BVS e Rede de Bibliotecas da Fiocruz ampliam integração com as regionais

por
Graça Portela
,
12/12/2013

“É uma possibilidade boa de se interagir com os outros colegas, compartilhando alegrias, esperanças e até angústias”, assim resumiu Ycaro Verçosa, chefe do Serviço da Biblioteca do Instituto Leônidas e Maria Deane, da Fiocruz Amazônia, sobre os dois eventos – II Fórum BVS Fiocruz e o IX Encontro da Rede de Bibliotecas da Fiocruz.

Plateia dos Fórum BVS e do Encontro da Rede de Bibliiotecas (Foto: Vinícius Marinho/Icict)

 

Verçosa falava da realidade de algumas regionais, onde o crescimento da demanda e a limitação de espaço e infraestrutura têm feito com que os bibliotecários se desdobrem no atendimento. Mas os eventos da semana passada trouxeram novas perspectivas para os bibliotecários, segundo relato dos participantes. Para o representante da Fiocruz Amazônia, cuja biblioteca tem em média 300 atendimentos por mês, os eventos foram muito importantes. Ycaro Verçosa destacou que a plataforma Aleph, sistema que gerencia as bibliotecas de Manguinhos, e que será implantado em 2014 nas regionais, vai possibilitar uma maior visibilidade da Biblioteca de Manaus para toda a Fiocruz. "Caso um pesquisador do Rio, por exemplo, queira acessar nosso acervo, poderemos enviar o título pedido”, afirma. A Biblioteca da Fiocruz Amazônia tem como diferencial títulos sobre saúde indígena, além de saúde pública.

Adelvani de Araújo, bibliotecária que representou a coordenadora da Biblioteca Eurídice Pires de Santana, Ana Ficina, gostou do dinamismo, da interação e pluralidade de opiniões e os temas abordados. Ela ficou bastante animada com o lançamento do Sistema de Informação Gerencial da Rede de Bibliotecas da Fiocruz – o SIGRBF, que, segundo ela “é onde todas as bibliotecas lançarão toda a sua ‘vida’, um diagnóstico das redes de bibliotecas”. A Biblioteca da Fiocruz Bahia tem mais de 60 mil títulos e mantém média mensal mínima de 400 atendimentos. Segundo Vania, como é conhecida, “a partir desse diagnóstico (feito pelo SIGRBF), a Rede de Bibliotecas da Fundação poderá participar, contribuir e conhecer a nossa Biblioteca”, explicou.

A Biblioteca da Fiocruz Bahia é especializada em biomedicina, mas tem a característica de atender um público especializado, como alunos de mestrado e doutorado, além de pesquisadores, além de alunos de Ensino Fundamental e Médio. “Visamos a inclusão digital, pois temos computadores para uso do público externo, além daqueles destinados aos alunos e pesquisadores de pós-graduação”, explica Vania.

“O nó estruturante da Rede está começando a ser desatado!”. Com essa observação, o coordenador da Biblioteca do Centro de Pesquisas René Rachou – Fiocruz Minas, Segemar Oliveira Magalhães, comemorou o que chamou de ponto marcante dos eventos: a aquisição do sistema informatizado Aleph, de gestão integrada de bibliotecas. Para Segemar, que administra uma biblioteca com 16 mil itens, com acervo que compreende temas especiais como esquistossomose, doença de Chagas, malária, dengue, leishmaniose, saúde do homem e do adolescente, essa novidade vai criar uma integração maior entre as bibliotecas e ampliar o acesso do usuário.

As coordenadoras do II Fórum BVS Fiocruz e do IX Encontro da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, Ana Maranhão, chefe da Seção de Informação do Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação, CTIC/Fiocruz, e Fátima Martins, coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, em entrevista ao site do Icict, fizeram um balanço dos eventos e falaram das perspectivas para 2014, ressaltando a importância das regionais nos eventos.

Que balanço vocês fazem do XIX Encontro da Rede de Bibliotecas?

Fátima Martins, coordenadora da Rede de Bibliotecas da Fiocruz (Foto: Vinícius Marinho/Icict)

 

Fátima Martins – Foi super positivo, foram 98 inscritos, sendo composto por profissionais de informação, estudantes, bolsistas e estagiários que atuam nas bibliotecas físicas e virtuais, nos centros e/ou núcleos de documentação, no Repositório Institucional (ARCA) e na VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.

O sucesso foi conquistado diariamente pelo excelente nível de reflexão proporcionado pelas palestras e oficinas, e ainda, especialmente quando ocorreu o debate sobre Regimento da Rede, um dos pontos mais altos do encontro. Foram discutidas questões relevantes e bem atuais, que se mostraram de extrema importância tendo em vista os diferentes olhares, articuladas às experiências vivenciadas, que poderão gerar mudanças, inspirar novas práticas e estimular novas atitudes diante dos desafios.

O evento demonstrou a necessidade que temos que conhecer mais uns aos outros, interagir como classe profissional, trocar experiências, nos unir em prol de um crescimento conjunto. Em suma, a tônica do evento “Do real ao virtual: potencializando competências no trabalho em rede”, respondia à necessidade de uma reflexão articulada sobre o entrelace entre as bibliotecas físicas e virtuais, que precisam andar juntas, ampliando assim, a discussão das tendências para o tratamento, organização, compartilhamento, disseminação, preservação e acesso à informação registrada, e o papel das rede no desenvolvimento de processos colaborativos.

E do II Fórum das BVS?

Ana Maranhão – Bastante positivo, tivemos oportunidade de apresentar, através da participação de pesquisadores envolvidos diretamente com BVS sob nossa coordenação, palestras que abordaram temas considerados fundamentais para melhorar a estrutura e a operação das BVS, isto é, trouxemos a experiência das próprias BVS, suas fortalezas, melhores práticas, para serem compartilhadas;  o lançamento do programa de fomento pela Vice-Presidência de Informação, indicando a importância das BVS para a Instituição e seu programa de informação; a possibilidade de troca, contato, presencial, entre os membros das diversas BVS também foi muito importante.

Destaco ainda como muito positivo o fato de termos realizado o II Fórum BVS Fiocruz e o IX Encontro da Rede de Bibliotecas juntos, em dias subsequentes, aproximando profissionais que por vezes se veem dissociados, acredito que esta parceria fortalece as duas redes - virtual e física.

Ana Maranhão, coordenadora do Fórum BVS da Fiocruz (Foto: Vinícius Marinho/Icict)

 

Foram traçadas diretrizes a serem implementadas em 2014 em relação à Rede de Bibliotecas da Fiocruz?

Fátima Martins – A nova proposta de Regimento da Rede – que será o ponto de partida para 2014. Temos um longo caminho a percorrer, mas também temos a confirmação de que estamos na trajetória que nos levará a um novo patamar de crescimento e fortalecimento da Rede de Bibliotecas da Fiocruz em todas as suas dimensões e perspectivas.

E ao II Fórum das BVS?

Ana Maranhão – Sim e foram apresentadas durante o II Fórum BVS Fiocruz:

- criação de indicadores e métricas para gestão e avaliação das BVS;

- instalação do ISI-OAI-Provider em todas as BVS, facilitando o intercâmbio de dados;

- adoção do WordPress como nova plataforma de gerenciamento de conteúdo em substituição ao BVS site, descontinuado pela BIREME;

- estudo do iAHx - nova plataforma de busca da Bireme, para possível implantação na Fiocruz;

- passarmos a utilizar a plataforma EAD da Bireme para treinamento na metodologia LILACS;

- participação em eventos da área de escopo das BVS para divulgação para pesquisadores;

- realizar reuniões virtuais regulares através do Elluminate;

- acompanhar e apoiar o programa de fomento às BVS;

- ingestão de conteúdos em serviços de descoberta, com o objetivo de dar visibilidade aos conteúdos;

- participar / apoiar a implantação de um serviço de descoberta na Fiocruz, reunindo bibliotecas virtuais, físicas, repositório institucional, bases de dados do Portal CAPES.

Qual a importância da participação das regionais em eventos como esse?

Fátima Martins – Ressalto que se constituem em momentos importantes para a manifestação de opiniões e trocas de experiências mútuas, pois muitas vezes eles encontram dificuldades para ser ouvidos. É a oportunidade de participar das decisões, já que estão inseridos nas realidades regionais e tem propriedade para opinar sobre as melhorias a serem realizadas em seus campos de atuação. Além de tudo, é sempre muito bom ver os profissionais das regionais se organizando, se integrando e fazendo acontecer.

Ana Maranhão – A identidade de uma instituição se fortalece e é construída dessa forma, quando você reúne profissionais que trabalham dispersos em momentos de troca e contato, além do surgimento inevitável de novas possibilidades de parcerias, compartilhamento de experiências, aproximação de saberes - ganha a instituição, ganha o profissional.

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