Programa de pós-graduação do Icict divulga calendário de defesas em fevereiro

por
Assessoria de Comunicação do Icict Fiocruz
,
06/02/2020

O Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde - PPGICS, do Icict, divulgou o calendário das primeiras defesas de 2020 de cursos de mestrado e doutorado.

Veja abaixo a relação:

11/02/2020 - 3a. feira

Defesa de Dissertação de Mestrado

Aluna: Ana Beatriz Aguiar Slaibi Lopes

Título:  A Dinâmica Social de Formulação de Políticas Públicas Relacionadas ao Uso de Agrotóxicos no Brasil: valores, atores e interações.

Orientador: Carlos José Saldanha Machado (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares
Dr. José Carvalho de Noronha- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Rodrigo Machado Vilani- PPGEC/UNIRIO
Drª Tatiana Wargas de Faria Baptista – ENSP/FIOCRUZ

Suplentes:
Dr. Christovam Barcellos- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Maria Amália Silva Alves de Oliveira – PPGMS/UNIRIO

Data: 11/02/2020 - 3a. feira | Horário: 10h

Local: Sala 410, do Prédio da Expansão

Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a dinâmica dos atores no processo de formulação de políticas públicas, via o legislativo nacional, considerando os aspectos técnico, político, econômico e social ao longo dos últimos 17 anos em torno dos projetos de lei relacionados ao uso de agrotóxicos no Brasil, tema de grande relevância e impacto no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Esta pesquisa utilizará de modo associado dois conceitos que abordam a análise de política públicas, o conceito “pentágono das políticas públicas” Lascoumes e Le Galès (2012) e abordagem do ciclo de políticas, formulado por Stephen Ball e Richard Bowe 1992. A hipótese consiste no entendimento de que o governo federal tem favorecido, ao longo dos últimos anos, por meio de ação regulatória, os agentes econômicos do agronegócio que utilizam agrotóxicos como insumo agrícola baseando-se na premissa de que os ganhos econômicos imediatos são mais importantes do que a saúde e qualidade de vida da população e desconsiderando princípios, fundamentos e valores estabelecidos da Constituição Federal de 1988. 

Para testar a hipótese, este estudo se desenvolverá a partir de análise qualitativa de fontes secundárias com três tipos documentos em formato papel e/ou digital: 

1) oficiais e legislação; 

2) matérias jornalísticas, produzidos em jornais, revistas e sites 

3) artigos, livros e capítulos de livros científicos. 

Como resultado, podemos identificar ao menos duas concepções de sociedade que estão em disputa e que utilizam o aparato legal institucional do Estado, como também a informação científica e a comunicação midiática como elementos estruturantes para o alcance das mudanças defendidas e até mesmo já implementadas na prática social, que tem priorizado os ganhos econômicos em detrimento da defesa de preceitos constitucionais como o direito à saúde (art 6º, CF 1988), ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art 225, CF 1988) e o cumprimento da função social pela propriedade rural (art 186º, CF 1988). 

O primeiro grupo é o representado pelo agronegócio, em que atuam tanto os produtores agrícolas, as indústrias agroquímicas e os congressistas financiados por estes agentes econômicos. Já o segundo grupo, é representado pelos defensores da agroecologia, da saúde pública e do meio ambiente, em que atuam instituições públicas, organizações sociais e congressistas de partidos de esquerda.

Defesa de Dissertação de Mestrado

Aluno: Glauber Queiroz Tabosa Tiburtino

Título:  Corra, mas Não Morra: discursos sobre a corrida de rua como prática de saúde na imprensa carioca (1970-1985)

Orientador: Igor Pinto Sacramento (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares
Dr. Wilson Couto Borges- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Victor Andrade de Melo- PPGHC/UFRJ

Suplentes:
Drª Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Rafael Fortes Soares- PPGIEL/UFMG

Data: 11/02/2020 - 3a. feira | Horário: 14h

Local: Sala 410, do Prédio da Expansão

Resumo: Este trabalho tem como objetivo central traçar uma história cultural da corrida de rua no Brasil, refletindo acerca das disputas e variações discursivas expressas pela imprensa carioca no início de sua trajetória. 

Descrita como um fenômeno sociocultural contemporâneo, a corrida de rua emerge no país a partir da segunda metade do século XX como prática de saúde, a partir de desdobramentos da adoção do método de Cooper. Disseminado no país a partir de 1970, especialmente por conta do sucesso da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo do México daquele ano, o programa de testes e metodologia de exercícios físicos desenvolvido pelo médico cardiologista norte-americano no treinamento de astronautas da NASA e posteriormente adaptado por Cláudio Coutinho na preparação da equipe brasileira tricampeã mundial de futebol ganhou projeção no Brasil, tornando-se um hábito social, conforme registram a literatura científica e veículos de imprensa da época. 

A atividade evoluiu gradativamente na sociedade brasileira com base nos discursos da prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e da promoção da saúde, que enfatizam o autocuidado e os hábitos comportamentais vigiados como aspectos moralizantes em relação ao cuidado – ou ao negligenciamento – com o corpo perante as normatizações sociais, classificando os indivíduos em ativos e sedentários (normais ou anormais), conforme tais narrativas. 

Fortemente calcada nas estatísticas epidemiológicas e nos fatores de risco, a estratégia de promoção da saúde adota a prescrição de atividades físicas como prática antecipatória a agravos e incentivou a corrida até o surgimento dos conflitos e controvérsias em relação a seus reais efeitos ao organismo. Essas variações e disputas discursivas, bem como as formas de subjetivação envolvidas, popularizaram a adoção da corrida de rua enquanto prática terapêutica, ainda que esse entendimento não fosse um consenso. 

Utilizamos a pesquisa documental como metodologia dessa análise investigativa e, portanto, selecionamos a imprensa como um dos atores sociais imbricados na produção discursiva que auxiliou na consolidação da prática no Brasil, para refletirmos acerca de como essa concepção foi culturalmente configurada em nosso tecido social. Trabalhamos com a imprensa enquanto fonte, objeto e agente histórico desse percurso. 

Buscamos entender, portanto, como o brasileiro, em especial o carioca, passou a lidar com a emergência da corrida de rua e como essa prática se solidificou como hábito de saúde no Brasil contemporâneo, bem como quais foram as variações discursivas em relação às controvérsias entre benefício e perigo à saúde e de noções de cuidado com o corpo e boa forma ao longo dessa construção social.

12/02/2020 - 4a. feira

Defesa de Tese de Doutorado

Aluna: Tatiana Sanjuan Ganem Waetge

Título: Ação Pública de Saúde e o Acesso a Medicamentos na Era do eGOV: a informação como elemento estruturante

Orientador: Carlos José Saldanha Machado (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares
Dr. José Carvalho de Noronha - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Junior - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Carlos Augusto Gabrois Gadelha - PPGSP/ENSP/FIOCRUZ
Drª Patrícia Tiemi Lopes Fujita – ANHEMBI/MORUMBI

Suplentes:
Drª Cícera Henrique da Silva- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Priscila Ferraz Soares- Bio- Maguinhos/FIOCRUZ

Data: 12/02/2020 - 4a. feira | Horário: 10h

Local: Sala 410, do Prédio da Expansão

Resumo: Esta pesquisa sistematiza, caracteriza e avalia a problemática do acesso à informação e à comunicação como um dos instrumentos de implementação do acesso às políticas públicas de assistência farmacêutica (AF), com base na perspectiva teórica da Sociologia da Ação Pública e da Construção Social da Tecnologia. 

O objetivo foi de avaliar, entre os meses de fevereiro e julho de 2019, a disponibilização das informações nos websites das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e do Ministério da Saúde (MS), e a potencialidade dessas informações, para fomentar o acesso à política de medicamentos essenciais no Sistema Único de Saúde. 

A despeito do fato da política da AF ter institucionalizado uma demanda social por meio da democratização de acesso a medicamentos essenciais para o conjunto da população brasileira, a tese a ser demonstrada consiste na afirmação de que se trata de uma política pública que ainda não incorporou a informação como elemento crítico para se alcançar o pleno acesso a medicamentos, sendo apenas mais um dado de realidade dentre os diversos aspectos críticos das políticas públicas no país, tais como: 

1) as formas de comunicar as informações técnico-operacionais para o cidadão pelos operadores da política (gestores, técnicos e profissionais de saúde); 

2) a complexidade operacional de parte dos governos federal e estaduais para que o cidadão tenha acesso ao medicamentos que precisam, e 

3) os limites estaduais diversos na operacionalização dos instrumentos da política de AF. Os estados de cada uma das cinco regiões geográficas do país analisados foram escolhidos a partir de dados de acesso à política de assistência farmacêutica pelo cidadão e do acesso à internet, dos estados, e do governo federal. 

Através de uma metodologia qualitativa, a política pública do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica foi avaliada à luz dos marcos legais que a regem, de governo eletrônico e da lei de acesso à informação, com foco na facilidade do acesso e na abrangência do conteúdo das informações, quando disponibilizadas, nas páginas eletrônicas das SES e do MS por meio de grades de leitura (formulário) construídas para a verificação de forma, conteúdo e linguagem de comunicação das mesmas. 

Com base na perspectiva teórica acolhida na pesquisa, conclui-se pela necessidade de uma ampla revisão crítica do modelo e da forma como a política de AF vem sendo implementada à fim de atender a todo e qualquer cidadão, garantindo o direito à saúde constitucionalmente instituído.

13/02/2020 - 4a. feira

Defesa de Dissertação de Mestrado

Aluna: Camila Bezerra Gomes de Lima

Título: Avaliação do Consumo Alimentar de Pacientes Assistidos por um Programa de HIV/AIDS em Hospital de Referência do Município do Rio de Janeiro

Orientador: Paulo Roberto Borges de Souza Júnior (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares
Dr. Josué Laguardia- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Glória Regina Mesquita da Silveira- PPGHIV/HV /UNIRIO

Suplentes:
Drª Cícera Henrique da Silva- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Giseli Nogueira Damascena- ICICT/FIOCRUZ

Data: 13/02/2020 - 5a. feira | Horário: 14h

Local: Sala 410, do Prédio da Expansão

Resumo: A introdução da terapia antirretroviral de alta atividade (TARV), proporcionou às pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA), uma redução significativa na ocorrência de infecções oportunistas, tornando a doença um quadro crônico e controlável, e concedendo maior qualidade de vida a esses indivíduos. No entanto, o estado nutricional que antes era caracterizado por perda de peso e desnutrição, atualmente, apresenta-se em transição. 

O presente estudo objetivou avaliar o consumo alimentar das PVHA e encontrar relações deste com a características socioeconômicas dessa população. Entre os 69 pacientes entrevistados, encontrou-se média de idade de 45,92 (±10,32) anos e a maioria de homens.

Quanto a análise de consumo alimentar, encontrou-se consumo insatisfatório de frutas, consumo diário de vegetais A, B e C em pelo menos uma refeição, bem como o consumo de leite e seus derivados. 

Há a ampla ingestão de arroz, feijão e pão francês, além de consumo de carne de frango como principal fonte proteica. Observou-se ainda, com o auxílio da Análise de Correspondência Múltipla, a formação de clusters que revelam a existência de três perfis alimentares, denominados neste estudo “alimentação rápida”, “tradicional” e “trivial”, este último, sendo o de maior silhueta. Tais achados permitem entender melhor a heterogeneidade que compõe o comportamento alimentar dessa população específica e, assim, dão mais base a elaboração de estratégias de diálogo para educação alimentar e nutricional das PVHA.
 

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