Pesquisa enfoca usuários de crack no Rio de Janeiro e em Salvador

por
Graça Portela
,
14/05/2013

Uma pesquisa publicada em abril no International Journal of Drug Policy, analisando o comportamento de 160 usuários regulares de crack, no Rio de Janeiro e em Salvador foi destaque na coluna do jornalista Ancelmo Góis, de O Globo, no dia 13/05, e joga um pouco de luz sobre o universo dos usuários do crack. O artigo é de autoria de Marcelo Santos Cruz, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria (Ipub), da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ e tem como co-autores, dentre outros, Francisco Inácio Bastos e Neilane Bertoni, do Icict/Fiocruz, e Livia Melo Villar, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/Fiocruz.

O estudo avaliou, de novembro de 2010 a junho de 2011, 81 usuários de crack da cidade do Rio de Janeiro e 79 do município de Salvador, todos na faixa etária entre 18 e 24 anos. Também foram levantadas questões como uso da droga, saúde e características de uso, avaliação sorológica para os vírus da hepatite B (HBV) e C (HCV), e da Aids (HIV).

Dentre outros dados reveladores, a pesquisa aponta que 42% e 70% dos usuários, respectivamente, do Rio e de Salvador, tem algum trabalho legal ou ilegal, portanto, recebem algum tipo de remuneração. A prostituição para 17% do grupo de usuários da droga no Rio é uma forma de se obter dinheiro para o consumo. Já para os usuários de Salvador a porcentagem é de 8%.

Cerca de 56% dos usuários da capital baiana já foram detidos pela polícia, contra 28% dos usuários do Rio. Os recipientes plásticos são os preferidos dos usuários do município do Rio (87%) para fumar a pedra de crack, já os de Salvador preferem fumar a pedra de crack misturada aos cigarros de maconha (34%) ou ao cigarro comum (10%).

Em números aproximados, 40% dos participantes da pesquisa e que já tinham participado da testagem prévia antes do estudo para essas infecções, no Rio de Janeiro e 25% em Salvador foram testados para o vírus da Aids e das hepatites B e C. O teste sorológico confirmou que 5% dos participantes do Rio de Janeiro e 15% dos participantes de Salvador foram positivos para o HIV. Já para o vírus HBV, cinco do Rio e para o HCV, apenas um de Salvador.

A pesquisa envolveu também pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Tarcício Andrade, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Erotildes Leal, da Simon Fraser University do Canadá, Maija Tiesmaki, e do Centro de Adicção e Saúde Mental (da sigla em inglês), do Canadá, Benedikt Fischer.

 

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