VideoSaúde lança websérie sobre a Reforma Psiquiátrica, no Dia Mundial da Saúde Mental

por
Daniela Muzi/VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz
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06/10/2021

“Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira” estreia neste domingo, dia 10 de outubro, às 19h, no Canal da VideoSaúde no YouTube, em celebração ao Dia Mundial da Saúde Mental, data escolhida desde 1992 para contribuir com a conscientização, educação e defesa da saúde mental e contra o estigma. 

A websérie de três episódios é uma produção do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Nusmad) da Fiocruz Brasília, em parceria com a TV Pinel, sobre a trajetória de ex-internos do sistema psiquiátrico que narram suas histórias e recriam suas vidas em liberdade. A obra, dirigida e roteirizada por Fernanda Severo, João Aranha e Vera Roçado, faz parte do projeto Memórias da Saúde Mental: Cultura, Comunicação e Direitos Humanos e da pesquisa de Avaliação do Programa de Volta para Casa. É também a primeira peça da Instalação Multimídia Morar em Liberdade, Circuito 2020-21, que parte da luta de resistência pelo direito à cidade e à comunicação, com histórias reveladoras da humanidade que a Reforma Psiquiátrica apostou e construiu no Brasil. 

“Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira”, que este mês também será exibida no Programa VideoSaúde Especial no Canal Saúde, poderá ser assistida diretamente neste link

Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira - 1ºepisódio: Juiz de Fora/MG
Ana Venâncio, paulista de quase 60 anos, passou 25 anos internada e hoje vive em liberdade na casa da sua família. Antônio, paulista de 62 anos, passou 26 anos internado e vive em liberdade em uma Residência Terapêutica na mesma cidade. Ana gosta de passear de ônibus pela cidade, ajudar quem precisa dela e cantar o amor. Antônio, além de cantar Pink Floyd no karaokê, gosta de fazer amigos, caminhar na praça e comer sanduíche de mortadela com café na padaria da esquina.

Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira - 2ºepisódio: Paracambi/RJ
Ex-internos da Clínica Dr. Eiras, em Paracambi, recriaram a vida em liberdade por amores possíveis. Oscar e Andreia, cariocas de cerca de 50 anos, não têm quase memória do passado e nem sabem quanto tempo permaneceram internados. Perderam contato com suas famílias e hoje vivem juntos o amor na própria casa, uma residência assistida de Paracambi. Assistem TV juntos e vivem a tranquilidade de cuidar um do outro. Zélia, capixaba que foi internada adolescente, também não sabe quanto tempo permaneceu em instituições, mas saiu da clínica pelas mãos da cuidadora Nazaré, que a adotou e acolheu em sua família até a morte de Zélia em 2020, aos 60 anos. Na casa de sua nova família, ela escolheu os móveis do quarto e a cor da parede. Zélia sentia saudades do mar, gostava de conversa, lavar louça e tinha sorriso fácil.

Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira - 3ºepisódio: Barbacena/MG
Os ex-internos do Hospital Colônia de Barbacena, um dos piores manicômios brasileiros, onde morreram cerca de 60 mil pessoas, estão no terceiro episódio, e mostram que a fé na vida é motor para recriar o viver e morar em liberdade. Rosalina, mineira de quase 70 anos, foi internada aos 14 por se defender de uma tentativa de estupro e teve uma filha enquanto estava no hospital, que foi dada em adoção. Viveu anos em uma Residência Terapêutica e hoje mora em sua própria casa, onde em um lugar especial está o retrato da filha, que reencontrou após 14 anos. Adelino, piauiense de quase 80 anos, e Nilta, mineira de quase 70, foram internados muito jovens e começaram a namorar ainda no hospital. Planejavam casar e se cuidavam e viveram em Residências Terapêuticas. Em 2005 se casaram e hoje moram em liberdade em uma casa só deles. Gostam de viajar, assistir à missa pela TV e receber os amigos.

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