Henrique Leonel Lenzi: dedicação à saúde pública brasileira

por
Ascom/Icict
,
30/03/2017

Primeiro diretor do Icict, o patologista é exemplo de profissionalismo e produtividade para a ciência brasileira


Primeiro diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), o pesquisador Henrique Leonel Lenzi assumiu o cargo em 1986, após a criação da unidade pelo então presidente da Fiocruz Sergio Arouca – a Superintendência de Informação Científica (SIC).

Sob a direção de Lenzi, a Superintendência de Informação Científica da Fiocruz começou então a desenvolver o projeto de implantação de um Centro de Computação Científica, subsidiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em 1988, Lenzi foi responsável pela criação do Núcleo de Vídeo da Fiocruz, o setor de programação visual, vinculado à gráfica da Fiocruz, e o Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi), que originaram serviços estratégicos do Icict.

Pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Lenzi publicou dezenas de artigos científicos, com ênfase em esquistossomose e técnicas de microscopia. Em sua trajetória, Lenzi dedicou-se à pesquisa da ‘Patologia e Imunopatologia de Doenças Infecciosas e Parasitárias com destaque em granuloma’, dos ‘Mecanismos de Eosinofilia’, a ‘Morfobiologia, Ontogenia e Filogenia dos Órgãos Linfohematopoiéticos’. O ensino sempre foi uma prioridade em sua trajetória, resultando na formação de dezenas de novos cientistas.

Médico patologista, Lenzi formou-se em Medicina, em 1969, pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Lenzi ingressou na Fiocruz em 1984, onde atuou desde então, afastando-se apenas durante períodos no exterior para estudos. O cientista possui dezenas de artigos científicos publicados, com especial ênfase em esquistossomose e técnicas de microscopia. Desde 2007, atuava como membro do corpo editorial da Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo.

Lenzi participou como co-organizador do livro ‘Schistosoma mansoni e esquistossomose: uma visão multidisciplinar’, publicado em 2008, que conta com a participação de 78 pesquisadores, sendo 43 da Fiocruz.

Um dos últimos artigos assinados por Lenzi, Comprehensive proteomic profiling of adult Angiostrongylus costaricensis, a human parasitic nematode, teve como objetivo estudar os perfis proteômicos do parasita Angiostrongylus costaricensis, um helminto nematóide que causa inflamação intestinal aguda em humanos, conhecida como angiostrongilíase abdominal. A pesquisa foi publicada no Journal of Proteomics, em agosto de 2011. Lenzi faleceu em 15 de setembro.•

* Com informações dos portais do Icict/Fiocruz e do IOC/Fiocruz

Homenagem de Eduardo Tosta, pesquisador da Universidade de Brasília a Henrique Leonel Lenzi

De tempos em tempos, quando o grau de confiança no ser humano atinge níveis críticos, a Humanidade recebe provas de que ainda é possível manter a crença. Desta vez, a prova veio com o nome de Henrique Lenzi.

Henrique Lenzi foi muitos: o cientista visionário, o mestre inspirado, o pensador ousado, o líder carismático e, acima de tudo, foi um ser humano de tão alta culminância que tornava impossível continuarmos os mesmos depois de conhecê-lo, sem que por ele fôssemos cativados e transformados. Cativáva-nos com sua erudição e com sua brilhante inteligência; com sua alegria espontânea e seu riso escancarado; com a completa igualdade com que tratava os poderosos e os humildes; com sua simplicidade e humildade, características dos verdadeiramente sábios; com o carinho e genuíno interesse que mostrava por todos; com a profunda generosidade com que doava seu tempo, seu conhecimento, suas idéias e sua experiência; com o calor do afeto que impregnava todos os seus atos; com sua capacidade de descobrir o lado bom de cada pessoa; com sua teimosia em continuar acreditando, quando tudo parecia perdido; com a intransigência e coragem com que defendia o que é certo e verdadeiro, apesar de saber o custo de fazê-lo; com sua incapacidade de se sentir maior que os demais; com a incrível força com que reagia aos embates da vida; com a autenticidade com que vivia seus ideais; com sua capacidade de manter a integridade e a honradez em qualquer circunstância; com sua inabalável fé no potencial de crescimento do ser humano.

Por sua capacidade de transformar as pessoas que com ele conviviam Henrique Lenzi foi um revolucionário. Sua principal arma na revolução silenciosa em que se empenhou durante sua existência foi o exemplo de sua conduta. Era assim que ele conseguia resgatar os valores mais sublimes que jazem escondidos em cada ser humano.

Jamais entenderemos os mistérios de sua partida precoce, quando ainda tanto havia para realizar. A nos confortar temos a convicção de que ele permanece imortalizado em cada um daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo e receber o influxo de afeto e de sabedoria que dele sempre emanava. Com seu exemplo de vida, Henrique Lenzi conseguiu resgatar nossa esperança no ser humano e no futuro da Humanidade.

Que agora, habitante da pátria onde a Luz não deixa sombras, possa Henrique Lenzi continuar a nos inspirar e a nos ajudar a achar o sentido de nossas vidas, por Eduardo Tosta.

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