Covid-19: somente 5,5% das crianças de 3 e 4 anos tomaram as duas doses da vacina

por
Bel Levy (Observa Infância)
,
16/11/2022

Crédito da imagem: Peter Illiciev (CCS/Fiocruz)

Quatro meses após a aprovação do uso emergencial da Coronavac em crianças de 3 e 4 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas 5,5% da população brasileira essa faixa etária recebeu as duas doses da vacina.
Dados do Vacinômetro Covid-19 (Ministério da Saúde) levantados pelo Observa Infância em 7 de novembro de 2022 mostram que 938.411 crianças de 3 e 4 anos tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 323.965 tomaram as duas doses do imunizante. No total, cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária moram no Brasil e devem receber as duas doses da vacina.

“O atraso na vacinação infantil contra a Covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de 2 mortes diárias por Covid-19 entre crianças menores de 5 anos. Desde a aprovação da Pfizer pediátrica pela Anvisa, em 16 de setembro, 26 crianças menores de 5 anos já morreram em decorrência da doença, o equivalente a dois óbitos a cada três dias”, afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.

O levantamento é do VAX*SIM, estudo que cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos. A pesquisa é coordenada pelo Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância, iniciativa conjunta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).

Observa Infância

O Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais. As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.

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