Covid-19: somente 7 em cada 100 crianças de três a quatro anos tomaram as duas doses da vacina

por
Bel Levy (Observa Infância)
,
02/12/2022

Crédito da imagem: Caderneta de vacinação infantil | Peter Illiciev (CCS/Fiocruz) | Fiocruz Imagens

Cerca de quatro meses após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da Coronavac na faixa etária de 3 e 4, apenas 7 de cada 100 crianças com essa idade receberam as duas doses da vacina.

Dados do Vacinômetro Covid-19 (Ministério da Saúde) levantados pelo Observa Infância em 28 de novembro de 2022 mostram que mais da metade das crianças de 3 e 4 anos que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não voltaram aos postos de saúde para completar o esquema primário de imunização com a segunda dose.

Cerca de 5,9 milhões de crianças de 3 e 4 anos moram no Brasil e devem receber as duas doses da vacina. No entanto, somente 1.083.958 crianças nessa faixa etária tomaram a primeira dose da vacina contra, enquanto 403.858 tomaram as duas doses do imunizante. 

“O atraso na vacinação infantil contra a Covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de 2 mortes diárias por Covid-19 entre crianças menores de 5 anos”, afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.

O levantamento é do VAX*SIM, estudo que cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos. A pesquisa é coordenada pelo Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância, iniciativa conjunta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).

Observa Infância

O Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais. As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.
 

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