Reciis aborda saúdes, corpos e contextos interculturais

por
Jamile Chequer
,
05/01/2012

O quarto número do quinto volume da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis) traz dez artigos e duas resenhas. Nesta edição, a revista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) aborda temas como saúdes, corpos e contextos interculturais.

O texto “Sofrimento social e a corporificação do mundo: contribuições a partir da Antropologia”, de Ceres Victora, apresenta um mosaico conceitual de sofrimento social que exemplifica criticamente por meio de etnografia realizada com grupos indígenas, na Região Sul do Brasil.

Ana Lucia de Castro no artigo “Saúde e estética: a medicalização da beleza”, discute a cirurgia plástica para fins estéticos como expressão da medicalização da sociedade e da difusão de princípios estruturadores da cultura de consumo

Em “Protagonismos alternativos em saúde – contexto teórico de uma pesquisa compreensiva” as autoras Rosário Rosa, Fátima Alves e Luisa Ferreira da Silva analisam esses protagonismos abordando os mecanismos sociais de racionalidades, de solicitações e de integralidades implicadas nessas trajetórias.

O artigo “O livro d`Ouro do Povo - O sistema médico de Raspail em Portugal do século XIX”, de Dulce Pombo, é fruto de pesquisa sobre os modelos terapêuticos plurais que marcaram o século XIX em Portugal e contribui para compreender as discussões contemporâneas.

O texto “O Olhar da Comunidade Cabo-verdiana em Lisboa sobre a saúde e a doença”, de Bárbara Bäckström traz a discussão das representações e práticas de saúde e de doença analisando a supervalorização da identidade étnica associada à atenção na multiculturalidade que profissionais de saúde devem possuir ao se depararem com os grupos em questão.

Em “Rezas e rituais de cura no Meio Norte do Brasil”, Aurea Pinheiro e Pedrina Nunes Araújo buscam compreender processos sociais que envolvem o sagrado e o profano nos espaços de cura e que pautam a diversidade cultural brasileira no seu campo do imaginário social religioso.

“Mercado: uma imersão no universo sacro afro-brasileiro”, texto de Ana Cristina de Souza Mandarino, Alexnaldo Neves de Jesus, Sandra Regina Passy e Estélio Gomberg, trata das relações sociais e terapêuticas entre Terreiros de Candomblé e Mercados Públicos, no que tange à constituição de terreno fértil de oportunidades de ofertas de saúde baseados em modelos culturais diferenciados.

No texto “Cuidar em Contexto de Diversidade Cultural. Representações e Vivências do Corpo em Diferentes Culturas”, Maria de Lourdes Martins Saraiva da Silva Nunes e Natália Ramos mostram resultado de estudo etnográfico com pessoas doentes de cultura muçulmana e hindu e chamam a atenção para as diferenças na forma como cada cultura concebe a vida no seu dia a dia, no entanto, em situação de doença, as opiniões são muito similares no que diz respeito aos sentimentos vividos no corpo e a forma de os ultrapassar.

O artigo “Reflexões teórico-metodológicas para a interpretação das intervenções e do cuidado no território em saúde mental”, de Monica Lima, Mônica de Oliveira Nunes, Vânia Sampaio Alves e Marcos Roberto Paixão Santos busca tecer reflexões sobre investigação avaliativa no campo da saúde mental, utilizando-se de desenhos metodológicos de cunho etnográfico, com triangulação de dados e de fontes de evidências a partir da confrontação do ponto de vista dos distintos atores sociais envolvidos na construção dos serviços e da rede de atenção em saúde mental.

O texto “Aqui sofro demais’: notas de uma pesquisa em um Hospital de Custódia e Tratamento”, de Márcia Cristina Maciel de Aguiar e Luiz Claudio Lourenço traz aspectos particulares metodológicos detectados durante o trabalho de campo de uma pesquisa em ciências sociais em andamento, que visa a compreender a doença, o crime e a internação em um dos hospitais de custódia e tratamento do Brasil.

Fátima Alves resenha o livro “Saber Prático de Saúde. As lógicas do Saudável no Quotidiano”, de Luisa Ferreira da Silva, no qual evidencia e discute a existência de uma “cultura de resistência” à orientação especializada das práticas de saúde e de doença e reivindica um conhecimento prático de saúde que é organizado em práticas de bem-estar, saúde e doença no cotidiano.

A revista traz, também a resenha de José Luís de Oliveira e Silva, sobre o  documentário etnográfico “As Escravas da Mãe de Deus”,  produzido por Áurea Pinheiro e Cássia Moura. Estruturado na “tríplice fronteira” Historiografia, Cinema e Etnografia, o vídeo apresenta processos de celebrações a Nossa Senhora da Piedade, na região Norte do Brasil.

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