Icict lança 'Repositório Institucional da Fiocruz'

por
Cristiane d'Ávila
,
06/04/2011

Como parte da programação de aniversário dos 25 anos do Icict, que aconteceu de 4 a 8/4 na Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fiocruz, sede do instituto, foi lançado na quinta-feira (7/4), dia do aniversário do Icict, o Arca, Repositório Institucional da Fiocruz. Plataforma tecnológica que conjuga base de dados web e serviços de informação, o Arca tem como meta acolher e disponibilizar a produção intelectual da Fiocruz de forma mais ampla, em consonância com o movimento de livre acesso à informação cientifica.

Com o repositório, artigos científicos, teses e dissertações, relatórios técnicos, vídeos e todo um conjunto de conteúdos digitais originários da pesquisa, do ensino e do desenvolvimento tecnológico da Fiocruz ganharão mais visibilidade. Ao lançar o Arca, o Icict pretende ampliar a visibilidade da produção cientifica institucional e estimular pesquisadores e produtores de conhecimento a serem protagonistas de um novo espaço de comunicação científica em saúde.

Na Fiocruz, os institutos Fernandes Figueira (RJ), Leônidas e Maria Deane (AM) e Gonçalo Muniz (BA) aderiram ao Arca e já iniciaram o depósito de sua produção cientifica no repositório institucional. Trabalhando com dados do final do mês de março/2011, o Arca nasce povoado com um total de 1.090 textos completos, que somam uma tipologia variada de artigos, teses, dissertações, relatórios de pesquisa, dentre outros. Ao somar as perspectivas de gestão de pesquisa com a ampliação da disseminação da informação, o Arca representa o compromisso de transparência nas pesquisas realizadas com financiamento público.

Os repositórios institucionais são uma realidade em diversos centros de pesquisa e universidades em todo o mundo, e o Arca é a iniciativa da Fiocruz para reunir e tornar acessível à sociedade o conhecimento produzido dentro da Instituição. É o que considera o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. “Acredito que o conhecimento deve ser publicizado, publicado independentemente dos cânones da indústria científica. Há muito conhecimento que pode impactar enormemente a prática, a qualidade de vida e as situações de saúde”, explica.

Além de prestar conta à sociedade, o Arca é um instrumento fundamental para aumentar a visibilidade e o impacto da produção científica, como defende o diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), Carlos Morel: “O pesquisador deve entender que o mundo mudou. Estamos na era da Internet e é muito melhor publicar um artigo em acesso livre, pois qualquer pessoa pode baixar e aumentar sua difusão. Temos que começar a mostrar para ele que existem inúmeras vantagens ao publicizar uma pesquisa em espaços virtuais de acesso livre”, pontua.

Mudança de cultura a caminho?

O Arca pode ser um importante instrumento para aumentar a visibilidade, imagem e “valor” público da Fiocruz, além de servir como indicador tangível da qualidade da instituição e demonstrar a relevância científica, econômica e social de suas atividades de investigação e ensino. Entretanto, a sustentabilidade e o “sucesso” do repositório institucional têm uma relação estreita com as políticas institucionais e com a adesão e o comprometimento dos pesquisadores/produtores de conhecimento.

Na medida em que se apresenta como uma estratégia de auto-arquivamento, o Arca tangencia tradições cientificas centenárias e convive com discussões sobre direitos autorais e de propriedade, tensões que se exacerbaram com as tecnologias de informação e comunicação (TICs):  “Acredito que o fator determinante para a implementação de um repositório é o estabelecimento de uma política institucional que encoraje o depósito da produção científica”, defende o responsável pelo Repositório da Universidade do Minho, Ricardo Saraiva.

A vice-diretora de informação e comunicação do Icict, Maria Cristina Guimarães, também reforça a necessidade de uma política institucional, mas sinaliza que antes de ser uma política mandatória, há de ser uma de estímulo e de pactuação, uma oportunidade ímpar de transformar o Arca em uma tecnologia social capaz de viabilizar novas formas de acesso ao conhecimento em saúde, minimizando as reconhecidas iniquidades na área. Sobre o assunto, o diretor da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão, vai além: “O conhecimento que eu tenho não nasceu por geração espontânea. Não fui iluminado. Eu aprendi com alguém, então ele não é meu”, afirma.
 
“O que por certo todos vão concordar é com o papel do Arca como plataforma apropriada para memória digital institucional – os repositórios institucionais são cumulativos e persistentes, e por natureza, possuem o compromisso com a formação da memória digital acadêmica da instituição, com preservação de longo prazo”, completa Maria Cristina.

Acesse o Repositório Institucional da Fiocruz em www.arca.fiocruz.br. Inicialmente, senhas para o controle de acesso vão garantir os direitos autorais e correlatos.

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