Resultados dos projetos PIPDT são apresentados no Icict

por
Rafael Vinícius
,
27/11/2008

Os resultados dos projetos de pesquisa aprovados pelo Programa de Indução à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (PIPDT) e financiados pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, foram apresentados no auditório da unidade. O objetivo do programa é induzir e incentivar o desenvolvimento de pesquisas no campo da informação e comunicação em saúde, através do financiamento de projetos que contribuam para o avanço científico. “O programa ajuda a formar um quadro qualificado na unidade e consolida grupos de pesquisa”, destacou o vice-diretor de pesquisa, ensino e desenvolvimento tecnológico do Icict, Francisco Inácio Pinkusfeld, na mesa de honra que abriu o Seminário de Resultados do 3º Edital dos Projetos PIPDT.

Monitoramento de informação na sociedade de risco: o caso da gripe aviária foi o tema exposto por Michele Nacif, membro da equipe coordenada pela pesquisadora do Icict, Cícera Henrique da Silva. Michele apresentou o e-Monitor Influenza, espaço virtual criado para monitorar a informação na sociedade de risco e possibilitar a agregação e consolidação da informação sobre a pandemia. “O usuário chega mais rápido à informação com o nosso novo sítio. Ele tem o potencial de atuar como um mecanismo de antecipação e vigilância”, explicou a pesquisadora, ao destacar que a OMS orienta que todos os países desenvolvam um plano de contingência para responder à pandemia. Aperfeiçoamento do programa robô e testes da metodologia para outras situações de risco são os alvos do projeto.

O sítio do Monitor Idoso, projeto desenvolvido pela pesquisadora do Icict, Dália Romero, é justificado pelo fenômeno do envelhecimento, que ganha espaço como tema de preocupação entre os organismos internacionais e tomadores de decisões públicas dos países desenvolvidos. “A deficiência na análise de informação relevante sobre aspectos da qualidade de vida do idoso, com destaque para a carência de indicadores adequados, foi a principal dificuldade encontrada na realização do projeto”, afirmou a pesquisadora do Icict. De acordo com Dália, o objetivo do trabalho foi elaborar um sistema de monitoramento de indicadores da saúde e qualidade de vida dos idosos, a nível federal e municipal, e construir um site com esses indicadores. Desenvolvimento e lançamento do site e criação de grupos de trabalho com comitê de geriatras são as próximas etapas do projeto.

O pesquisador do Icict, Josué Laguardia, falou sobre o uso que os profissionais dos serviços de saúde fazem das tecnologias de informação e comunicação. “A comunidade virtual desenvolvida no Icict e a sala virtual de educação à distância do Virtual Institute of Advanced Studies Knowledge (Ensp) foram os dois ambientes que nós observamos durante o trabalho”, pontuou Laguardia. De acordo com o pesquisador, a vantagem do uso do campo virtual é o ganho de escala, ou seja, o acesso maior de alunos. Além disso, através de entrevistas com tutores, desenvolvedores, alunos, mediadores e usuários do portal, o pesquisador identificou um sério problema; apesar da mudança de visão sobre a educação à distância ao vivenciar a experiência de tutoria, os tutores ainda têm preconceito com ela. “Outro aspecto negativo é o desconforto que a leitura na tela do computador causa”, destacou Laguardia. Ele ainda afirmou que estimular a participação dos alunos é o principal desafio dos mediadores e que os participantes precisam ter conhecimentos básicos de Internet.
 

Memória do Ensino do Icict: mapeando redes de conhecimento em informação e comunicação em saúde foi o título do projeto da chefe do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces), Kátia Lerner. “O objetivo do trabalho é recuperar a história das atividades de ensino do Icict e mapear suas redes de conhecimento”, explicou Kátia. De acordo com a chefe do Laces, tentar compreender melhor a trajetória do ensino na unidade é fundamental, já que a importância da memória na sociedade contemporânea é cada vez mais valorizada. “Não adianta fazer apenas a recuperação da memória do Icict. Nós temos que aplicar estratégias para registrar tudo que está acontecendo no momento”, concluiu Kátia. A apresentação de um banco de dados virtual e a exposição de um vídeo, com relatos de importantes profissionais da trajetória do Icict, fecharam a apresentação da pesquisadora.

Rosinalva Alves de Souza discorreu sobre a recuperação do acervo cinematográfico da Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP). A recuperação física dos filmes, que estão situados no período do Estado Novo, foi feita via processo de telecinagem. Reprodução em mídias digitais e disponibilização para acesso público foram os objetivos alcançados pelo projeto. “Nós produzimos um catálogo contendo informações técnicas dos filmes e fizemos exposições que contaram a história da pesquisa”, enfatizou Rosinalva. O principal resultado do trabalho é a situação do acervo, que está recuperado e pronto para divulgação, além da criação de uma comunidade virtual para estimular o debate sobre a preservação da memória do audiovisual em saúde.

O mapeamento de políticas, práticas e modelos de comunicação no Sistema Único de Saúde (SUS) foi o tema abordado pela pesquisadora do laboratório de pesquisa em comunicação e saúde (Laces), Janine Miranda Cardoso. Contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, atualizar o diagnóstico sobre a comunicação na saúde e mapear políticas e práticas de comunicação desenvolvidas no âmbito do SUS foram os objetivos do projeto. De acordo com Janine, uma atividade de comunicação feita sem muita estruturação, planejamento e com equipes temporárias; convive com um cenário de comunicação mais sofisticado, que utiliza a Internet e possui forte presença dos valores de mercado. “A lógica da comunicação nesses casos é pensada a partir do mercado. A estratégia não mira apenas a mídia, ela se vale dos parâmetros dela para considerar que alguma estratégia de comunicação foi bem sucedida”, concluiu a pesquisadora, que desenvolveu seu trabalho no Rio de Janeiro, Belém, Recife, Cuiabá, Porto Alegre e Brasília.

Durante o debate final foi enfatizado a importância do programa para a Unidade. O vice-diretor do Icict, Umberto Trigueiros, e Francisco Inácio ponderaram sobre a abordagem da Assessoria de Pesquisa e sugeriram a realização de uma mostra dos projetos.
 

 

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