Fake news e desigualdades raciais em saúde são temas de defesas dia 22/3

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
,
15/03/2024

Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)

Na sexta-feira, 22 de março, alunos do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS) apresentarão duas defesas de tese e dissertação de mestrado.  

A primeira, na parte da manhã, será a tese de doutorado de Ana Carolina Monari, intitulada “Quem consome fake news consome fake news?”, na qual abordará o consumo de notícias falsas a partir dos “discursos sobre ciência e saúde que circularam durante e após a pandemia de covid-19 em canais de informação sobre o tema na mídia social Telegram”. A aluna foi orientada por Igor Sacramento e Hully Falcão. 

Na parte da tarde, será a vez de Laísa Abrahão, aluna do mestrado que defendera a sua dissertação “Desigualdades Raciais em Saúde: ICSAP como um indicador importante na análise do atributo raça/cor nos sistemas de saúde”. Orientada por Ricardo Dantas, a discente analisa como as “desigualdades se expressam através das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP). 

As duas defesas serão feitas no formato virtual, pela Plataforma Zoom. 

Leia abaixo mais informações sobre as defesas. 

Defesa de Tese de Doutorado 

Título: Quem consome Fake News consome Fake News? Os usos e sentidos atribuídos à ciência e ao jornalismo em canais sobre covid-19 no Telegram 

Aluna: Ana Carolina Monari 

Orientador: Igor Pinto Sacramento (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Segunda Orientadora: Hully Guedes Falcão (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Banca: 

Titulares 

Drª Kizi Mendonça de Araújo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Dr. Wilson Couto Borges (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Drª Thaiane Moreira de Oliveira (PPGCOM-UFF) 

Dr. Fábio Reis Mota (PPGA/UFF) 

Suplentes

Drª Pâmela Araújo Pinto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Drª Gabriela de Lima Cuervo (PPGA/UFF) 

Data: 22/03/2024 - Sexta-feira | Horário: 9h 

Link: https://us06web.zoom.us/j/88060453196?pwd=QpVaERRRRfbba4PVmhMIkZgbBIgxmU.1 

Resumo: Esta tese investiga os discursos sobre ciência e saúde que circularam durante e após a pandemia de covid-19 em canais de informação sobre o tema no Telegram. O objetivo foi compreender os usos e sentidos atribuídos à ciência e ao jornalismo pelos usuários da plataforma e caracterizar a representação desses dois campos nos processos de desinformação científica em saúde. O estudo sustenta a tese de que não há uma desconfiança generalizada no jornalismo e na ciência, mas uma mudança na lógica de consumo de informações no século XXI: o conteúdo sobre ciência e saúde deixou de ser apenas transmitido pelas instituições e pelos meios de comunicação considerados tradicionais e ganhou novos formatos e opções de acesso (graças à internet e às redes sociais digitais), que nem sempre têm o compromisso com a produção e a transmissão de uma informação precisa e de qualidade. Além disso, surge nesta nova lógica uma outra forma de produção de conhecimento/verdade, que está pautada pela cisma (Mota, 2018) e pela manutenção e reforço das crenças pessoais. Indo na contramão dos recentes trabalhos realizados no Brasil sobre o tema, que focam na produção textual e na checagem de fatos, esta investigação parte da teoria das mediações (Martín-Barbero, 1997; Martín-Barbero, 2004) e da perspectiva antropológica para analisar os usuários dos canais sobre covid-19 no Telegram Geopolítica & Atualidades (antigo Médicos pela Vida), Vacinacv19_relatos e Canal Marcos Falcão, em que o olhar etnográfico foi utilizado para descrever e interpretar os atores sociais, suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produções materiais e suas crenças (Fragoso; Recuero; Amaral, 2011). Com isso, identificamos as escolhas e os usos de fontes e meios de informação sobre ciência e saúde pelos usuários do Telegram, analisamos a forma como eles se relacionam com esse tipo de conteúdo e, por fim, investigamos os processos de circulação e consumo da desinformação científica sobre saúde na referida plataforma.   
 


Defesa de Dissertação de Mestrado 

Título: Desigualdades Raciais em Saúde: ICSAP como um indicador importante na análise do atributo raça/cor nos sistemas de saúde 

Aluna: Laísa de Deus Abrahão 

Orientador: Ricardo Antunes Dantas de Oliveira (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)  

Banca: 

Titulares 

Dr.  Josué Laguardia (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Drª  Geny Ferreira Guimarães (PPGGEO/UFRRJ) 

Suplentes

Drª Renata de Saldanha da Gama Gracie Carrijo  (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Drª  Mônica Silva Martins (PPGSP/ENSP/FIOCRUZ) 

Data: 22/03/2024 - Sexta-feira | Horário: 13h30 

Link: https://us06web.zoom.us/j/87107961757?pwd=KNiWlHbnz2SdPQnZJjFNEittLWqiG0.1 

Resumo: O contexto brasileiro carrega marcas do escravismo ainda não superado e contribui para a perpetuação das relações assimétricas, produzindo uma sociedade acentuadamente desigual.  Pensando nas ramificações que a desigualdade assume, à luz da dimensão da saúde, o presente trabalho explorou quatro aspectos fundamentais: (i) como as desigualdades se expressam através das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP); (ii) a importância da informação em saúde para o enfrentamento das desigualdades; (iii) a relação entre raça e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde, e; (iv) situação geográfica que informa onde se concentram as desigualdades mais expressivas que se desenvolvem no campo da saúde que contemplam a linha investigativa da pesquisa. O estudo foi desenvolvido a partir das seguintes metodologias: (i) Revisão Bibliográfica sobre raça e saúde, ICSAP por raça/cor, vulnerabilidades sociais e desigualdades; (ii) Análise da informação sobre raça nos sistemas de informações em saúde; e (iii) Análise das desigualdades raciais e espaciais expressas através das ICSAP com dados dos sistemas de informação em saúde. Para isso, o trabalho contará com a análise dos anos de 2010, 2016 e 2022 para investigar a evolução da aplicação do indicador acima expresso a partir do atributo raça/cor, se amparando no uso do QGis (software livre) e obtendo como resultado final, a elaboração de mapas para registrar a distribuição das ICSAP nos municípios brasileiros. Destaca-se neste âmbito a discussão sobre como as ICSAP se relacionam a diferentes concentrações da população por cor/raça nos municípios brasileiros, expressas pela densidade racial, além da qualidade da informação sobre cor/raça no Sistema de Informações Hospitalares (SIH). Por último, a pesquisa destaca as ICSAP como expressões das desigualdades sociais, raciais e espaciais, contribui para a qualidade da informação em saúde através da melhoria do preenchimento da variável de raça/cor nos sistemas de informação em saúde.  

 

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