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No último dia 27 de maio, a pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces/Icict) e professora do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/Icict), Adriana Aguiar, apresentou no Ministério da Saúde (MS) os resultados preliminares da pesquisa “Preceptoria em Programas de Residência no Brasil e na Espanha: Ensino, Pesquisa e Gestão”

Nesta primeira etapa, foram coletados dados sobre experiências e percepções de gestores de programas e preceptores sobre temas como ensino-aprendizagem nos serviços de saúde, condições de trabalho, dificuldades enfrentadas, além de identificadas necessidades de apoio estratégico. Segundo Adriana Aguiar, que também é coordenadora da pesquisa: “nesta fase, já foi possível verificar como a comunicação aparece como uma dimensão importante desse processo de formação”.

No Brasil, o ponto de partida foi o acesso a programas apoiados pelo MS, com Residência Médica e Residência Multiprofissional, tendo como foco Cenários de Atenção Primária e Hospitalar. Cidades como Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) receberam a visita da equipe brasileira, formada pela própria Adriana Aguiar e o coordenador do Laces, Wilson Borges. Já na Espanha, os pesquisadores Epifanio de Serdio Romero e Maria Ángelez Herrero, ambos da Unidad Docente de Medicina Familiar y Comunitaria (MFyC) de Sevilha, visitaram os programas na Comunidade Autônoma de Andalucía, a maior do país, que investem na continuidade de gestão a partir da implantação do Plano Estratégico de Formação Integral. Eles também visitaram os Programas de Residência de Medicina de Família e Comunidade nas províncias de Sevilha, Córdoba e Granada.

Foram enviados questionários eletrônicos aos preceptores, realizadas entrevistas pessoais com os gestores, residentes e preceptores, além de grupos focais, com o objetivo de traçar um quadro comparativo entre as realidades brasileira e espanhola.

Segundo Wilson Borges, para o Laces a pesquisa é extremamente relevante: “a importância para o laboratório é que o pioneirismo do projeto está, dentre outras circunstâncias na presença da Comunicação como elemento norteador do debate e da formação de profissionais da saúde. Nesses termos, ampliam-se não só a visão sobre a Comunicação, como a do próprio Laboratório e do Icict, com expertise para participação na formulação de políticas públicas para a saúde.”

Borges também destaca a contribuição da “Comunicação em Saúde” para a formação profissional nos programas de residência na área de saúde: Ao analisar como a “Comunicação em Saúde” pode contribuir, Borges afirma que: “a Comunicação tem sido apresentada e trabalhada como um componente fundamental na formação docente no campo da Saúde, especialmente no Brasil. A dimensão da mediação (e com ela a do profissional de saúde como mediador privilegiado dos processos de troca entre estes profissionais e os usuários do sistema) tem sido encarada como eixo da formação docente. A premissa é que os processos de mediações têm interferido decisivamente nessa relação e a compreensão dos papéis sociais dos atores envolvidos coloca em cena a Comunicação como um processo dialógico”, explica.

Até dezembro de 2015, serão apresentados os resultados finais desse estudo pioneiro sobre a formação profissional nos sistemas públicos de saúde no Brasil e na Espanha, com destaque para práticas de preceptores na formação de residentes em Medicina de Família e Comunidade, Saúde da Família, Saúde da Mulher, Ginecologia/Obstetrícia e Enfermagem Obstétrica.

Colaborou: Wilson Borges