Pesquisa inédita vai mapear doenças e fatores de risco à saúde

por
Cristiane d'Avila
,
13/08/2013

Texto: Ascom/MS e Ascom/Icict

Começou nesta segunda-feira (12) a coleta de dados para a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), estudo inédito realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa, que será baseada em exames laboratoriais para avaliar a saúde da população brasileira, vai mapear diversas doenças e fatores de risco à saúde, como hipertensão, diabetes e a obesidade.   

Além dos questionários, também farão parte deste estudo a coleta de sangue e urina, a aferição de medidas antropométricas e a medição da pressão arterial. A coleta das amostras clínicas será feita por profissionais ligados ao hospital Sírio Libanês, enquanto as entrevista serão realizadas por pesquisadores do IBGE que estão em treinamento desde o fim de julho.

A pesquisa começa pelos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima, Amapá e Rio Grande do Sul e, nas próximas semanas, alcançará todas as unidades da federação. Cerca de 20 mil pessoas deverão ser submetidas aos exames, dos 80 mil domicílios pesquisados, em 1.600 municípios brasileiros. O PNS irá envolver, aproximadamente, mil agentes do IBGE.

No total, o Ministério da Saúde vai repassar R$ 21 milhões para a realização do estudo, sendo R$ 15 milhões destinados ao instituto de pesquisa e R$ 6 milhões ao hospital que será encarregado pelos exames laboratoriais. As análises feitas pela pesquisa também vão diagnosticar se a pessoa diabetes, anemia falciforme e analisar percentuais de creatinina, potássio e sódio – indicadores que podem revelar eventuais problemas de saúde do paciente. Se os resultados dos exames indicarem algum problema de saúde, o entrevistado será encaminhado a uma unidade de saúde para receber acompanhamento médico.

Coordenado por Célia Landmann, pesquisadora do Icict, o grupo científico responsável pelas diretrizes da Pesquisa Nacional de Saúde reúne outros pesquisadores do instituto, como Francisco Viacava, chefe do Lis/Icict e vice-coordenador da pesquisa, Paulo Roberto Borges de Souza Júnior, Dália Romero, Luiz Otávio Azevedo, Giseli Nogueira Damacena, Wanessa Almeida e Rodrigo Moreira e Armando Pires, além de pesquisadores do Ministério da Saúde, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade de São Paulo (USP) e também da Fiocruz.

A PNS fará parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD) do IBGE e deverá ter uma periodicidade de cinco anos.

Pesquisa alcançará 1.600 municípios em todo o país

Países como o Canadá, o Reino Unido e a Austrália, apenas para citar três, já vêm trabalhando há alguns anos com esse tipo de avaliação de seus sistemas de saúde. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em 2000, o Relatório Mundial de Saúde, com o objetivo de ter metodologias de avaliação do desempenho dos sistemas de saúde dos países membros. No Brasil, inúmeros estudos e pesquisas, dentre elas o Pro-Adess, serviram de base para se chegar à PNS, que é uma pesquisa de âmbito nacional, de base domiciliar, que será realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa é composta por três questionários: o domiciliar, referente às características do domicílio, nos moldes do censo demográfico e da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios); o relativo a todos os moradores do domicílio, que dará continuidade ao Suplemento Saúde da PNAD; e o individual, a ser respondido por um morador de 18 anos ou mais do domicílio, que dará enfoque às principais doenças crônicas não transmissíveis, aos estilos de vida e ao acesso ao atendimento médico.

No morador adulto selecionado, serão feitas aferições de peso, altura, circunferência da cintura e pressão arterial, bem como coleta de sangue para realização de exames laboratoriais para caracterizar o perfil lipídico, a glicemia e a creatinina plasmática. Uma coleta de urina será feita visando a obtenção de dados de função renal e consumo de sal. Os exames laboratoriais serão feitos em uma subamostra de 25% dos setores censitários selecionados no plano de amostragem. Se consentido, as amostras de sangue serão armazenadas, sem identificação dos sujeitos, para criação de soroteca.

A pesquisa alcançará, aproximadamente, 80 mil domicílios distribuídos em 1.600 municípios por todo o país e segue o seguinte cronograma:

- Semana de 29/07 a 3/08 - treinamento centralizado no IBGE aos coordenadores/supervisores estaduais, que serão os multiplicadores nos estados. Início: 29/07 às 9 horas.

- Semana de 05/08 a 10/08 - treinamento descentralizado com uso de EAD nas capitais das UF.

- Semana  de 12/08 a 17/08 -treinamento descentralizado com uso de EAD para os municípios do interior das UF.

- Dia 12/08 - início do trabalho de campo nas capitais.

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