Fiocruz).

Veja o resumo do trabalho premiado:

"Esta tese teve como objetivo investigar os sentidos e as formas de apropriação e produção de aplicativos concernentes aos processos de saúde e doença, que estão ligados ao gerenciamento do câncer, especificamente aqueles voltados ao automonitoramento. Buscou, assim, identificar as marcas e regularidades discursivas desses produtos tecnológicos, em face da prática de autovigilância, refletindo sobre a relação dos usos desses artefatos com a produção contemporânea de subjetividades, além de analisar as consequências dessa utilização sobre as relações estabelecidas entre profissionais da saúde, pacientes e familiares. Para tal, foram mobilizadas perspectivas teóricas sobre o cuidado de si, a lógica do risco e o fenômeno de biomedicalização, assim como reflexões sobre a cultura da conectividade e a dataficação das sociedades contemporâneas. Para alcançar os objetivos propostos, adotou-se o método etnográfico, e a pesquisa se estruturou em três movimentos O primeiro deles consistiu no mapeamento dos mais de 400 aplicativos relacionados ao câncer, disponíveis nas duas principais lojas virtuais (Google Play Store e Apple App Store); o segundo, na seleção de 13 apps de automonitoramento de câncer e na observação de seus elementos: textos, imagens e caminhos que eles nos convidam a ler, ver e percorrer; e o terceiro, no qual entrevistamos três profissionais de saúde envolvidos com o desenvolvimento desse tipo de aplicativo e duas usuárias. Dentre as suas principais contribuições, a investigação mostra como a perspectiva individualizante, prevista pela literatura, se confirma, com a internalização do cuidado de si, da cultura terapêutica e da prevalência do biográfico. No entanto, constatou-se que, conjugadas a essas lógicas, coexistiam outras, com distintos usos das tecnologias da saúde, reconfigurando o lugar do cuidado e trazendo de volta a afirmação da autoridade do médico e a expansão de abrangência das instituições de saúde. Importa destacar ainda que todo esse debate se deu, levando-se em conta a cultura da conectividade e os fenômenos de dataficação, os quais influenciaram, sobremaneira, as relações entre público e privado."

Clique aqui para acessar o trabalho premiado.

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