VídeoSaúde completa 33 anos com exibição de filmes e debate on-line

por
Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz
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20/05/2021

Para celebrar 33 anos, a VídeoSaúde Distribuidora da Fiocruz realiza evento em parceria com a Cinemateca do MAM e a Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente. Nos dias 25 e 31 de maio, serão exibidos dois documentários do acervo da distribuidora que buscam pensar a relação entre saúde e ambiente. No dia 28, às 16h, haverá um debate on-line. Os filmes "Chapada do Apodi, morte e vida", de Tiago Carvalho; e "O diagnóstico", de Beto Novaes expressam a importância da preservação ambiental, novas formas de relação com a terra e o solo, participação coletiva e o controle de agrotóxicos como fatores fundamentais de promoção da saúde. 

Exibição dos filmes, 25 e 31 de maio, pelo Vimeo do MAM Rio (a cada dia, por 24h)

Chapada do Apodi, morte e vida de Tiago Carvalho. Brasil, 2013. Documentário. 27’40’’

Na divisa entre Ceará e Rio Grande do Norte fica a Chapada do Apodi. Em 1989, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) implementou um projeto de irrigação no lado cearense. A área foi ocupada por grandes empresas de fruticultura, desarticulando a produção de milhares de pequenos agricultores. Em 2013, um projeto semelhante está prestes a chegar ao lado potiguar da chapada, ameaçando 6 mil agricultores familiares.

O diagnóstico de Beto Novaes. Brasil, 2019. Documentário. 45’. 

Através da vida de Lídia, olhamos as diferentes dimensões que o agrotóxico causa nos planos individual e coletivo. A história é de Lídia, mas também é minha, é sua, é nossa. É do sistema de saúde. A sociedade está adoecida. E os agrotóxicos são, por assim dizer, uma das faces desse estado de coisas.

Debate, às 16h, ao vivo pelo Facebook e Youtube do MAM Rio
Com os diretores Tiago Carvalho e Beto Novaes, e Wagner Oliveira, coordenador do Selo Fiocruz Vídeo. Mediação José Quental (Coordenador da Cinemateca do MAM Rio)

Saúde e ambiente – Documentário como forma de expressão e debate

Por Wagner de Oliveira

A pandemia de Covid-19 lançou luzes sobre a emergência da necessidade de discussões sobre a qualidade das informações sobre saúde pública em circulação. Fakenews, descontextualização de dados epidemiológicos e sanitários, necessidade de maior entendimento público sobre papel da ciência, dos cientistas e do SUS, pouco conhecimento sobre temáticas como desenvolvimento sustentável, gentrificação e de que o estado de saúde individual e coletiva está diretamente ligado aos chamados determinantes sociais da saúde.  Chaves que apontam para um estado de coisas que exige que a sociedade entenda que saúde como direito de todos e dever do Estado – como diz a Constituição – é, antes de tudo, a adesão a um processo civilizatório, como apontaram os teóricos e pesquisadores da Reforma Sanitária brasileira a partir dos anos 1970.

O debate Saúde e ambiente – Documentário como forma de expressão e debate, que abre nova parceria entre o Museu de Arte Moderna (MAM-RJ) e a Fiocruz, pretende contribuir para as reflexões neste sentido. A comunicação, representada aqui pela produção audiovisual, entendida como direito humano, numa perspectiva dialógica. Atuando como força para ampliação de uma consciência crítica e cidadã, capaz de fazer pensar em projetos de mundo possíveis. Pois é esta missão que pauta o selo Fiocruz Vídeo-VideoSaúde, responsável pela produção, distribuição e guarda de produções audiovisuais desde os anos 1980.

Nada melhor, portanto, que principiar a parceria com o MAM abordando o tema saúde e ambiente. A obra e a intensa produção dos documentaristas Beto Novaes e Tiago Carvalho, parceiros em distintas produções da VideoSaúde, tornam possível a aproximação com um tema de distinto relevo como a emergência de novas miradas para o lugar dos agrotóxicos, para outros modos de lidar com a terra, o solo, a água e o ar e para o direito de populações sobre seus territórios de origem e à agricultura familiar.

Dois documentários, disponibilizados previamente nos canais do MAM, são o ponto de partida para o debate proposto. Em O diagnóstico, de Beto Novaes, uma trajetória individual remete à dimensão coletiva que os agrotóxicos ocupam. A vida de Lídia desnuda a urgência de um debate inadiável. Já em Chapada do Apodi, morte e vida, de Tiago Carvalho, a história de 6 mil agricultores familiares aponta para realidades que precisam sair da invisibilidade.

Duas obras que abrem portas para reflexões para bem qualificar qualquer debate. Afinal, vivemos em tempos de pós-verdades em que uma pandemia escancarou os desafios informacionais dos dias atuais. Onde abordagens distintas da grande mídia sobre saúde e ambiente também são muito oportunas. É o ofício dos documentários escrevendo uma nova história. Atentos a diferentes atores e gentes do Brasil. 

O debate celebra também o aniversário de 121 anos da Fundação Oswaldo Cruz neste mês de maio e integra a programação do Núcleo de Estudos Audiovisual e Saúde (Neavs) da VideoSaúde-Icict-Fiocruz.

Wagner de Oliveira é editor executivo selo Fiocruz Vídeo, documentarista e coordenador do Neavs|Fiocruz (Reprodução Cinemateca do MAM Rio)

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