"É um trabalho que atende várias faixas etárias dentro e fora da escola"

por
Graça Portela
,
24/10/2014

Rejanne de Deus é professora de Ciências, e tem a sua formação em Biologia (licenciatura e pós-graduação). Há 21 anos trabalha na Escola Municipal Governador Mário Covas Jr., e há 14 anos na Escola Municipal Geraldo Ângelo Pereira. Ama dar aula e viu na parceria com o Sinitox, a possibilidade de explorar mais o tema, pois em sua pós na UFRJ, sua dissertação foi “Os efeitos etmológicos das plantas medicinais no bairro Saracuruna”. Nesta entrevista ao site do Icict ela fala de seu contato com o Sinitox, o desenvolvimento do projeto para I FEMuCTI – 1ª Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (FEMuCTI), de Duque de Caxias e o que ainda pode ser explorado nesta parceria.

Como a senhora ficou sabendo do Sinitox? E o que a levou a orientar os seus alunos para falar sobre plantas tóxicas?

Conheci o Sinitox em uma Feira de Ciências em Magé. Achei o tema oportuno, pois o bairro Cangulo é uma comunidade muito carente e o recurso para cura de doenças sempre recai para o tradicional uso da medicina caseira, através do uso de chá de ervas.

Quando indaguei os alunos sobre plantas tóxicas, logo eles falaram sobre a "comigo-ninguém-pode". Daí, partimos para pesquisa na internet através dos celulares dos próprios alunos. Acessamos o site e buscamos informações, entrevistas e atividades encontradas na cartilha do Sinitox online.

O que eles aprenderam? Os pais também foram convidados a participar?

Após a pesquisa sobre plantas tóxicas, os alunos levaram como tarefa de casa o compromisso de fotografar as plantas encontradas em seus quintais e no entorno da escola classificadas como tóxicas.

Fizemos uma lista e estudamos a toxidade de cada uma. Confeccionamos um cartaz e expomos o assunto para toda unidade escolar. Os alunos levaram para casa a lista das plantas tóxicas mais comuns no bairro e o folheto informativo sobre os cuidados que devemos ter com elas.

Alguns responsáveis vieram até a escola para entender melhor do assunto e trouxeram algumas mudas para nossa exposição.

Quais os resultados efetivos dessa parceria Sinitox e EM Gov. Mário Covas Jr.?

Quando fomos convidados a participar a I FEMUCTI, eu não tinha ideia do que apresentar, foi quando minhas colegas de trabalho Luciane Ferreira e Cláudia Regina, lembraram-se dessa aula. Resolvi transformar a aula em um projeto. Entrei em contato com o Sinitox para saber se havia algum material para acrescentar em nossa exposição e, de prontidão, fomos atendidas pela coordenadora Rosany Bochner, que nos forneceu, gentilmente, cartilha, livro, banner e folder. Por meio desses materiais, reconstruímos a aula, pois confeccionamos fantoches, jogo da memória, jogo da forca e ligue as fitas – atividades semelhantes às da cartilha, porém adaptadas à realidade na qual trabalhamos.

Como professora, como a senhora analisaria o trabalho feito pelo Sinitox e qual o impacto dele nas crianças?

Nossa! A linguagem dos textos dos folhetos informativos é clara e objetiva, assim ajuda a criança e toda a família a compreender melhor o assunto. Quanto à cartilha confeccionada com os alunos do Rio, é um material bem didático e as atividades propostas são possíveis de serem adequadas para crianças de várias faixas etárias.

O livro é uma fonte de pesquisa de ótima qualidade sobre o tema, que a meu ver, deveria estar presente em todas as unidades escolares em nível nacional, pois acredito muito no trabalho desses pequeninos como agentes multiplicadores de conhecimento.

A senhora pretende manter essa parceria?

Lógico! É um trabalho que atende várias faixas etárias dentro e fora da escola. São informações muito sucintas que precisam ser divulgadas o máximo possível e é através da escola que irei multiplicar esse conhecimento. Creio que muitas coisas relacionadas ao Sinitox virão a ser utilizadas por nós, pois através do site vimos ótimos materiais voltados para as crianças que são as principais vítimas de envenenamentos por toxidade por plantas, alimentos e substâncias químicas, além de animais peçonhentos. Como professora, sinto a necessidade de inserir esses temas nas aulas ministradas por mim em todas as unidades em que trabalho.

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