Impactos da austeridade fiscal em debate no Abrascão 2018

por
Camila Lima (PPGICS/Icict) em colaboração para o Abrascão 2018
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29/07/2018

Na manhã da sexta-feira, 27 de julho, o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2018 – usou um de seus espaços para discutir os efeitos das políticas de austeridade no setor saúde. A mesa-redonda realizada na Tenda Marielle Franco contou com a participação de Rômulo Paes de Sousa, especialista em política, planejamento e gestão em saúde do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz); Davide Rasella, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/IGM/Fiocruz) e Nilson do Rosário, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). A coordenação foi de Renato Tasca, especialista da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS).

O epidemiologista Rômulo Paes de Sousa destacou em sua fala como as políticas de austeridade atingem com maior rigor as populações vulneráveis. Essa ideia foi reforçada nas colocações de Davide Rasella, que através da exposição de estudos sobre os impactos da austeridade fiscal nos índices de mortalidade infantil, evidenciou a forma mais dura como os municípios negligenciados são impactados pelos efeitos dos cortes no investimento em saúde pública. “É delicado falar sobre austeridade e seus efeitos sobre a saúde da população”, colocou o pesquisador ao falar sobre as dificuldades em abordar assunto diante da atual conjuntura política.

O cientista político Nilson do Rosário expôs os paradoxos vividos no interior da sociedade brasileira, fazendo menção da importância que deve ser dada às populações mais vulneráveis, onde as políticas sociais devem estar focadas. “A Emenda Constitucional 95 é um importante desafio político para nós, e 2018 representa o momento de mostrarmos nossa influência”, disse o pesquisador ao falar sobre a política de congelamento dos gastos públicos em saúde por 20 anos e que afeta diretamente a parcela da população mais pobre.

No encerramento, o médico Renato Tasca destacou a validade do encontro e a forma exploratória como a mesa expôs o tema, trazendo problematizações que dão aos congressistas uma bagagem diferente e novos conhecimentos que fomentam convicções para a defesa de seus ideais.

*Camila Lima é estudante do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/Icict/Fiocruz) e está no projeto de cobertura colaborativa para o Abrascão 2018 | Edição: Bruno Dias (Abrasco)

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